Oh Daddy ~ HL

dezessete

- Mica ta aí? - ouvi uma voz conhecida.

- Ta sim, ela só tá meio febril, mas vai ficar bem. Entre. - Isabel disse com a voz doce. - Ela está no quarto, vai gostar de te ver.

Logo escutei alguém bater na porta.

- Entra. - gritei ainda deitada na cama.

- Oi. - Enzo falou com uma voz aveludada ao entrar.

Não falei nada, apenas me virei de costas pra ele. Um silêncio predominou o local, mas logo o quebrei.

- O que quer?

- Não terminamos nossa conversa.

- E você provavelmente não terminou a conversa com a tal da "Mel" também. Ou terminou?

- Não vim pra falar dela.

- Então veio pra falar o que?

- Olha, vou abrir o jogo contigo. Percebi que a gente tá meio disperso um do outro. E eu não gosto disso. Eu sinto tua falta, Mica. Eu não consigo fazer as coisas sem pensar em você. Pra onde eu olho tem teu rosto ou teu cheiro. Eu tô ficando louco. Eu preciso de você.

- Então porque tava de toalha com aquela garota quase semi nua ontem, ela tava com meu cheiro por acaso? - ri falso.

- Ontem, ela foi no meu apartamento porque queria muito falar comigo. Eu não sabia que você iria lá, se não, não teria aceitado a visita dela.

- Para apenas uma visita ela estava bem vulgar, não acha? Ah, quase esqueci, você também. - debochei.

- Ela derramou café em mim enquanto conversávamos, então fui me trocar. Foi quando você chegou.

- Foi uma bela conversa né? Pra derramar café assim das duas uma, ou ela é super desastrada ou foi de propósito.

- Não sei, só sei que ela pediu pra voltar comigo, mas eu não aceitei. E você sabe o porquê.

- Na verdade não sei não Enzo. - virei para ele com um semblante de raiva.

Ele deu um suspiro fundo e se sentou ao meu lado.

- Porque eu quero você Micaely. E só você.

Ainda não satisfeita com a resposta revirei os olhos e ele continuou.

- Mica, olha pra mim.- ele virou meu rosto pra ele. - Eu gosto muito de ti. Tu não tem noção. - ele foi se aproximando. - Sinto saudades dos seus beijos. - ele disse ao encostar sua testa na minha.

Sua respiração estava calma, mas a minha nem tanto devido os remédios que eu estava tomando para tentar controlar a abstinência e, também, por causa dele.

- Deixa eu sentir teu gosto de novo? - ele sussurrou de uma forma sexy, o que me deixou arrepiada.

Não falei nada. Nossas bocas estavam se aproximando sozinhas, até que se tocaram.

Eu não aguentava tanta tentação.

Envolvi meus braços em seu pescoço e ele colocou sua mão no meu cabelo, puxando-o levemente.

Começamos um beijo leve. Sem muitos detalhes. Nossos lábios estavam apenas grudados. Sua língua explorava cada canto da minha boca.

A tensão desapareceu de mim neste momento.

Éramos apenas eu e ele. Sem mais ninguém.

Coloquei minhas mãos entre os fios de seu cabelo e, então, continuamos com aquele beijo calmo e harmonioso por algum tempo. Fomos parando aos poucos, terminando com um selinho.