Capítulo 2 - Veronica Sanchez

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O sol adentrava o quarto com veemência, as cortinas entre abertas foram as salvadoras para Veronica, que pôde perceber que seu atraso já era considerável, a moça piscou os olhos com força, sentindo o crânio latejar pelas bebidas misturadas no dia anterior, com extrema calma ela se senta na cama e encara o belo homem ao seu lado, o qual já mal se lembrava o nome, ao virar-se para o outro lado a fim de sair de cima do colchão arrepiou-se com a visão de uma linda mulher que ressonava com os seios expostos e tentadores, Camila, esta ela podia muito bem se recordar de quem era, apesar de que a probabilidade de nunca mais cruzar seu caminho a deixava levemente deprimida.

Veronica balançou a cabeça em negação, com certeza a farra fora boa até demais, mas esta pequena divagação não foi suficiente para que ela esquecesse que precisava estar em seu escritório em menos de 30 minutos, levantou-se com delicadeza se esgueirando para frente saindo da cama e olhando brevemente para os dois corpos que lhe proveram tanto prazer na noite anterior, lembrava-se de poucos flashs momentâneos, mas a dor amena em seu sexo podia dizer muito mais que sua escassa memória.

Com nada menos que pressa e ansiedade para ir embora procurou por suas roupas, vestiu o sutiã que estava caído próximo a uma cadeira de balanço, não encontrou sua calcinha então apenas vestiu seu vestido preto com decote quadrado, deu uma leve esticada no tecido com as mãos e suspirou, isto teria que servir, mal tinha tempo de se banhar, quem dirá passar em sua casa.

Foi até a cozinha que se erguia imponente em tons de preto e branco, analisou cada canto e deduziu onde haveria o que precisava, logo quando abriu o primeiro armário da prateleira alta acima do balcão de mármore pode ver várias cápsulas de café e logo ao lado a máquina que as faria, espiou para a porta do quarto para se certificar que não seria vista e rapidamente colocou o café expresso para ser feito, o barulho foi o mínimo possível, quando pronto, pegou sua bolsa e caçou seu copo térmico que nunca esquecia de levar, despejou o liquido quente no mesmo e saiu tomando levando consigo a bolsa e os saltos altos nas mãos, sua meia calça também ficara perdida no apartamento, mas não deu importância, apenas saiu pela porta e iniciou a descida pelas escadas. Maldita hora em que me deixei levar pelo álcool, mais uma vez. Pensou ela enquanto bebericava o café descendo os degraus frios calmamente, louvando por eles aliviarem um pouco os pés doloridos da longa noite na balada.

Ao chegar no térreo, calçou seu scarpin preto e saiu pela portaria dando bom dia para o porteiro que mal deu importância para a desconhecida, talvez o jovem que vira na cama tenha o costume de levar diferentes acompanhantes para seu abatedouro, Veronica não via mal nisso, costumava levar o mesmo tipo de vida, apenas não levava ninguém a sua casa, preferia transar em qualquer lugar e fugir quando ninguém estivesse vendo, conversas pós foda são desnecessárias e constrangedoras, ela odiava ter que expulsar os rostos confusos e magoados de seu apartamento quando os indivíduos não entendiam que tudo se resumia a sexo.

Olhou ao redor quando chegou à esquina da rua e logo se localizou, desceu a rua paralela e logo chegou à estação Ana Rosa, pegou o metrô e desceu em ..., correndo ao mesmo tempo que tentava deixar seu cabelo um pouco mais apresentável, entrou no prédio alto e imponente da ... e conseguiu se adiantar para entrar no elevador que estava prestes a se fechar, murmurou um bom dia para os que já estavam no mesmo sem olhar para os rostos mal humorados, quando chegou ao 17º andar, saiu ajeitando a postura caminhando com a maior elegância possível, logo ao colocar sua bolsa sobre a mesa ao lado da janela que sempre costumava trabalhar, ouve uma voz que não gostaria de escutar tão cedo:

- Veronica, apareça em minha sala dentro de 5 minutos, por gentileza – a entonação calma e tranquila de seu chefe, Eduardo Teixeira, era apenas pura fachada, e todos dentro daquela vizinhança sabiam disso, pois os olhares de pena e deboche choveram sobre Veronica de forma catastrófica, ela sabia bem que estava em uma enrascada, rezava apenas para não ser advertida, mais uma vez.

Correntes de VidroWhere stories live. Discover now