Ultimato

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Disseram-me para escrever

Palavras amargas como fel

Mandaram-me ceder

A sentimentos incoerentes com meu papel



Fizeram-me de vilã

Eu cri que esse fosse meu dever

Puseram-me em dúvida se era sã

Quando minha mente já não sabia no quê mais crer



Se é tão certo, por quê não quero?

Se é tão errado, por quê faço?

O que esperam de alguém em desespero?



Não é mais escolha, é fato

Matar ou morrer, minha sina

Meu âmago, meu ser... Meu ultimato  


(soneto meio antigo, mas ainda bem válido)

Anagramas para Perséfone [antologia poética]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora