CAPÍTULO TRINTA - DIAN

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"Ela tem os olhos como o mais azul do céu. Como se eles pensassem nas chuvas. Odeio olhar dentro daqueles olhos e ver algum traço de dor". Sweet Child o'Mine (Guns N' Roses). 



— Qual é sua ordem? — Pergunta-me um guerreiro chamado Jayme.

A Lança de Kei permanecia em cima da mesa do Gabinete Real.
Uma arma esplendorosa. 

— Chame Azrael e Eleonor. Quero conversar com ambos antes da coroação.

— Sim Senhor.

— Jayme. E minha Escolhida de Alma?

— Morgana está na Corte Intraterrena, Senhor. Chegará amanhã para a coroação.

— Ótimo, obrigado Jayme.

O macho olha-me assustado.

— De na-nada, Senhor.

— O Rei Thuam não era do tipo que agradecia?

O Guerreiro balança a cabeça em negativa. Ainda impressionado com minha atitude.

— Vai se acostumando, Jayme.

— Claro, meu Senhor.

O macho gira pelos calcanhares, saindo do Gabinete.

A Ilha Cruachan era um lugar rico e abundante. No entanto, os moradores da cidade viviam com medo. Eles temiam as regras do Rei, medo das punições doentias que Corte Real aplicava. 
Thuam torturava seu povo, em praça pública. Aqueles que ousavam desafiá-lo, tinham uma morte humilhante. O conselho Real ficou aliviado e também amedrontado com a Morte do Rei. A grande preocupação estava no próximo governante, quem ficaria no lugar do Thuam? Morgana e Eleonor não aceitaram o fardo, ambas odiavam o próprio Pai. Todos pensaram no quanto Rei era odiado, uma carga que o próximo governante vai precisar carregar.
Respirei fundo, pensando no grande trabalho que vou ter nas próximas décadas. Conquistar um povo que era dominado pelo medo.

— Dian; — Eleonor adentrou na sala, acompanhada de Azrael. — Estamos aqui.

Azrael observou a bela lança na mesa, não tenho tempo para conversas moderadas.
 
— Como conseguiu roubar a lança? — Preciso ser direto.

O macho sorriu, aproximando-se da arma.

— Morfeu é inteligente. Ele protege os tesouros do Reino nas Montanhas. Existe um povoado realmente. É um pequeno vilarejo de pescadores, eles usam as nascentes das Montanhas para chegar até o mar. — Explicou, circulando a mesa. — Há uma Montanha especial, com uma câmera. Ela é protegida por feitiços e um enigma para abrir certa porta.

— E suponho que você conseguiu quebrar os feitiços, descobrir o enigma e…

— Eu conheci Merlin. — Corta-me. — É fácil quebrar feitiços que o próprio mago me ensinou.

— Vai devolver a lança? — Pergunta-me Eleonor.

— Minha decisão já está tomada. A lança pertence a Ilha Cruachan agora.

Azrael gargalhou.

— Você é um garoto astuto, Dian. Será um bom Rei.

— E os mortos na fazenda?

— Foram enterrados como Senhor ordenou; — Eleonor arruma uma tiara de flores na cabeça. — A fazenda foi fechada, janelas e portas trancadas e protegidas por um encantamento de ilusão. Qualquer ser que tentar entrar na Mansão encontrará um demônio lhe aguardando.

— Emmaline?

— Ainda está trancada no quarto, Dian. Ela não quer sair.

Passaram-se quatro dias. E sigo me acostumando com minha nova vida e principalmente com minha aparência. Não só meu poder mudou, mas a cor dos meus olhos estão verdes-neon. Ganharam uma tonalidade tão clara que brilham no escuro. A cor do meu cabelo está mudando, os fios acobreados aos poucos estão ficando negros. E cor da minha pele, que era bronzeada com sol quente do verão. Agora está muito pálida e sem vida. 
Todas essas mudanças estão me assustando, não quero imaginar como está a cabecinha de uma criança de 5 anos.

Dian - O Príncipe Dos MortosWhere stories live. Discover now