[CONCLUÍDA] O mundo tende a incandescer.
Dois atores que contracenam apaixonadamente nas telas e não se suportam fora dos estúdios. Eles conseguiam coexistir sem maiores danos, até que tudo desanda e os dois homens acabam indo para a cama no dia d...
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" Nem toda boa ação gera devidos agradecimentos, assim como nem todo aquele que fere, quer realmente ferir."
J i m i n
Eu só me dei conta de que deveria ir embora no momento em que meu despertador no celular tocou, e eu percebi que eram cinco da manhã.
Eu estava sentado na poltrona do quarto de Jeon, como fiquei o resto da tarde e a noite toda, pois algo em mim dizia que ele poderia acordar e ter um ataque de pânico, derrubando tudo no chão ou arranhando seu próprio rosto. Mas talvez a situação fosse tão crítica que ele não tivesse forças nem para isso.
Eu acabei por comer bolachas diet do armário dele como jantar, suspirando ao perceber que a noite ainda ia ser longa para mim. O deixei ainda dormindo antes de ir para casa me arrumar para o dia de trabalho, sem saber como ia estudar o texto e principalmente, atuar quando eu estava me sentindo à beira da exaustão. Mas mesmo assim, desci do carro na hora correta e cheguei à GC no horário de sempre.
Seokjin me vestiu com paciência, me arranjou energético para que eu ficasse ao menos de olhos abertos e pediu para que reforçassem a maquiagem ao redor dos meus olhos. Eu silenciosamente deixei que ele me vestisse e que a moça me maquiasse, perguntando se eu desejava algo para comer, mas eu neguei.
Quando estava no camarim, sentado em um banquinho sem encosto para não amassar minha roupa branca, foi quando ele chegou. Jeon abriu a porta do camarim com sua bolsa de couro, e mesmo que eu estivesse bem em frente a porta, ele sequer dirigiu seus olhos a mim. Franzi o cenho discretamente ao perceber que ele não me cumprimentou, apenas colocou a bolsa na mesa e começou a tirar suas coisas pessoais de dentro dele, ignorando minha existência ali.
Como se eu não tivesse um pingo de orgulho dentro de mim, me levantei e lentamente fui para mais perto dele, ficando praticamente ao lado e atrás ao mesmo tempo.
— Jeon? — Chamei. Ele parou de mexer na bolsa e apenas me olhou de canto, como se não quisesse se dar trabalho, seu maxilar estava travado e eu sabia muito bem que ele não queria minha presença ali, só...
Eu só não entendia o motivo.
Apertei mais as folhas, sem saber o que dizer naquele momento, sem saber se eu ao menos deveria dizer algo para ele.
— Não vai responder? — Perguntei, com uma voz normal.
Foi quando ele soltou de vez a mochila, fazendo a fivela bater com força na mesa, causando um barulho alto que me fez franzir as sobrancelhas mais uma vez.
— O que você quer? — Sua voz foi dura na minha direção, me causando estranheza. Jeon se virou para mim apenas para poder colocar seus olhos duros e felinos contra os meus.
— Do que você está falando? — Me afastei do seu olhar carregado, porque aquilo estava me deixando desconfortável.
— Oh, por favor. — Seu deboche foi tão grande, seu sorriso e olhos para cima foram tão evidentes que vibraram em meus ouvidos. — Você vai continuar fingindo que não conseguiu o que queria ou que não viu o que viu?
