Cap 16: Dois anjos numa cama, e um serafim na rua.

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A noite chegou em paz, ainda passei na farmácia para dar um oi ao meu anjo, olhando para ele senti um pouco de remorso, mas não me sentia completamente culpado, ou seja estava tranquilo. Não saberia dizer que emoções senti e estava sentindo enquanto me caminhava para a sala de aula. As cenas de sexo vespertinas com Adriel ainda frescas me causavam rubores e distanciamento da realidade a cada instante. Na sala de aula, os alunos mais uma vez me notaram distantes, e eu só consegui me concentrar depois que notei a presença de Rafael, estava de volta as aulas, e seus olhos não me deixavam olhar para outros. Consegui dar o primeiro horário, sem que eu parecesse com alguma estátua grega, pálida e com olhar fugidio. Na hora do intervalo procurei ficar só num banco do pátio, a espera de ser procurado pelo meu iniciador, e para minha satisfação ele chegou e ficou a vontade sentando ao meu lado.
-- Fala Professor, tudo bem?
-- Olá Rafa, tudo, e com você?
-- Tudo legal, mas não é o que parece com você, vai, pode contar...
-- Tudo bem, é que estes dias estou com tanta coisa na cabeça que não consigo processar em tempo real.
-- Tudo bem, se não quer se abrir, entendo, ta no seu direito, mas as vezes compartilhar pode ajudar a esclarecer alguns pontos.
-- Sério Rafa, não leve a mal...
-- Pode ficar tranquilo. Mas e ai, pensa em repetir nossa noite mágica?
-- Amigo, não vamos falar sobre aquela noite, vamos deixar no passado...
-- Como? Se eu não consigo, estava esperando você para combinar um dia e horário pra gente ficar bem a vontade...
-- Rafa, veja, foi realmente uma experiência maravilhosa, foi minha primeira vez, mas eu vou continuar saindo com garotas, eu me arrisquei naquela noite, e acho que você é um cara legal, tem uma namorada geniosa e legal, acho que a gente não deve manter este tipo de contato...
-- Não quer mais ter contato comigo, é isso, você esta me dispensando, é isso?
-- Não, eu até gosto de conversar com você, gosto da sua companhia, e gosto de ...
-- De quê? De olhar pra mim?
-- Sim, você me chama atenção, admito. Mas não ao ponto de mantermos uma relação mais intima entende, e eu não penso em namorar garotos, não estar nos meus planos.
-- Entendo, você já conseguiu um cara para viver juntinho, dormir na mesma cama, e coisa e tal.
-- Rafa, o que foi que acabei de falar? Não quero manter relações intimas com outros...
Realmente eu estava pensando justamente nisso tudo era muito novo, e se prender a uma pessoa já de imediato não seria legal. Nesse momento o sinal para o segundo horário anuncia que minha conversa com Rafael chegara ao fim, e ele ficou ali sentado olhando-me se afastar.
...
Não namorar, afinal o que estava acontecendo comigo, este era o Caladriel de sempre? Relembrando mais uma vez aquela tarde com Adriel, e algumas na noite anterior com Rochel, a forma como eu estava tratando o Rochel, era certo tudo isso. Afinal o Rochel estava namorando comigo, eu retribui algum sentimento, ou apenas dormimos juntos e mais nada, eram tantos sentimentos juntos que eu não conseguia lembrar de todas as sensações. Voltei para casa mais cedo naquela noite, o ultimo horário foi vago, respirei fundo, e decidido a tirar todas as duvidas com Rochel, abri a porta e entrei pronto a enfrentar uma guerra íntima, sem grandes consequências e mortes, mas que poderia definir o que eu era e poderia ser em diante.
A sala estava fazia, a TV ligada, deveria esta no banheiro, mas a luz do banheiro apagada. Então fui ao quarto e quando abro a porta silenciosamente como alguém que espreita o mistério, vejo na minha cama eles. A principio uma cena digna de filme pornô. Depois uma cena de traição. Seria traição? Para falar a verdade dizer que meu sangue subiu a cabeça seria a descrição com um eufemismo nada original. Eu estava a ponto de gritar e acordar o mundo todo, e o que me impediu de um escândalo? Provavelmente a excitação que senti em vê-los transando como animais selvagens; a bunda negra e grande de Ariel em movimentos mágicos que se contraia a cada estocada dada, formava uma visão única, no buraco arrombado de Rochel, e este por ultimo gemia com uma cara de dor e prazer. Seus corpos suados denunciava que eles estavam ali já na reta final esperando apenas Adriel jorrar sua porra toda dentro daquele cu que consequentemente passará semanas para se normalizar para mais outra trepada.
Assim como muitos poderiam acabar com aquela brincadeira brigando e se alterando ao ponto de fazer uma cena de novela mexicana, ou ainda acabar integrando aquele turbilhão de movimentos eróticos, fazendo com que Rochel mamasse minha pica, até engoli toda minha porra, e depois fazer Adriel sentar no meu pau enquanto chupava a vara de Rochel. Mas não, era tudo muito louco. Ainda esperei o Adriel urrar de prazer ao atirar de dentro daquele corpo violado, toda sua fortuna quente e deliciosa.
