Rael

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Eu estava encostado na parede com meu copo de cerveja na mão quando comecei a reparar na Eduarda dançando. Ela jogava o cabelo de um lado para o outro, rebolava empinando aquela bunda dela que não tinha como negar que era uma santa bunda. Eu vi a hora que ela olhou para trás, justamente para onde eu estava e fez uma cara de safada enquanto dançava. Minha mente estava viajando ali, mas com certeza, ela só notou minha presença porque a loirinha na frente dela comentou alguma coisa. Nathália? Nicole? Não lembrava seu nome, era novinha mas era bonita. Eu fui até a cozinha pegar uma cerveja no freezer e quando estava saindo esbarro com a Duda, com o cabelo meio suado por conta do calor e por estar dançando pra caralho lá com as garotas.

— Quer? — ofereci uma cerveja para ela que sorriu e concordou.

— Aí, eu to morrendo de calor. Precisava beber alguma coisa — Ela fez um coque no cabelo enquanto eu entregava a cerveja dela. — Valeu!

— Tá se enturmando rápido — eu puxei uma cadeira na cozinha da Isabela e me sentei. Ela puxou outra e se sentou junto comigo. Ela deu uma risada assim que eu terminei de falar.

— Ah, eu não sou de ficar fazendo cara feia pra ninguém. Elas são super legais — comentou com um sorriso. — Tá curtindo?

Ela bebericou a cerveja dela e eu também a minha. Dei de ombros. — Tá maneirinho.

Ela resmungou — O que foi? Quer curar a dor da solidão na bebida? — ela suspendeu a sobrancelha.

— Antes bebida do que mulher — resmunguei — Vocês só me atrasam.

Ela levantou a sobrancelha debochada — Me tira dessa que eu não tenho nada com isso. Mas entendo você, depois que a gente sofre uma desilusão a gente fica mal pra caralho. Mas passa.... – ela respondeu e deu um gole na cerveja dela. — Só você acreditar que passa.

— Hm — cortei o assunto porque não queria dar muita bola pra isso. Ela levantou e caminhou novamente. Eu inocentemente encarei a raba dela de novo porque eu não estava morto. Eu estava tudo menos morto. Eu não tinha culpa de nada, foi mais forte do que eu. Ela virou pra mim novamente e comentou:

— Tem uma colega minha que quer ficar contigo — ela mandou o papo e eu franzi a sobrancelha.

— Aquela loirinha novinha? Sou baba não, Eduarda.

Ela riu com deboche e me olhou — Ela é novinha, mas o que isso tem a ver? Você vai preso por acaso? Ela é maior de idade?

Eu pensei. Na real, a mina era bonita e eu estava precisando mesmo sair da zona de "Maria Vitoria" e ficar com alguém que não fosse ela. Beijei ela durante dois anos, seria bom sair dessa zona que foi demarcada pela Maria Vitória. Só de pensar nessa puta já me sobe um ódio. — Ué, eu to disponível. — respondi com um sorrisinho.

— Isso é um "da esperança ou vamos ver no que dá?"

— Um pouco dos dois — respondi enquanto encarava a mesma. Ela deixou a cerveja dela vazia em cima do balcão e saiu da cozinha. Eu voltei para onde eu estava e ela continuou dançando. Caio se aproximou de mim. Ele era amigo da Isabela também, nos conversávamos mas não passava disso. Eu não era muito de fazer amizades rapidamente, então, considerava ele um colega.

— Fala aí, cara. — ele me cumprimentou com um toque e eu fiz o mesmo. — Tu viu a Isabela? Maluca sumiu.

Eu neguei com a cabeça e continuei olhando para as meninas dançando. Caio notou que uma delas não era conhecida pelo pessoal. Eduarda. — Ué, quem é essa morena aí de short?

— Eduarda — comentei — Ela é nova.

— Hm — ele abriu um sorrisinho — Gata.

— Ela é tranquila.

— Hmmm. — Caio grunhiu — Tu conhece ela? Apresenta aí....

Eu deixei minha cerveja de lado e fui até a mesma. Ela estava de costas, segurei na cintura dela e ela virou quase dando um murro na minha cara. Quando ela viu que era eu ficou até mais calma. Eu segurei a risada. — Tem um amigo aí querendo saber quem é você.

Ela olhou em volta e o olhar dela se cruzou com o Caio. Ela abriu um sorrisinho — Que gato.

— É, se tu acha que ele gato — resmunguei — Vai lá conhecer ele.... É gente fina.

Ela sorriu para mim e deu uma piscadinha. — Uma troca de favores.

Eu ri — Não enche, Eduarda.

Ela foi até o mesmo e eu senti os olhares daquela Nicole para mim. Me aproximei de onde ela estava, ela estava pegando uma cerveja e eu também aproveitei para pegar uma. — Tu é de Nutrição, ne? — puxei um assunto e a menina virou até assustada por eu estar falando com ela.

— Aham — abriu um sorriso — Nicole.

— Rael, prazer — cumprimentei com dois beijinhos e abri uma cerveja. — Eduarda comentou que ficaram amiguinhas.

— Duda é um máximo — ela sorriu — Tá sozinho aqui?

Eu concordei com a cabeça. Ela estava tímida para dar em cima de mim, mas eu já estava meio descarado por conta do álcool. — Tem algum lugar pra gente conversar?

Ela apertou os lábios e concordou com a cabeça, me puxando. Olhei para trás e vi a Duda no maior papo com o Caio. Pelo menos, a noite não ia ser ruim para a gente.

Me encantou demaisWhere stories live. Discover now