- Capítulo 22 - Metamorfose

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     Pulei de alegria assim que Trinity encarou o filhote de dragão e acolheu-o junto ao seu corpo. Matthew, com o cenho franzido, caminhou em minha direção.

     -Está invocando dragões agora? - O príncipe debochou.

     -Não são encantadores? - Perguntei.

     -São fofos. - Matthew deu de ombros.

     -Fico imaginando quanto essas criaturas vão sofrer se deixarmos Thessália nas mãos de Sam. - Falei.

    Passos leves soaram atrás de mim, quase inaudíveis.

     -Isso depende de você. - Uma voz grossa murmurou como um sopro em meus ouvidos. Ruby.

    Meu corpo estremeceu quando me virei e encarei a mulher em minha frente, não sabia o que responder. Mas aqueles olhos castanhos me encaravam com um certo repreendimento. Não sabia o que acontecera na reunião, nem estava curiosa em saber. Se tinha alguém responsável por essa guerra, não era apenas eu.

     -Isso depende de nós. - Matthew deu um passo à frente, corrigindo a fala da Deusa. Um sorriso pairou no rosto de Ruby.

      -Gostei de você, príncipe. Tem um bom coração. - A deusa concluiu, os olhos brilharam perante o truque.

     Foi esse apenas um teste?

    Acredito que Ruby estava sendo esperta o suficiente para colocar em prova nossa bondade, se realmente merecíamos sua ajuda e piedade diante da guerra.

    Um arrepio me deixou mais alerta. Talvez eu esteja com medo de não ser o suficiente para Ruby, para meu povo de Libertália. Para destruir Sam…

     -Podemos fazer uma jornada em busca de mais dragões. - Matthew disse, quebrando o clima tenso que se formou sem que percebêssemos.

     -O quê? - Júlio perguntou, ainda assim mantendo distância entre ele e os dragões no jardim. Chegava ser engraçado seu medo repentino por criaturas aladas.

     -Não foi Rei Harris quem disse que precisaríamos de ajuda mágica? Por que não ajudar esses dragões? Podemos usar alguns para a guerra contra Sam.

     -Garanto para você, garoto. - Ryder se aproximou, olhando para Matthew com desgosto. - Nem todos os dragões vão ser carinhosos desse jeito.

     -Por isso mesmo que usaremos apenas alguns. - O príncipe rebateu com deboche. Segurei a risada.

     -Existem dragões em Libertália? - Perguntei, estava realmente curiosa para saber o que fazia parte de Libertália.

     -Dragões, fadas, magos, bruxas… - Ruby começou a contar nos dedos.

     -Elfos. - Ryder adicionou, logo em seguida, colocou uma mecha de seu longo cabelo dourado atrás da orelha. Sobressaltei-me assim que vi a orelha longa e pontuda do homem.

    Eram elfos, não humanos. Guerreiros elfos.

  Pisquei os olhos desacreditada, meu coração galopou dentro do peito. Libertália tinha um exército todo formado por elfos, todos com poços profundos de poder dentro do corpo.

     -Dragões são ótimos animais para combate. - Disse Ruby.

     -Realmente. - Júlio conseguiu se aproximar assim que os dragões ficaram de costas. - Mesmo existindo diferentes raças deles, os dragões conseguem viver em perfeita harmonia entre si. Mas acredito que vai ser complicado utilizar a prática de domá-los, já que eles estavam adormecidos há muito tempo pela maldição…

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