Sai do quarto, sai do apartamento, fechei a porta e...
-- Alô, Rafa?
" Diga professor.
-- Parece uma loucura, mas tem como você me pegar agora em frente a pracinha perto do meu apartamento?
" Agora?
-- É! Pode ser?
" Olha, não vai dá não, mas é alguma urgência?
-- Não, é que eu pensei que poderíamos brincar um pouco, estou precisando descarregar...
"Foi mal, mas estou com a Fê.
-- Desculpe, boa noite.
Desliguei o celular e nem esperei o "boa noite" dele. Acho que fui grosso com ele. Mas também eu estava enganando a quem? Minha atitude foi tão mesquinha, ou até pior do que a dos dois lá na minha cama. Justo na minha cama... Que merda, eu tinha feito o mesmo, porque eu estava me sentindo tão escroto com tudo aquilo? Fiquei ainda um pedaço no banco da praça, quando escuto alguém me chamar.
-- Professor Junior?
-- Sim! – e quando eu olho está ali, parado um jovem serafim. – Daniel?!! O que faz por aqui uma hora dessa?
-- Professor, estou voltando da casa da namorada, e morro aqui pertinho.
-- Verdade, interessante nunca tinha visto você por aqui. -- enquanto eu falava ele ficou em pé na minha frente, com seu short de malha e camiseta de algodão com gola V mostrando um pouco de seu peitoral depilado, mais um que se depila ou claro, não tinha pelos ainda. – Então onde você mora?
-- Ali professor naquele condomínio – apontando para o lado direito do meu condomínio, notei que nós éramos vizinhos e nunca tinha percebido como eu tenho sorte. Então ele resolveu sentar perto de mim, e ainda deu para senti seu perfume, estava lindo.
-- Então Daniel, você não é novinho de mais para ficar andando pelas ruas uma hora dessa, seus pais não liga?
-- Professor, nossa rua parece cidade do interior, aqui todo mundo anda tranquilo, e além do mais faço dezenove em dezembro, e só falta dois meses.
-- Dezenove anos apenas, ainda é um garoto.
-- Ora professor, você também não é tão velho assim pra ficar comparando idades, deve ter o que 23 anos?
-- 22.
-- Viu, tem a idade do meu irmão.
-- E você tem irmão?
-- Tenho e uma irmã também.
-- Legal, mas você já trabalha... Digo, já que está atrasado e estudando a noite.
-- É que ajudo meu irmão durante o dia, nós trabalhamos numa barraquinha de lanches. Meu pai morreu há 7 anos, então nós somos os homes da casa, e mamãe trabalha como domestica, e nossa irmã tem só 10 anos, ai, todos temos que se virá para ajudar mamãe nas despesas.
-- Sinto muito.
-- Tudo bem, nós já nos adaptamos... Olha vou indo, se não fica passando muito do horário, e mamãe se perturba.
-- Ok, pode ir, boa noite... – então fiquei olhando ele sair, tinha um corpo bem jovem e magro, mas bem definido, seu sorriso era de uma simpatia e delicadeza que fez meu coração disparar. Então antes dele se distanciar suficiente para não me ouvi, gritei. – Daniel!
E ele se virou...
-- Diga!
-- Obrigado pelo papo, estava precisando.
-- Valeu, quando precisar é só chamar.
-- Obrigado!
Olhei em volta, tudo era silencio. Nem cachorro latia. Decidi voltar. Decidi não falar nada. Decidi ser o Caladriel de sempre, pelo menos o de sempre que existia a poucos dias.
Entrei e no sofá estava os dois vendo TV, olharam para mim, e Rochel nem esperou eu dar boa noite...
-- O que aconteceu meu anjo?
-- Como assim?
-- Você nunca chega a essa hora, aconteceu algo fora do normal.
-- Não aconteceu nada fora a transa animal dos meus dois amigos na minha cama. -- Eles se olharam, e notei o sangue sumir do rosto de Rochel, Adriel ficou de cabeça baixa, como já era de se esperar dele. E então continuei antes de alguém falar. -- Olha pessoal, saí para deixar vocês concluírem e se comporem, agora estou aqui de volta, vou tomar uma ducha. E vocês podem continuar vendo TV, normalmente. Estou bem, não precisam ficar com essas cara de quem matou e escondeu a culpa.
Fui ao banheiro depois que joguei minhas coisas na mesa da cozinha e tomei um copo d'água, Rochel ainda foi até a cozinha com cara de cachorro pedindo comidinha, mas não dei atenção e fui tomar uma ducha para dormir. Dormi, mas claro que demorei pegar no sono, Rochel antes de se deitar ainda me pediu perdão, mas eu não respondi, eu estava também em divida com ele, mas não queria dar a ele a oportunidade de passar na minha cara, e assim criar uma discussão. Depois eu conversaria com ele e deixaria tudo as claras principalmente o que eu já tinha decidido fazer em relação a nós dois.

O Professor - E Seus AnjosWhere stories live. Discover now