22 • Zapão Parte IV

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Oi morangas do agreste!

Pra quem perguntou o que eu tava tomando final de semana, era o mesmo que o Jin.

Boa leitura...

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A alfa observava o corpo adormecido ao seu lado, enquanto segurava o choro. Sentia cada batida do coração do ômega, como se fosse o seu. Pensava que a angústia do choro preso talvez acordasse ele, então deixou as lágrimas escorrerem por seu rosto.

- Não chora. - A voz de Jin soou como uma melodia e Bora sentiu seu coração mais acelerado. - Não foi sua culpa.

Ela o encarou, vendo os olhos castanhos de volta. O cio de Jin já havia terminado. Da pior maneira. - Foi sim... - Falou em meio ao choro. - Eu não queria... Mas não me aguentei... - Sentiu uma sensação ruim, uma mágoa que não lhe pertencia.

- Eu entendi, Bora. - Jin se levantou da cama, tentando entender a sensação de desespero, que o deixava enjoado. - A culpa foi minha de ter feito você me marcar. - Foi até a porta do banheiro e viu seu reflexo no espelho. A mordida em seu pescoço estava vermelha, destacando na pele pálida. A tocou com os dedos, a sentindo gelada. - Me desculpe por te obrigar a fazer algo que você nunca quis fazer...

Bora voltou a sentir mágoa, agora maior. - Não, Jin... - Se levantou, indo até o banheiro, mas o ômega foi mais rápido.

- Eu preciso de um tempo. - A olhou nos olhos, antes de fechar a porta e deixar ela parada no meio do quarto.

Jin sentiu angústia e teve vontade de chorar. Foi até o chuveiro e o ligou, deixando a água escorrer por seu rosto e corpo, fazendo a mordida arder um pouco. Se sentia um completo idiota por acreditar que algum dia teria uma alfa como esposa, uma bela casa, filhotes lindos e uma marca em seu pescoço. Não queria que fosse dessa maneira, a obrigando lhe morder. Se sentia traiçoeiro e usurpador, então chorou o que podia, aumentando mais ainda a angústia em seu peito.

Bora foi até a parte externa da cabana, observando a água cristalina da gruta refletir no teto. Sentia a tristeza e a mágoa do ômega mesclar com seu desespero e medo. Jin não queria ter sido marcado e ela mesmo assim o fez, se aproveitando da vulnerabilidade do cio dele. Sentia que era sua obrigação não cair na tentação, mesmo que Jin a tivesse persuadido.

Colocou os pés na água morna e mergulhou, sentindo a água lhe acalentar. Queria voltar no tempo e talvez não ter conhecido o ômega. Sentiu que havia tirado a liberdade dele e se culpava por isso. O sonho de ter uma casa grande, filhotes lindos e um marido ômega marcado, era pura ilusão.

Olhou para trás e viu Jin entrar na água, sem saber direito o que fazer. O brilho de seus olhos havia sumido e Bora voltou a chorar, o fazendo se aproximar e a abraçar.

- Vamos resolver isso... - Jin murmurou no ouvido dela. - Aconteceu e não podemos ficar pensando no que poderíamos ter feito de diferente. - O contato pele a pele era diferente, mais sensível.

- Eu vou falar com seus pais e antes das férias acabarem, já mudamos suas coisas para o meu apartamento... - Bora fungou, tentando não olhar para a marca no ombro dele. - Nosso apartamento...

Jin desfez o abraço, a olhando com o cenho franzido. - Não precisamos disso... É só uma marca.

- Você sabe que não é só uma marca, Jin. - A alfa se afastou um pouco. - Não é só... É tudo... É a união das nossas almas, é passar a nossa vida inteira juntos, é saber o que o outro sente... - O desespero tomava conta dela. - Eu te condenei a mim, no momento que eu cravei meus dentes em teu pescoço.

HARU | Jin [BTS] ABOWhere stories live. Discover now