Capítulo 6: A Biblioteca Misteriosa.

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Após a refeição agradável, a Fera tinha planos de reunir seus empregados para que pudessem conhecê-la e lhe surpreender com uma festa.

A garota pediu para que a Fera permitisse que fosse até a biblioteca, já que em outro momento a besta não havia lhe mostrado o cômodo. A Fera sorriu amarelo, concordando com a garota sem pensar duas vezes. Seria perfeito mantê-la ocupada enquanto ele organizava tudo. A distração perfeita sem esforço.

Pegou a mão da garota, conduzindo-a até o corredor que dava para a biblioteca. Com um sorriso amarelo ainda no rosto, como quem claramente estava escondendo algo, ele inventou uma desculpa boba para sair dali apressadamente, mas a garota deu de ombros e seguiu pelo corredor extenso sem sequer notar aquele comportamento. Estava completamente interessada em que tipo de livros poderia encontrar na biblioteca real, seria ótimo passar um tempo com a cara nos livros.

Ao abrir a porta, olhou do chão ao teto fascinada pela quantidade de livros que havia lá. Ela percorreu pelos inúmeros corredores lotados de livros, olhava ao redor e parecia um labirinto sem fim. O piso de porcelana em um tom creme dava um ar charmoso ao ambiente. No teto havia figuras de anjos espalhados por toda a parte. Era deslumbrante. Havia prateleiras do chão ao teto, eram tantos livros que era impossível imaginar as maravilhas que poderia encontrar lá.

Ela correu pela biblioteca gigantesca, maravilhada com tudo que estava diante dos seus olhos. As estantes eram etiquetadas, então seria mais fácil procurar alguma sessão que mais lhe agradava. Existiam livros de todos os lugares, em todos os idiomas, em todos os formatos. Era a maior riqueza daquele castelo, Isabela tinha certeza disso.

Mais à frente encontrou um livro grosso em um pedestal de madeira. Apesar de estar repleto de poeira, aquele livro chamou a atenção de Isa quando um raio de sol entrou por uma janela, iluminando-o. Ficava mais nítido ainda o brilhar da capa, como uma joia rara.

Ela se aproximou e de repente o livro se abriu com o barulho. A garota deu um pulo para trás, as páginas iam e vinham sem parar. Com um brilho ofuscante a silhueta duma mulher lentamente saiu do livro. Isabela estava assustada, tentou gritar, mas sentiu seu corpo paralisado.

A mulher estendeu o braço, que se esticou até agarrar o tornozelo de Bela, que começou a se debater desesperadamente. De sopetão sentiu uma presença se aproximando e deu de cara com aquela aberração. Tentou pedir ajuda, mas seus gritos permaneceram abafados. A mulher tinha olhos totalmente pretos, e veias escuras percorriam seus olhos até o meio da bochecha. O rosto pálido e extremamente magro dava-lhe um aspecto ainda mais assustador se visto de perto, devido ao abalo. Isabela não aguentou e desmaiou por causa do susto. Agora vulnerável, foi puxada para dentro do livro, que logo após se fechou.

***

A garota finalmente acordara, olhou ao redor enquanto se levantava lentamente – estava em uma floresta – e pôs-se a andar de um lado a outro, gritando por ajuda. Quando ouviu um barulho entre as árvores, escondeu-se e viu uma mulher de sobretudo preto passar carregando velas em sua mão, com cabelos compridos pretos e uma silhueta magra de estatura mediana. Ela olhou na direção onde Isabela estava escondida. Isabela tentou comprimir o corpo na esperança que sua presença ficasse invisível.

De repente o silêncio tomou conta da floresta, e bem devagar engatinhou entre arbustos olhando ao redor, cuidadosa. Quando repentinamente sentiu a mesma presença atrás de si, sentiu um frio percorrer a espinha; tomou fôlego e virou-se para encarar a mulher assustadora. Ao virar-se, fechou os olhos e soltou um grito com toda força que seu pulmão podia aguentar. A mulher misteriosa assustou-se e foi para trás bruscamente, então Bela tomou coragem para enfim abrir os olhos. Ao ver a mulher de perto, sua voz foi diminuindo até parar de gritar, encarou-a de cima a baixo em posição de defesa, caso ela tentasse algo. Vendo que a garota havia se acalmado, a mulher finalmente falou:

- Ora, ora, se não é a garota que eu estava procurando! A garota que bagunçou tudo! Agora, por sua causa, estão me culpando nos reinos dos bruxos!!!

- Ora, ora, se não é a garota que eu estava procurando! A garota que bagunçou tudo! Agora, por sua causa, estão me culpando nos reinos dos bruxos!!!

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- Espera, o que disse? - perguntou Bela com a voz quase falhando.

- Foi você que estragou tudo. Você amaldiçoou aquele pobre garoto e ainda por cima tomou o lugar da ''garota certa'', a pessoa que eu havia escolhido para quebrar a maldição! – respondeu impaciente.

Bela deu um passo à frente e, tomando mais coragem, foi se aproximando da mulher, que pareceu surpresa pela atitude.

- Quem é você e que lugar é este? Eu não sei do que está falando, mas quero que me tire daqui! – disse com a voz firme e corajosa.

A mulher olhou a garota com deboche e riu.

- Fala sério, você nem ao menos lembra do que fez?! – respondeu aproximando-se e encarando-a cara a cara – Tulipa é o meu nome, e eu sou uma bruxa que foi acusada por enfeitiçar um garoto, transformando-o em uma fera, quando na verdade a culpa é sua!

Os olhos de Bela se arregalaram e, como se estivesse levando um golpe, caiu para trás encarando a bruxa de forma assustada. "Podia ser verdade aquilo?", ela pensava.

- Venha comigo. Ao que parece você não se recorda de nada, então provarei o que estou dizendo! – ordenou. O medalhão em sua testa brilhava, fazendo com que no meio daquela floresta densa e neblinosa se abrisse uma passagem, dando clareza para as escadas que seguiam em um caminho um tanto quanto suspeito. As duas voltaram a se encarar - Você não tem muita escolha!

Isabela estava muito assustada, no entanto não havia o que fazer verdadeiramente. Então levantou-se com dificuldade e seguiu a bruxa.

 Então levantou-se com dificuldade e seguiu a bruxa

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A Bela e a FeraWhere stories live. Discover now