vinte e um

1.5K 86 22
                                    

---------- 4 meses depois ----------

Era a grande semana. O bebê poderia nascer a qualquer momento, eu tinha que ficar deitada, relaxando, pra não acontecer nenhum imprevisto, mas acho que sou um pouco imperativa, então isso era um problema. Eu tinha acabado de receber a licença maternidade, porém eu não aguentava mais ficar em casa, tinha que sair dali, nem que fosse apenas pra ficar sentada no parque.

Enzo estava trabalhando pela tarde e eu passada o dia entediada. Melissa, depois que teve o bebê, foi pra casa da mãe de Enzo, pra parar de me encher o saco. Confesso que fiquei com pena da sogrinha, mas tenho quase certeza que ela tá dando um jeito. Enzo ia visitar o bebê dela todos os dias depois do trabalho e, por conta do trânsito na volta, ele demorava muito pra chegar. Eu me virava com o que tinha, fazendo almoço aqui, uma jantinha ali, mas se EU estava me achando insuportável, quem dirá o Enzo, tadinho.

Depois de outro dia cansativo, ele chegou em casa, foi tomar um banho e se arrumou todo, eu fiquei admirando-o da cama.

- E então? Como você passou o dia? - ele perguntou.

- Bem, eu acho. - menti.

Passei o dia sentindo uma dorzinha na barriga, o que mais parecia uma cólica ontem à noite ficou mais intenso hoje de tarde, mas já havia acostumado e, por isso, não quis preocupá-lo, estava suportável.

- Consegui um dinheirinho extra, vamos sair hoje? Jantar fora? Sei que você tá afobada de passar o dia todo aqui dentro. - ele falou ao se aproximar.

- Tem certeza? Sabe que a médica disse que tenho que comer coisas leves e não me esforçar muito.

- Eu sei, mas só hoje não faz mal. Uma carninha mal passada, com baião... Hmmm. - ele fez uma carinha de cachorro molhado.

- Aí para, tá me dando água na boca. É pecado deixar uma grávida com desejo, viu?

- Então vamos, deixa eu matar esse desejo.

Ele disse ao me dar um beijo na testa. Fiquei olhando pra ele por um tempinho, até que vi aquele sorriso dele. Ahh, como eu tava com saudade.

- Tá bom, vamos.

Ele veio pra cima de mim e me encheu de beijocas na cara toda.

- Tomara que nosso filho venha logo, porque eu tô doido pra te fuder gostoso de novo. - ele sussurrou no meu ouvido e eu caí na gargalhada.

Sabemos que transar grávida não afeta em nada o bebê, mas minha médica disse que eu tive um pequeno descolamento da placenta, nada demais, mas era pra eu ficar atenta e não podia fazer NENHUM TIPO de esforço.

Me arrumei rapidinho, coloquei apenas um vestido meio longo vermelho e uma sandália bege. Seguimos para seu carro, (sim, Enzo teve que comprar um carro pra gente por conta do baby) e fomos em direção ao Argent's Restaurant. Era muito luxuoso, a comida estava uma delícia. Tinha a maciez da carne com a cremosidade do purê. Hmm. Uma delicinha.

Momentos como este passaram na minha mente, eu e Enzo superamos bastante coisa. Ele estava com um terninho preto e uma mecha do cabelo caindo nos olhos. Senti o bebê mexer. Sim filho(a), o papai é lindo e você vai ser mais ainda.

Mal posso esperar pra ver o rostinho desses dois e comparar.

Nesse instante senti uma pontada aguda na barriga que foi se espalhando pelas costas, tive que abaixar a cabeça e apertar bem os olhos pra não soltar um grito. Algumas lágrimas caíram pela minha bochecha e, quando passou, Enzo levantou meu rosto e secou minha cara.

- Tá tudo bem, amor? - ele perguntou preocupada.

- Tá sim. - segurei sua mão. - Eu te amo. - disse olhando dentro de seus olhos.

Oh Daddy ~ HLWhere stories live. Discover now