Hotel, San Diego, California

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Como as boas histórias, essa não teve um final
O que somos, meu anjo?
Atualmente conversamos como se nada tivesse acontecido,
Como se eu não sentisse sua falta e você pouco se importasse

Não somos nada, eu não quero ser nada
Creio que os lábios dos quais nunca senti o gosto não se abririam para mim agora
Eu gosto dos corpos que passam, vem e vão,
Sem nenhum significado

Você gosta de casos sérios
Tipo ruim de amor, jeito certo de amar

E como numa dança, eu rodopio nesse jogo,
Fingindo ser eu o peão

Você foi meu peão sem qualquer intenção minha
Perdoe-me, merecia mais que uma garota com olhos profundos e jeito faceiro
Coisas certas atraem pessoas erradas

Pois eu era uma curiosa
Experimentos para alguém que há pouco entendera e aceitara não ser hétero
Minha primeira decepção eu já tivera, mas me nego a usá-la como desculpa

Meu anjo, eu fui terrível e eu sou terrível
Gosto de corpos que se entregam e não pedem devolução
Nesse espaço-tempo indeterminado feito para amados, não amantes

Esse é o nosso fim, talvez
Rindo sem roupa e sem amar ninguém, eu continuo
E você, também


NA: Isso está mais para uma prosa do que um poema, mas, já que não o liberarei em meu livro publicado fisicamente, ele reside aqui como peça final desta obra. Eu agradeço a todos que leram e apoiaram – sendo poucos ou não – pois cada um a seu modo mudou a vida desta aspirante à autora famosa (quem sabe um dia eu seja). Enfim... Até mais ver, quem sabe este livro de poesias não esteja em livrarias de todo o país num futuro breve. ;)

Anagramas para Perséfone [antologia poética]Where stories live. Discover now