Escapada

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Dean fugiu pela noite, deixando para trás o feiticeiro que queria ser seu mestre.

Seu coração ficou em sua garganta, enquanto ele embrenhava através dos terrenos do feiticeiro, para o escuro ameaçador. Árvores apareceram do nada, espinhos o pegaram, rasgando as mangas de sua camisa. Lagos invisíveis jaziam em ocos esperando afogá-lo. O brilho dos olhos no escuro o assustou, uma raposa observou-o passar de uma cerca nas proximidades, suas orelhas em pé, sua expressão predatória. Uma ou duas vezes Dean pensou ter ouvido alguém o seguindo, o estalo de um galho, o sussurro de um passo, mas quando ele congelou, não ouvia nada, além da rápida batida de seu próprio coração.

Ele não sabia se estava aliviado por estar sozinho. Ou se parte dele estava secretamente esperando que Castiel fosse arrastá-lo de volta.

Sua garganta estava seca. Ele engoliu em seco. Milhas à frente, um aglomerado de pequenas luzes douradas brilhavam na escuridão, indicando uma vila meio escondida entre as árvores. Se ele pudesse chegar lá, talvez pudesse escapar.

Atrás dele, luz derramava a partir da janela aberta da grande casa coberta de hera, que havia fugido. Ele podia ouvir o servo ainda chorando de prazer. Os feiticeiros locais se revezando com o servo, assim como acabariam fazendo com Dean eventualmente. Dean estremeceu. A dor familiar construída dentro dele, aquecida e urgente. Castiel tinha acordado uma parte dele que deveria ter sido deixada dormindo, e agora Dean estava vivo, acordado, em chamas. Ele imaginou Castiel beijando-o novamente e foi tão intenso que não conseguia respirar. Castiel iria prendê-lo contra uma parede para que pudesse devorar sua boca, esfregando seu corpo quente contra o dele. E, em seguida, a determinação de Dean iria derreter completamente e Dean iria implorar para Castiel reivindicá-lo.

Quando Castiel finalmente o fodesse, o ato teria o poder de ritual, Castiel iria entrar em seu corpo e capturar sua alma no mesmo momento. Dean era um incubus, ele estava destinado a servir um feiticeiro, era sua natureza. Dean nunca iria escapar de outro encontro com Castiel. Ele estava disposto a entregar-se completamente.

Nunca mais. Ninguém jamais poderia tocá-lo.

O desejo era tão forte que não podia pensar. Devia ser ele na casa chorando, não o servo. O calor de desejo pulsava no seu corpo o tempo todo.

A dor morreu lentamente à medida que a noite avançava, conforme a casa tornava-se distante atrás dele, enquanto suas luzes se diminuíam e se musturavam com a vastidão do céu. Estrelas formaram um arco acima dele, em uma curva colossal de diamantes.

Ele tinha feito à coisa certa, tinha certeza disso. Ele nunca poderia permitir-se ser reivindicado, era loucura. Era a rendição. Era uma vida de servidão, dedicada a agradar seu mestre, desistindo de seu corpo, sua magia, seu coração, sua alma. Melhor escapar enquanto podia.

Ele não viu a sombra encostada na parede de pedra até que as palavras reverberaram. "Você me deve outro dia." Disse Castiel.

Dean se assustou tanto que seu coração tentou escapar através de sua garganta. Ele deu um passo para trás e a grama amassou sob seus pés.

Castiel desencostou-se da parede, uma sombra no meio da noite. Quando se endireitou, a garganta de Dean ficou seca, Castiel se elevou sobre ele, em alguns poucos centímetros, e poderosamente construído. Castiel era tão bonito na luz das estrelas que capturou a respiração de Dean, seu cabelo parecia muito preto, os olhos muito pálido. "Três dias." Disse Castiel. "Esse era o acordo. Se você pode durar três dias, sem me implorar para fodê-lo, você pode ir livre."

"Eu não vou te implorar!"

"Tenho certeza. É por isso que está tentando escapar. Porque você não está preocupado."

Incubus » Destiel VersionWhere stories live. Discover now