5. Love.

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Três palavrinhas. Foi preciso de apenas uma tentativa concretizada daquelas três palavrinhas mágicas parar me constranger e me tirar o sono. Quem eu estava tentando enganar? Assim que Taehyung foi embora de noitinha, após me ver estudar por horas à fio e até mesmo dormir ao meu lado na cama durante o processo, só faltei pular eufórico pelo quarto inteiro. Senti meu coração disparar e o calor aconchegante e característico que eu sentia no peito, migrar até minhas bochechas e orelhas. Cobri meu rosto com o travesseiro e permiti-me gritar. Não via hora de sábado chegar.

Só que a madrugada antecedendo o nascer do sol de sábado chegou e eu não consegui pregar os olhos. Eu me senti extremamente acolhido e feliz por ter ouvido aquele quase eu te amo, mas com isso acabei por me encontrar inseguro. Eu nunca soube me expressar bem com palavras. Eu nunca sabia encontrar voz quando o assunto não era álgebra ou o principio de Fibonacci. E por isso fiquei com receio, pois Taehyung era tão aberto comigo. Os seus sentimentos tão transparentes e era exatamente o que ele merecia. Alguém que não hesitasse por um segundo ao dizer que ele era a pessoa mais encantadora, que merecia o mundo e muito mais. Merecia alguém que o lembrasse diariamente o bem que ele fazia por simplesmente estar vivo.

Mas eu não era essa pessoa. E isso me consumiu durante toda a semana.

Eram 19h00 de sábado, a sessão que iríamos assistir começava às oito então o Kim podia chegar a qualquer momento. Eu estava pronto fazia uns vinte minutos e não deixei a frente do espelho um segundo sequer nesse período. Ajeitei meu suéter azul pela sétima vez desde que o vesti, as mangas cumpridas cobriam meus braços por inteiro, escondendo minhas mãos pequenas. Nas minhas pernas pendia-se uma calça de alfaiataria preta e nos meus pés um tênis branco.

Eu estava muito tedioso? Talvez eu devesse... Mostrar mais pele? Ser menos quadrado? Mais falante?

—Yoonji... —o nome escapuliu inconscientemente dos meus lábios. Ajeitei os meus cabelos negros enquanto encarava meu reflexo um tanto quanto insatisfeito e não deu tempo nem de suspirar cabisbaixo, pois eu ouvi a buzina do carro do Kim ressoar do lado de fora. —Okay, tudo certo. —eu disse pra mim mesmo ao respirar fundo. —Só seja você, Park Jimin. É isso.

Já à porta, ainda do lado de dentro, passei as mãos sobre meu suéter tentando tirar qualquer pelinho que tivesse ali e abri a porta silenciosamente, só não esperava que assim que o fizesse, iria encontrar Kim Taehyung andando de um lado para o outro murmurando algo pra si mesmo. Não consegui entender tudo.

—Olá, Jiminie. —ele murmurou cordial. —Não, muito brega. —descartou. —Boa noite, chuchu, pronto pra se divertir? —sussurrou. —Mas que merda, Kim Taehyung, você parece...

Fechei a porta atrás de mim cautelosamente e desci os dois degraus até a grama do meu jardim ficando à pouca distância do maior. Coloquei ambas as minhas mãos pra trás, sentindo-as tremular em nervosismo. Resolvi me pronunciar.

—Hmm... Eu acho que prefiro a segunda. —afirmei e Taehyung sobressaltou-se em um susto fofo. Sorri. Ele estava lindo num conjunto de lavagem jeans clara e sua assinatura: os tênis surrados e os cabelos encharcados em brilhantina, penteados em um topete.

—Chuchu! —o Kim exclamou e antes que pudesse se atrapalhar com as palavras, eu abracei o seu pescoço, elevando um pouco os pés para deixar um selo demorado na sua boca macia. Os lábios dele tinham gosto de melancia, provavelmente o sabor do protetor labial.

—Você 'tá um pão. —comentei baixinho assim que abri os olhos e o encarei de pertinho. —Aliás... Você não 'tá sempre? —questionei retoricamente.

—Hm, isso é novo! —o maior murmurara em provocação, abraçando firme a minha cintura e me trazendo pra mais perto para beijar-me de novo. Não recusei.

adrenaline: love in the backseat | pjm + kth / vminTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang