Chapter XII

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Jimin On*


Acordei com o toque escandaloso do despertador programado na noite anterior, ainda era relativamente cedo, então com exceção do meu pai que trabalhava hoje, todos da casa ainda estavam dormindo.

Então procurando não fazer muito barulho fui até o banheiro escovar os dentes e lavar o rosto, em busca de acordar um pouco mais, logo após isso segui em direção a cozinha.

Peguei algumas coisas para tomar um café da manhã reforçado, já que passaria praticamente o dia todo organizando minha casa, coloquei os produtos em cima da mesa de madeira e me sentei para comer.

Depois de alguns minutos escutei que minha mãe havia acordado, toda a tranquilidade da manhã foi se transformando em uma apreensão dolorosa.

Mesmo que eu tente pensar apenas em mim e não depender da aceitação de ninguém a respeito das minhas escolhas, eu fracasso constantemente nisso e hoje não seria diferente.

Sempre busquei a aceitação dos meus pais em relação a todas as decisões da minha vida, o que quase sempre me fizeram ser infeliz nas circunstâncias e talvez isso tenha se tornado grave demais.

Talvez sempre aceitar as colocações deles acabou gerando um mal costume ou algo do tipo, do mesmo modo em que eu acabei me acostumando em abrir mão das minhas vontades apenas para ter a satisfação de ser aceito por eles.

Como eu sempre fui meio que ignorado por eles, mesmo não entendendo o motivo de tal comportamento, sempre busquei fazer qualquer coisa que fizesse eles me notarem e prestarem atenção em mim.

Pode ser que tudo isso seja coisa da minha cabeça, mas é tudo tão real e acontece com tanta frequência, que eu acabo acreditando que isso não passa apenas de uma mera paranoia da minha mente.

Há alguns meses atrás fui diagnosticado como uma síndrome, chamada de Síndrome de Borderline, o que acredito que tem muita influência nesses pensamentos.

Constantemente eu sinto medo do abandono, me sinto insuficiente em tudo, tenho medo de tudo, não tenho controle sobre meus atos e não sei lidar com a rejeição vinda de pessoas que eu amo.

Essa síndrome me torna incapaz de seguir a vida sozinho, sem precisar da aprovação de ninguém, eu sempre preciso de apoio para tudo, isso tudo me causa medo.

Ela também e muito presente nos meus comportamentos entre amor e ódio, posso amar uma pessoa mas ao mesmo tempo não suportar ouvir a voz dela e isso me torna um ser humano desprezível, talvez um dos motivos de eu não saber conviver em sociedade seja por causa dessa maldita doença.

O constante medo de ser abandonado, ignorado ou enganado, me torna uma pessoa explosiva, irracional, não consigo ver as coisas da maneira que ela realmente é, sempre minha cabeça distorce aquilo de uma maneira incorreta e isso me faz ser explosivo e egoísta em muitos aspectos.

Eu não sei exatamente o que fazer para controlar esses sintomas, constantemente eu busco me distrair, procurar algo para tomar todo o meu tempo, pois é somente quando eu estou sozinho que toda essa insegurança e todo esse pavor de estar sozinho, me atingi fortemente.

Enquanto eu tomava meu café da manhã, minha mãe surgiu na cozinha, arrumou algumas coisas em cima da bancada, pegou algo para comer e saiu, foi como se só houvesse ela no ambiente.

No mesmo instante em que ela deixou o ambiente eu senti o tão temido pavor de não ser notado, ser ignorado por ela era uma das piores coisas que eu poderia sentir no mundo, eu amava minha mãe e ver que eu posso ser facilmente excluído da vida dela, tem me causado crises fortíssimas.

SECRET LIFE - JJK+PJMOnde histórias criam vida. Descubra agora