4. In

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Fui acordado de maneira abrupta por um barulho estrondoso no meu quarto. Os raios de sol que entraram por entre as cortinas machucando as minhas retinas. Cobri os meus olhos com o antebraço tentando me acostumar com o recurso de luz, mas no momento em que me mexi na cama senti minha cabeça pesar como nunca antes em uma dor excruciante. Gemi em protesto. O que tinha acontecido?

—Parabéns, Kim Taehyung... Muito sútil, você é muito sútil... —consegui ouvir os murmúrios ainda que um pouco atordoado e agora totalmente desperto pela dor, percebi que o meu namorado estava no quarto comigo, em frente à janela, provavelmente tinha acabado de escalar a mesma. Tentei me sentar e a dor de cabeça apenas pareceu duplicar, deixando-me um tanto quanto zonzo.

—O que aconteceu? —questionei confuso, os olhos semicerrados em meio à claridade. O Kim logo tratou de fechar a cortina rapidamente. O encarei. —O que está fazendo aqui, por que não me esperou lá embaixo?

—Hm... —começou vindo em minha direção com o intuito de sentar-se ao meu lado na cama com cautela, o que logo fez. —Você não se lembra de nada, não é mesmo?

Franzi o cenho em confusão.

—Do que eu devia me lembrar? —retruquei teimoso, massageando minhas têmporas em busca de alívio. —Nós fomos a uma de suas corridas ontem e...

Flashes da noite passaram embaralhados em minha mente. Lembrei-me de inúmeras garrafas de cervejas sendo jogadas ao chão por mim, de vomitar sobre meus próprios pés, de ser posto com cuidado nos bancos de trás de um carro que não reconheci, da voz de Yoonji dizendo que estava tudo bem por alguma razão. Depois de eu e Taehyung estarmos em casa, no meu quarto para ser mais exato, de ser carregado até o banheiro, onde o mais novo me deixou sentado sobre a tampa do vaso. 

Lembrava-me de estar me divertindo com tudo, rindo atoa, lembrava-me da água gelada se chocando contra o meu corpo e de ter gritado por isso. E por fim, lembrava-me de me queixar com Taehyung que ele havia acabado com a nossa festa enquanto o mesmo penteava os meus cabelos, o resto era breu.

—Ai meu Deus! —exclamei ao passo em que direcionei as minhas mãos até os meus cabelos sentindo-os ainda pouco úmidos. —Ai meu Deus, aconteceu de verdade! —apavorei-me encontrando o olhar divertido do maior à minha frente. Peguei uma almofada e joguei sobre o rosto dele, Taehyung conseguindo se defender no mesmo minuto. —Isso não é engraçado, o que mais aconteceu?

—Digamos que você fica bem bonitinho torcendo e incentivando os outros a torcerem pelo seu namorado. —o Kim dissera com seu tom provocativo e sorriso ladino no rosto; e eu acabei por pegar de volta o travesseiro em suas mãos para cobrir o meu rosto com o mesmo.

—Isso não pode estar acontecendo! —murmurei abafado.

—Bem, na verdade, já aconteceu, meu amor. —o outro argumentou.

Afastei o travesseiro do meu rosto vagarosamente para encarar o mais novo, os meus cabelos negros atrapalhando a minha visão.

—O que mais eu fiz? —indaguei receoso e assim que Taehyung fez menção de dizer algo, eu o interrompi quando finalmente me toquei de algo. —Espera... O que você está fazendo aqui? Quantas horas são?

—Meio-dia. —deu de ombros. —Eu vim aqui pra cuidar de você, trouxe comida e aspirina... Você sabe, pra sua ressaca. —só quando o maior dissera isso que eu percebi que o mesmo estava com um pacote pardo nas mãos. Desesperei-me quanto ao horário.

—Meio-dia?! —praticamente gritei. —Eu faltei de aula, dormi por todo esse tempo? —chutei os lençóis e edredom para longe a fim de me levantar e assim que coloquei os dois pés para fora da cama e tentei me apoiar neles, caí sentado de novo. Minha visão havia escurecido em meio à dor. Senti-me nauseado de fome.

adrenaline: love in the backseat | pjm + kth / vminWhere stories live. Discover now