Trinta e cinco

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- Que cara feia. — Jiraiya falou sentando ao lado do discípulo. — Quer conversar?

- Mayumi-hime me deu um fora.

- Você não entende. — Minato o olhou e voltou os olhos azuis para Konoha.

- Ela não explica.

- Desde muito jovem ela já lutava em batalhas que sequer podíamos imaginar, ela carrega desde que nasceu nove bijuus e qualquer sinal de irritação pode ser o fim para tudo e todos ao redor dela... — Jiraiya suspirou passando a mão no rosto. — Com quinze ela teve o clã massacrado na frente dela e não pode fazer nada, o Nidai e Shodai impediram o resto da transformação dela, todos a queriam como uma arma e foi isso o que ela se tornou, por cinco anos ela viveu sozinha e ninguém além dela e das Bijuus sabem o que aconteceu nesse tempo. Mayumi-hime voltou para nossa dimensão e se vingou dos culpados por assassinarem seu clã, o Nidai-sama até a matou para que o ódio não a corroesse mas ela é imortal o que foi inútil e então ele se aproximou dela, a ajudou, entregou Konoha nas mãos de Mayumi que jurou proteger todos nós, custe o que custar. Ela o amou e ele a amou, diziam que eles eram perfeitos, tanto como um casal como aliados no campo de batalha, ninguém ousava os enfrentar... Ela não lhe deu um fora sem motivos Minato, ela amou e provavelmente sempre amará Tobirama-sama mas também pode amar você, o problema é que ela não pode salva-lo, ela não tinha forças, não tinha chakra e quando ele morreu nos braços dela fazendo duas Bijuus saírem Mayumi quase os matou, era um ódio que o próprio Hashirama-sama quase não conseguiu deter... Desde então Mayumi-hime não fica por mais de duas semanas em Konoha, ela sempre quer missões e mais missões, está sempre fazendo de tudo por nós mesmo sem que a maioria da população saiba. Ela sacrifica a própria felicidade para deixar os outros vivos e felizes.

- O que eu faço?

- Faz um ano desde que ela partiu, pode falar com ela hoje.

- Como sabe?

- Ouvi dizer que ela está treinando com Nagato e Obito.

Uzumaki Mayumi.

- Perderam. — Falo sentada no galho da árvore e meus dois discípulos me olham antes de caírem exaustos no chão.

- Nunca vou ser reconhecido assim. — Nagato resmungou e Obito concordou

- Reconhecimento? Para isso precisam saber usar seus poderes, não adianta serem reconhecidos se não podem controlar seus doujutsus. — Desço da árvore me aproximando deles. — Mas também não podem deixar que a ganância os consuma ou não terão como fugir disso.

- A ganância está correndo pelo nosso sangue. — Obito reclamou se sentando

- Meu nii-san pagou pelos atos dele, se podemos criar um mundo diferente do que nossos ancestrais criaram, se podemos mostrar que a morte deles não foram em vão, devemos fazer isso. — Sorrio minimamente e suspiro ajeitando o bebê em meus braços. — Vocês querem poder e tem isso, mas não se tornem egoístas, não deixe isso consumir vocês.

- Por que recusou o cargo de hokage?

- Eu cometi erros, matei pessoas inocentes... Não mereço ser reconhecida como hokage. — Me afasto começando a caminhar para fora da área de treinamento. — Por isso eu sacrifico minha felicidade e tudo de bom que posso ganhar, auto sacrifício é necessário para salvar vidas inocentes e talvez me redimir pelos meus erros, um dia.

Não esperei por uma resposta e me teletransportei para o prédio do hokage, subi as escadas de forma lenta e o bebê se mexeu fazendo-me olhar para ele.

- Está com fome? — Questiono com um sorriso e cutuco a bochecha dele. — Ou você sujou a fralda?

Sorrio e desvio antes de esbarrar na pessoa a minha frente o que me fez erguer os olhos para o azul oceano. Meu corpo travou e automaticamente o sorriso sumiu de meus lábios enquanto eu agarrava meu filho perto de meu peito.

- Minato... — Sussurro e ele deu um meio sorriso

- Mayumi-hime. — Seus olhos desceram para a criança em meu aperto e dei um passo para trás. — Sua filha?

- Uhum... E é um menino. — Resmungo o vendo concordar com a cabeça. — Não achei que fosse te encontrar tão cedo.

- Estou partindo em missão, espero que não tenha abusado de Obito. — Ele sorri divertido e desço o olhar para a criança. — Quem é o pai?

- Você. — Olho para ele que arregalou os olhos em pânico e segurei meu filho com mais força, como se ele fosse ser tirado de mim. — Eu estava grávida, achei que fosse só um simples enjôo... Gomen.

- E-eu... Sou pai? — Suas bochechas ganharam o tom avermelhado e ele se aproximou mas novamente eu recuei. — Não irei tirá-lo de você.

Deixei ele se aproximar ainda mais e olhar para nosso filho que estava de olhos abertos expondo os ônix profundos, seus cabelos eram negros e o formato do rosto é como o de Minato, a única coisa que ele tem do pai.

- Eu não fiquei com ninguém além de você, antes que pergunte.

- Ele se parece com você... Qual o nome? — Seu sorriso estava em seus lábios e senti meu estômago se remexer como se um conforto fosse me passado.

- Namikaze Shisui. Pensei em colocar o Uchiha mas seria um problema que quero manter ele longe, por isso passei a liderança do clã para Fugaku.

- Alguém sabe?

- Só Tsuna e Orochimaru.

- Se precisar de algo, não hesite em me pedir. — Seus lábios tocaram minha testa e meu rosto esquentou.

Eu não sei o que fazer e tudo o que eu quero é me reconfortar nos seus braços enquanto ele me conta sobre as mudanças que quer fazer como hokage. Mas eu não posso, não posso perde-lo então a distância é o certo... Mas por quanto tempo?

A História apagada.Onde histórias criam vida. Descubra agora