Capítulo 4

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       —Meu nome é Otavia, aparentemente vamos dividir essa cela —  dou uma risada mas minha vontade é de chorar.
       — Meu nome é Pedro, por que vamos ficar aqui ? — seus olhos verdes agora estão focados em mim, o que me traz um pequeno desconforto.
     — Ao que parece o horário de telefonemas acabou a meia hora, eu não tenho quem me tirar daqui — desvio o olhar por conta do constrangimento.
       — Ai que raiva — fala mais para si do que para mim.
       — Quem mandou dormir de bêbado. Você devia ter vergonha, tantas pessoas doentes e você acabando sua própria sepultura. — não sei como essas palavras saem de mim, apenas me invadem e não consigo segurar, a maidnou menos um ano meu avô morreu de câncer.
        — Você não devia falar assim, não me conhece, nem ao menos sabe meus motivos e por que está aqui senhora certinha?— suas primeiras palavras tem um uma mescla de ódio e desespero, mas ao fim tem apenas deboche.
        —Fui traída no dia dos namorados e dei uma surra nos dois — minha voz sai com mais orgulho do que devo sentir, acho que amanhã sentirei a vergonha.
       — Nossa! Você devia ter vergonha, tanta gente pregando contra a violência e você ai fazendo demonstrações públicas! — sua ele imitou meu modo de falar e foi impossível não deixar fugir um sorriso.
      

Feliz Dia Dos Não NamoradosWhere stories live. Discover now