Hyunwoo tinha tomado para si a responsabilidade de cuidar de Changkyun e ser aquele com quem o garoto sempre poderia contar. Aquele que seria o refúgio, não importava onde ele estivesse. O primeiro e único que jamais sairia do seu lado.
Mas Changkyu...
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A experiência do primeiro beijo parecia ter mudado alguma coisa em Changkyun. Ou talvez, aquela transformação tivesse ocorrido apenas aos olhos de Hyunwoo.
Até então, seu dongsaeng sempre lhe pareceu muito tranquilo e amável, tão novo e inexperiente, que foi inquietante perceber que nem todos o enxergavam como ele. Compreendeu que Hoseok não era uma exceção ao ter se interessado daquela maneira por Changkyun e só então passou a perceber que seu vizinho estava crescendo. E aquelas mudanças provocavam reações nas pessoas com quem conviviam.
Os beijos inocentes do quintal de casa com Hoseok já não aconteciam mais àquela altura. Wonho havia mudado de escola e de cidade naquele ano - o último no Ensino Médio -, e seu contato com ambos havia diminuído bastante. E embora Hyunwoo soubesse que Changkyun já não era tão inocente quanto pensava, ele continuava sendo o amigo que Hyunwoo queria proteger e esteve ao lado dele com medo de que seu coração se partisse com a partida do Shin.
O Im, por sua vez, pareceu lidar muito bem com isso. Se fosse sincero consigo mesmo, admitiria que Changkyun sempre foi bastante maduro para a idade e a despedida entre ele e Wonho foi carregada de uma saudade antecipada, mas o sentimento entre eles era bastante raso e platônico para que causasse tanta dor. E por ter o coração de Changkyun inteiro e devidamente protegido, Hyunwoo sentia-se profundamente agradecido.
Sua paz em relação a isso não foi nenhum pouco duradoura, entretanto.
Lee Minhyuk era um rapaz não muito mais velho que Changkyun e os dois tinham se conhecido pouco tempo depois de o loiro se mudar para a vizinhança, duas ruas acima. Quase tinha atropelado Changkyun com sua bicicleta durante os dois minutos que o mais novo levava para sair do próprio quintal e chegar ao de Hyunwoo e, depois disso, o garoto não parava mais de passar em frente a casa do Im.
Eles passaram a sair para pedalar juntos algumas vezes e Hyunwoo era sempre convidado para se unir a eles, mas o mais velho percebia que, se pudesse escolher, o Lee preferia estar sozinho com Changkyun.
Minhyuk não era um garoto ruim, ele sabia disso, mas era impossível não se sentir um tanto enciumado ao perceber sua facilidade em tocar Changkyun e lhe encher de um carinho físico excessivo da forma mais natural possível. Hyunwoo não sabia se comportar dessa maneira, algumas vezes refreava seus toques, receoso de que parecesse estranho para Changkyun.
Mas ele parecia apreciar quando Minhyuk o tocava.
Não demorou até que Hyunwoo flagrasse o mais novo aos beijos com o garoto loiro através da cortina da janela do seu quarto no curto período em que ficava sozinho em casa, antes dos pais chegarem no trabalho. Shownu costumava fingir não estar no próprio quarto para não causar nenhum constrangimento e ainda que não quisesse ver o que faziam, era impossível não acabar vislumbrando as silhuetas se movendo algumas vezes.
Naquele dia, contudo, as sombras pareciam estar lhe pregando peças.
Já era noite quando ouviu a porta de Changkyun bater com certa força. Sabia que os pais do garoto ainda não tinham chegado e que aquele deveria ser um dos vários momentos em que os rapazes trocavam beijos ousados. Mas conhecia a voz de Changkyun bem demais e aquele tom era completamente novo.
As luzes estavam apagadas e apenas por isso Hyunwoo ousou se aproximar da janela ainda meio velada pelas cortinas escuras. O quarto de Changkyun estava iluminado e o véu claro, quase transparente, que cobria sua janela de forma precária não era o suficiente para impedir que o mais velho fosse sua plateia.
Hyunwoo viu Minhyuk ajudar Changkyun a tirar a camisa e cair de joelhos em seguida, ansioso. O Im deixou pender a cabeça para trás enquanto as mãos se apoiavam na mesa atrás de si, mas uma delas seguiu o caminho até os fios loiros na cabeça que se movia na altura de seus quadris. De onde estava, Hyunwoo conseguia identificar a expressão extasiada de Changkyun, vendo o contorno da boca bonita aberta enquanto ouvia ao longe gemidos baixinhos. Sua imaginação fez o favor de completar aquela imagem em sua mente, onde o mais novo tinha os olhos fechados e guiava os movimentos de Minhyuk até se satisfazer.
O som arrastado se fez ouvir um pouco mais alto e Hyunwoo saiu da janela, sentindo-se sujo e estranho por ter flagrado um momento íntimo como aquele e ter continuado a encarar os dois. Deitou-se na própria cama, ignorando as reações do próprio corpo porque se recusava a aceitar aquilo.
Se recusava a admitir que tinha ficado tão duro depois de ter visto Changkyun daquele jeito.
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RISOS
eNTÃO NÉ SHOWNU
Okaaay, talvez agora ele esteja vendo q o neném não é neném não é mesmo?
