Capítulo 2

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- Como foi?

-Ela não quis falar comigo ela...

-Ela não tem escolha, você tem que deixar isso explícito. Ela sabe que você é uma novata e vai tentar amedrontar você Swan.

-Ela disse para eu voltar amanhã.

Silêncio.

-Você não vai voltar.

-O que? Por quê não? Ela escolheu o dia e pode acabar falando algo...

-Não, você não está entendendo, ela está Armando alguma coisa.

-Como poderia? Ela está mais presa que um diamante no banco.

-Esta resolvido. Você vai acompanhar apenas os relatórios de longe.

-Senhor...

-Conto com você.

Desligou.

Suspiro, meu primeiro dia, minha primeira chance de entrar no trabalho de campo e falhei. Voltei para a monotonia do escritório, olhando para o grosso volume de papéis em minha mesa reviro os olhos; Não era assim que eu achei que iria me sair.

No dia seguinte.

O café quente sempre foi o meu maior e melhor companheiro em tempos de estudos e sobretudo nas leituras extensas de arquivos criminais.

Eu me perdi no tempo lendo as crueldades e a perspicácia de Ann Machi, a garota é um gênio maligno, como nós filmes.

Meu telefone passou a tocar incessantemente.

Quando atendo meu chefe parece nervoso e preocupado.

-Preciso que você venha para o presídio.

-Estou indo. - largo minhas coisas e me arrumo rapidamente, já me avisaram sobre não fazer muitas perguntas para seu superior e pretendo seguir esse conselho.

Dentro do carro piso fundo, uma inquietação se instala, ele teria mudado de idéia?

Quando chego ao cinza e sério presídio feminino de Albatroz vejo uma ambulância no estacionamento, e em seguida saindo correndo médicos com alguém na maca, há sangue em suas roupas. Mais uma emergência nos blocos eu acho, me avisaram que isso seria decorrente mas ainda me causa nervosismo, sigo para a entrada falar com os guardas para entrar mas já vejo meu chefe saindo e quando me vê apenas faz um sinal com a mão me chamando.

-Senhor.- me apresento.

-Aquela peste quer falar com você.- ele diz e parece amargurado.

-Pensei que me deixar falar com ela estivesse fora de cogitação.

-E estava mas não vou arriscar outro agente. Ela arrancou um pedaço do rosto do Edwards, me desculpe Swan mas vou jogar você para o perigo.- ele começa a andar para dentro do presídio e eu o sigo, ele me dá um tapinha nas costas para me encorajar- não se esqueça do que é aquela garota. Agora some.

Os agentes penitenciários me olham estranho, fazem sinal para que eu os siga e eu vou. Ela não está amarrada quando chego, está sentada em sua cama com sangue em seus lábios e quando entro me sinto um rato sendo dado de alimento para uma cobra.

-Katherine, você veio.- ela parece amigável e pacífica, eu poderia até acreditar se não soubesse que foi ela quem arrancou um pedaço do rosto do meu companheiro de equipe.

-Eu disse que voltaria.

-Quero dar uma volta lá fora.

-Isso não é possível.

-Prometo me comportar.

Balanço a cabeça negativamente.
Ela se levanta da cama e anda em minha direção, os agentes penitenciários ficam tensos, ela agarra minha mão, trinco os dentes tentando não deixar que ela me assuste, ela me olha.

-Solta ela.- um agente já saca seu cassetete.

-Por favor.- os olhos dela não refletem a mesma gentileza de suas palavras.

-Será que tem como?- olho para os agentes.

-Ela é um perigo para as outras presas.- diz a agente feminina a minha direita.

-Podem me algemar.- ela mesma oferece os pulsos.

-Pelo bem da investigação.- me vejo reforçar o pedido dela.

Eles parecem incertos mas decidem aceitar, ela se deixa ser algemada e levada, as demais presas não reagem bem sabendo que teriam que desocupar o pátio por que a presa de segurança máxima queria um passeio.

No pátio Ann se sentou no sol de olhos fechados, parece que não via o sol a anos.

-Por quê fez aquilo com o policial?- pergunto a ela.

-Para trazer você aqui.- ela fala de olhos fechados.

-Para conseguir tomar sol...

-Você não é tão burra quanto achei que fosse.-ela abre um olho e me olha sorrindo um pouco.

-Que tal conversar comigo como agradecimento?

-Já estamos conversando.

-Que tal falarmos da família Weskler?

-Eu não gosto de estupradores, o pai dessa família era um, e eu o matei. -ela fala tão despreocupadamente como se falasse de seu vestido novo.- a mãe não tinha nada a ver, mas ela estava no lugar errado na hora errada.

-Você matou uma criança...

-Uma criança com câncer.

-Estava acamada não tinha como se defender!

Agora ganhei a atenção dela, ela me olha com seus olhos ferozes.

-Eu lhe dei a eutanásia necessária, presa numa cama com dores e sendo abusada e negligenciada, aquela garotinha ansiava a morte, e eu dei isso a ela.

-Você acha mesmo que isso é certo?! E quanto aos sequestros, as pessoas que queimou vivas e ao seu namorado que você matou....

Ela rápido como um relâmpago agarrou meu cabelo com suas mãos e puxou minha cabeça até que sua boca estivesse em meu ouvido.

-Há 3 tipos de situações em que a morte está envolvida, justiça, desigualdade e piedade, alguns crimes que cometi podem não ter sentido para você.... talvez eu possa te explicar depois...mas agora, você é minha e vai me ajudar se não quiser entrar na minha lista.

Foi o tempo suficiente para os agentes chegarem e nos separarem, ela soltou meu cabelo facilmente e sorriu.

-Foi bom passar tempo com você Kathrine, te vejo amanhã?

Ofegante analiso ela, ela parece serena, os agentes se apressam a conduzir ela de volta para eu cela, ajeito meu cabelo.

Entendi o que o Inspetor Fernandez quis dizer com me atirar aqui, eu estou fodida.

Mente CriminosaOnde histórias criam vida. Descubra agora