Capítulo 27

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Já é noite e a casa está tão silenciosa, Morgan não me responde nada do que eu pergunto, tão pouco qualquer uma das empregadas ou dos homens armados.

Kashid sumiu, e estou sozinha nesse quarto escuro.

Ao menos a cama está forrada e se eu olhar pela janela para o enorme jardim da propriedade posso fingir que está tudo certo e que estou de férias e só tenho que me preocupar em descansar.

No entanto não sei onde Ann está, e sequer se ela vai voltar... E se não voltar?

O que será de mim aqui?

Ouço uma chave abrir a porta, olho e a luz irrompe no escuro do local, derrepente a luz se acende e vejo Ann olhando em volta, quando me vê abre um pequeno sorriso satisfeito.

-Acordei você?

-Não eu...onde você estava?

Ela dá de ombros e tira os sapatos, vai direto para o banheiro direto me ignorando.

Talvez tentar fugir com Kashid tenha comprometido a relação de forma mais séria do que pensei.

Quando Ann sai do banheiro apaga a luz, me sinto apreensiva, ela se deita aí meu lado na cama e respira fundo.

-Me desculpe.- disparo e aperto o cobertor nas mãos - eu só queria ver Alice. Não é nada com você eu só...

Ela se senta.

-Por que não pediu simplesmente?

Encaro ela.

-E como você...

Ela levanta a mão me cortando.

-Basta me pedir. - ela se aproxima de mim e beija meu ombro- Você sabe que eu sou muito receptiva com o que você diz...

Me arrepio e me encolho.

-E-Está bem...boa noite.- gaguejo e me viro se de costas para ela me cobrindo até o ombro.

Sinto que estou arrepiada de todos os modos possíveis... Ela se deita e passa a mão por cima de minha cintura me puxando para perto dela, de forma que por baixo das cobertas ela possa estar colada a mim, levanta o meu cabelo e beija a minha nuca suavemente.

-Senti sua falta hoje... Só um pouco.- ela murmura e minha coluna se contrai, perto demais.

Fico de olhos abertos, caso eu feche posso voltar a me lembrar daquele dia...

-Se deixar posso te ajudar a relaxar.- ela murmura e devagar com os dedos rapidos e espertos alcança o cós do meu pijama.

-Ann...

-Eu só o farei se você permitir. Pode ser como o beijo, você me diz quando parar.- ela fala de forma paciente, enquanto alisa minha nuca com a ponta de seu nariz, o ar parece estático ali, cada toque é muita coisa.

-Eu não sei eu...

-Confia em mim?

Não respondo, aguardo no silêncio, a mão dela não se mexe, ela está paralisada esperando minha resposta, aprecio a paciência leal dela.

-Sim.- falo respirando fundo, ela da uma pequena risada.

-Então vamos brincar minha querida...

Uma brisa entra pela janela batendo em meu rosto, tão gelada criando um contraste forte com a temperatura da minha pele a medida que permito que ela me toque.

Eu já não ouço o que ela murmura só sei sentir, quando sinto ela alcançar minha intimidade tremo, o arrepio me percorre até a alma, não fundo uma vaga lembrança do que houve parece querer eclodir, mas o carinho, o toque e a cada tipo de manobra que a mão ágil de Ann usa me faz ofegar mais ainda.

Acabo fechando os olhos, é inacreditável a situação.

-Você está gemendo um pouco alto... - a voz dela está carregada de satisfação, ela devagar me faz virar de frente para ela sem parar sua massagem tão deliciosa.- Shhh, só estamos começando...

Olho para ela, os olhos dela buscam os meus, eu não consigo me controlar. A única coisa que preciso é que ela não pare o que está fazendo, derrepente os lábios dela estão contra os meus, um beijo ainda mais quente que o da última vez, e me permito.

Permito que esse beijo tenha o melhor de mim, mas a sensação de prazer só aumenta, passo as mãos nos cabelos macios dela, de olhos fechados tão colada a essa mulher pareço estar onde sempre quis estar.

Nada importa aqui, apenas ela e eu, apenas o sentimento que ela me passa com o desejo que demonstra em cada movimento de sua mão e sua boca, parece extremamente necessário que esse momento acontecesse, até que ela me leva ao ápice.

Exatamente no momento em que o beijo cessa, pausa para respirar, abraçadas como uma só, meus gemidos saiam ofegantes até que gozo com ela.

Me deixa ainda mais ofegante e corada.

-Katherine...- ela passa a mão livre em minha bochecha, ela também ofega e parece embargada numa própria sensação de satisfação e desejo.

-Sim...?- murmuro encarando os lábios dela, beija-la novamente parece uma ideia tão boa...

-Acho que amo você.- ela derrepente parece confusa, balança a cabeça descrente e move um de seus dedos dentro de mim.- Isso é possível?

Ofego e olho para o teto.

-E-Eu...- eu não sei o que dizer.

Isso é o que dizemos em circunstâncias como essa?

Ela apenas retira sua mão e me abraça.
Ficamos em silêncio abraçadas .

-Não precisa dizer nada, eu não espero nada de você.- ela sussura em determinado momento e concordo me agarrando a ela.

Foi libertador mas derrepente acho que estou na ponta de outro penhasco.

Mente CriminosaOnde histórias criam vida. Descubra agora