Prefácio

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Minha casa é o precipício,

Construída em arestas, sem resquício

Fi-la para erguer santuário

Uma linha tênue do artista com o mortuário



Com o mantra em minha boca,

Rastejo-me como pecador em confissão

Sou apenas louca,

Uma bela profissão



Sou criatura nefasta de Hades

Sob bênção de Perséfone e abandono das proles

Sou caso perdido a correr,

Não me existe o medo de morrer



E faço de cada verso, uma prece

Que na própria estrofe, se esvaece

É minha culpa, por ser filha da escuridão,

E rezar à Augusto dos Anjos por perdão  



(agora leia apenas as linhas em itálico)

Anagramas para Perséfone [antologia poética]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora