Epílogo

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A manhã estava quente o suficiente para fazer com que o suor lhe escorresse pela face. O dia estava excelente para trabalhar no jardim. Magnus tirara a camisa e a usava para limpar a testa enquanto apreciava seu trabalho. Rosas de várias cores e tamanhos floresciam, exuberantes, enfeitando o gramado. Sentia-se satisfeito com seu empreendimento.

A vida o rodeava por todos os lados, vibrante e real. Esticou o corpo, espreguiçando-se sob a bela luz do sol. Sorriu. O contentamento o inundava.

Um som fez com que se virasse. Caroline se aproximava, carregando a pequena Esmine nos braços. A filha o avistou e começou a se mexer no colo da mãe e a gritar de alegria.

— Esmine tem algo para lhe mostrar — disse ela, colocando-a na grama.

A pequena agarrou um tufo, arrancando-o.

— Ela quer andar até o papai — anunciou a condessa. A menina tinha apenas dez meses de idade. Incrédulo, Magnus abaixou-se e estendeu-lhe os braços. Para sua surpresa, Esmine, levantando com a ajuda da mãe, deu três passinhos antes de se jogar nos braços do pai.

— Ela andou! — exclamou o conde.

— Nossa filha não é um gênio? — Caroline bateu palmas.

— Nunca vi uma criança tão esperta — disse Magnus, enchendo-a de beijos.

Esmine era uma mistura perfeita dos pais. Os cabelos eram loiros como os da mãe, mas ondulados como os de Magnus. Tinha os olhos de um verde vívido. Os olhos do conde. O nariz e os lábios de Caroline. Ele não gostava nem de pensar no que aquela boca se transformaria dali a alguns anos. Teria de se controlar para não espancar todos os pretendentes que surgiriam.

— Em que está pensando? — Caroline interrompeu seus devaneios, dando-lhe o braço. Ela sorria.

— Na beleza de Esmine e em como ela nos dará trabalho. Estou determinado a aterrorizar todos os jovens de Londres.

— Quer que ela fique solteira?

— Seria tão ruim assim? 

— Por que privá-la da felicidade que conhecemos, meu querido? Ora, Magnus!

A bronca trouxe-lhe um sorriso aos lábios.

— Muito bem. Ela poderá se casar aos trinta anos.

— Você é um conde muito malvado. Venha, Esmine, sua apresentação acabou. Papai precisa trabalhar, e você vai dormir um pouco.

A pequena foi para os braços da mãe sem protestar. Caroline ficou na ponta dos pés e beijou os lábios do marido.

— Esmine vai dormir — disse ele, pensativo. — Quer dar um passeio a cavalo, meu amor? Conheço um lugar maravilhoso chamado Witch's Cauldron. É perfeito para fazer amor.

Magnus deleitou-se com o rubor na face da esposa. Jamais conseguiria se acostumar com a beleza dela, ou com as sensações de seu corpo à menor das provocações.

— Sim, acho que seria perfeito. Esmine, diga adeus ao papai.

A pequena resmungou algo, e Caroline a levou para dentro de casa. O conde foi para o estábulo preparar os cavalos. Em seguida, passou no quarto para trocar de roupa, mas voltou depressa, ansioso para chegar ao lugar paradisíaco.

O dia estava maravilhoso, pensou, montando seu cavalo. Caroline já se encontrava sobre a égua, observando-o com os olhos brilhando de amor e adoração.

Sim, o dia estava glorioso.


Fim 

Rosas à Meia-NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora