O coração

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Lugar estranho esse, onde é?

Uma luz se acende no recinto, onde é esse lugar? Escondido na mata, esquecido entre gerações.

De lá entra uma garota, adolescente, loira, branca, com um ar meio inocente e de comédia romântica.

Atrás dela, um policial junto com um cachorro sujo, ele parecia calmo mas era treinado de forma árdua para ir atrás dos inimigos até o fim, ele tinha sumido por um tempo, mas conseguiram achar quando ele pulou pela janela latindo estericamente.

Atrás deles, mais quatro pessoas, o escritor oficial do jornal da cidade e pessoas "normais" mais para o fundo.

No canto lá estava, com um cabelo loiro bem penteado, pele cor de café com leite, olhos brilhantes, musculoso e tinha um sorriso que mostrava seus dentes que quase brilhavam, o sortudo que recebeu o poder do deus do amor, Rudá.

Depois que o da lua os deixou, tiveram de mudar de estratégia, ele, a quem todos chamam de Cupido, usavam seus poderes de luz para os experimentos, o projeto ampulheta.

De viver para sempre para viagem temporal, que gente criativa e ambiciosa aquela! Pensava o Cupido.

Ele ainda lembrava como tudo começou, o começo de seu ódio e até o amor.

Seu nome, ele havia esquecido, mas era um homem comum que vivia com sua família simples no centro da cidade.

Nesse tempo, seus olhos tinham uma cor castanha linda, seus cabelos eram morenos e levemente magro.

Sempre desde a infância, apenas amou uma mulher, qual era o nome dela mesmo? Já fazia tanto tempo que ele tinha esquecido.

Ele lhe escrevia poemas longos e belos, porém nunca entregara, temia ser rejeitado.

Apesar disso, os dois sempre se divertiam juntos, eram metidos a aventureiros, criavam histórias com os brinquedos, "Quat e o caçadores de monstros" era uma delas.

Mas cada vez mais que eles brincavam, mais ele se apaixonava, pelo seu cabelo cacheado, risos, pele negra que dava um belo contraste com seus olhos e feições.

Ela amava a natureza, sonhava em sair da cidade grande e ter sua própria fazenda, isso podia mesmo acontecer, já que a família tinha uma fazenda no campo, quando ela crescesse poderia tornar o seu sonho realidade.

Cresceram e cresceram, até o ponto em que ele tinha perdido as esperanças, mas o melhor amigo dele, o qual também o havia esquecido percebeu algo de errado.

Ele era magro, olhos negros e pele mais ou menos como a do amigo, só levemente mais clara, meio baixo e usando um aparelho para arrumar uns dois dentes que eram um pouco tortos, usava óculos pela miopia que tinha, mas às vezes usava lente de contato por vergonha.

Nada o cupido jovem havia dito, nunca havia falado para o irmão do amor impossível que ardia em seu peito como a força de como seria a fase do gigante vermelho do sol.

Os poemas que ele tinha eram sempre queimados e tornados em pó, assim como sua alma (assim ele mesmo pensava, ele tinha mania de poesia).

O Cupido começa a ranger os dentes agora, lembrando do que ocorre em seguida.

Seu amigo, o qual o nome nunca mais irá importar, estava namorando sua amada flor de lótus, em uma noite de luar, ela o havia pedido em namoro, tão pouco o cupido prestou atenção em volta, nunca nem tinha percebido o quanto os dois eram próximos, sempre que estavam juntos, só via a si e ela no lugar, como se o resto sumisse.

Sim, esse acontecimento que parecia de novela mexicana havia acontecido bem na frente dele, como uma bomba nuclear caindo em seu coração de Hiroshima, como um Tsar destruindo tudo em volta, como o exército destruindo todos em Canudos, seu coração fora baleado e explodido sem piedade como se fosse uma formiga deformado por um raio de sol refletido por uma lupa.

A Essência da Morte: O Olho VermelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora