Capítulo 19

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Caroline sentiu o olhar de Magnus acompanhando-a, enquanto subia as escadas. Queria ficar e gritar com ele, mas temia cair em prantos. Sentiu um nó na garganta e as lágrimas chegando-lhe aos olhos.

Esqueceu sobre o presente que o marido mencionara até a hora que entrara no quarto. Bateu a porta e sentou-se à penteadeira.

Estava pálida e tinha olheiras profundas, parecendo desamparada.

Por Deus, o que estava acontecendo?

Impaciente, levantou-se e caminhou até a janela. Ao passar ao lado da escrivaninha, notou que havia uma carta. Sentiu-se um pouco mais alegre ao ler o endereço. Era da Suíça. 

Rasgando-a, ela leu as palavras escritas por sua mãe:

Querida Caroline,
Obrigada pela última carta. Você nem imagina como fico contente em saber que se sente tão alegre ao lado do conde. Ele me pareceu um homem muito bom e a está tratando bem. Descanse, coma direito e cuide-se para não se exercitar demais.

Caroline sentiu um aperto no coração. Tinha se sentido contente com o marido. Mas agora parecia uma época tão distante.

Vou escrever pouco pois lhe contarei as novidades quando nos encontrarmos pessoalmente. James está se recuperando tão depressa que os médicos lhe deram permissão para tirar uns dias de férias. Não se preocupe com dinheiro, pois ainda temos bastante graças a você. Não vejo a hora de reencontrá-la, minha querida, e espero que essa carta a encontre bem e feliz.
Sua mãe, Audrae .

Fechou os olhos e imaginou como seria bom ter o apoio da mãe em um momento delicado como aquele. Queria alguém a seu lado para compartilhar a crise no casamento devido ao comportamento de Magnus. Precisava de conselhos sobre como agir.

Caroline dobrou a carta e colocou-a na penteadeira.

Foi então que se lembrou de Magnus ter mencionado algo sobre um presente no travesseiro.

Havia dito com um triunfo tão selvagem .

O medo tomou conta de seu corpo. Virou-se para a cama com os passos lentos, quase relutantes. Nada poderia tê-la preparado para o que viu disposto sobre os lençóis.

O colar de diamantes. O brilho da joia quase a cegou, cintilando ainda mais com os raios de sol que entravam pela janela. 

Ela deu um grito e caiu de joelhos ao lado da cama, segurando o colar. Virando-o de todos os lados, percebeu que se tratava do mesmo. Não existiriam duas peças iguais.

Um som alertou-a da presença do marido. Caroline se virou depressa, ainda de joelhos, ainda com o colar nas mãos.

— Não vai me agradecer por ter-lhe devolvido o colar?

— Magnus . — sussurrou ela, incapaz de falar.

— Como? — Ele continuou em pé com os braços cruzados na frente do corpo, despenteado e lindo. Seus olhos estavam escuros, um verde profundo.

— Sinto muito.

— A maioria dos ladrões sente. Quando são pegos.

Inclinando a cabeça, ela sabia que merecia tudo o que marido lhe diria. Pelo menos tinha respostas. O mistério do mau humor dos últimos dias estava explicado. Mesmo assim não se sentiu melhor.

— Você não vai me dar uma explicação? Admito que estou curioso para saber o que houve. Minha mente está confusa com as possibilidades. — Ele caminhou até a cama. Caroline observou-lhe cada movimento, notando a curva cruel de seus lábios. Magnus tentava ser civilizado, mas travava uma forte batalha para consegui-lo.

Rosas à Meia-NoiteWhere stories live. Discover now