Rael

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MARATONA 4/5 🌻

Passei um tempo com a Eduarda e sinceramente, nunca tinha passado um tempo sozinho com ela jogando conversa fora. Ela me contou da mãe dela, da treta toda por causa do vídeo e que o irmão dela estava resolvendo as coisas em Minas Gerais mas logo estaria morando aqui no Rio também. Me bateu mó sentimento na hora porque se o irmão da Eduarda vier de fato morar no Rio, é claro que ela vai morar com ele e largar lá em casa. Querendo ou não eu sentia falta da bagunça da Eduarda, dos gritos dela porque deixei alguma coisa no chão, ela falando que eu e João não prestávamos nem para cozinhar, e de principalmente dormir com ela. Eu suspendi a sobrancelha depois desse devaneio do caralho que eu tive. — Você vai morar com seu irmão se ele vier para cá?

Ela deu de ombros e acabou com as rosquinhas dela — Se pelo menos tiver como morar duas pessoas, talvez sim. Não sei, acho que com o meu trabalho da para a gente buscar alguma coisa tranquila para ficar aqui no Rio.

— Hm — grunhi — Não precisa sair lá de casa, ô. Fica lá, deixa teu irmão resolver as coisas dele e se for o caso tu se manda depois de tudo feito.

— Eu sei que é seu sonho que eu me mande logo da sua casa para poder levar quem quiser sem ficar constrangido pensando se eu estou ou não estou no apartamento — ela deu uma risada pelo nariz. — Pode confessar, Rael.

— Eu faria isso com você no apartamento ou sem você no apartamento, lerdona. Tô preocupado com você mesmo, pô.

—  Valeu, mas eu sempre me virei. De qualquer forma se você não tivesse me deixado ficar lá no apartamento eu teria me virado de qualquer jeito. — ela respondeu — Vim pra cá pronta para levar na cabeça mesmo, tomar porrada da vida mas crescer também.

— Tá certa – respondi – Tu tinha algum namorado lá?

Ela olhou em direção ao pulso dela e em seguida me olhou. Dava para ver o quanto ela queria cortar o assunto e eu me dei conta que talvez o assunto seja justamente o garoto do vídeo. Aquele otario do caralho. — Foi mal – respondi.

— Não tem porque se preocupar. Fora o idiota do Gabriel, eu tinha um pente e rala lá mas era só isso.

— Hmmm — respondi com um grunhido — Eu fui mó otario fiquei quase cinco anos preso com a Maria Vitória. Eu sou um babaca — lamentei e ela riu, mas não foi risada de deboche e sim de consolo.

— Todos nós somos otarios, Rael. Você foi traído pelo seu melhor amigo e eu pela minha melhor amiga — respirou fundo. — Eu sei que da vontade de matar, de bater, mas sinceramente, a vida tem tanto mais a nos oferecer que só quebrando a cara desses filhos da puta nem ia dar em nada.

— Pô, mas eu ainda não cruzei com o Bernardo. Quando eu cruzar.... — dei uma risada nasal e apertei o punho — Acho que ele só sai morto.

— Para de graça, Rael — Eduarda me cortou — Ainda vai deixar a Vita pensando que você está fazendo isso por ela. Aumentando cada vez mais o ego dessa garota.

— Que se foda a Vita! — respondi — Tô puto por causa da traição que rolou bem abaixo dos meu nariz e eu fui trouxa pra caralho de não ver. Namorar só me deu dor de cabeça.....

— Pois é — ela respondeu e me olhou.

O celular dela apitou e eu vi no visor ser o Marcelo, acho que eles conversaram o dia inteiro hoje. Eu ignorei aquilo, peguei minha última rosquinha e dei uma mordida. Eduarda ficava de risinho e eu tentava mesmo ignorar o que ela estava fazendo por mais foda que fosse. Partimos para casa e em alguns minutos já estávamos lá. — Eu vou dar uma geral nesse apartamento — Eduarda disse pegando a vassoura, fui até a mesma e tirei a vassoura da sua mão. — O que foi?

— Deixa que eu chamo a moça que faz faxina na casa dos meus pais para dar uma geral aqui.

— Vassoura não vai me matar não, Rael — Duda deu uma risada.

Eu neguei e guardei a vassoura fazendo a Eduarda rolar os olhos. — Eu vou subir e dar um mergulho na piscina. Você vem?

— O que? — os olhos dela brilharam e eu dei uma risada com a cena. Parecia uma criança de dois anos ganhando um brinquedinho que queria de Natal. — Vou poder entrar naquela piscina da cobertura? Af, to feita.

Eu dei uma risada da forma que ela falou — Desde quando você não pode dar um mergulho lá? O apartamento é seu também, porra. Você mora aqui.

— Vou botar meu biquíni. — ela respondeu e se adiantou para o quarto dela. Eu peguei meu celular, tirei minha camisa, subi até a cobertura, entrei um pouco no chuveiro e cai na piscina. Respondi umas mensagens que tinha lá da Bárbara contando como foi o desenrolo do namoro dela e bla bla bla. Só dei moral porque a mina era gente boa e sempre segurou a onda legal quando eu tava com a Vita.

— Cheguei, querido! — Eduarda apareceu com a canga dela e forrou uma das cadeiras que tinha ali. Ficando de costas para mim. Ela tirou o óculos de sol e percebeu que eu estava secando ela. Ela deu aquele sorriso maroto que ela costumava dar e veio até a mim. — Baba não. Não suja a piscina.

— Quem disse que eu tô te olhando? — eu abri um dos olhos por causa do sol.

— Não tá não, é? — ela virou de costas, mostrando aquela raba perfeita que ainda tinha um tapa e eu esperava na minha cabeça que tenha sido meu e não do Marcelo. Ela caminhou até a piscina e mergulhou, quando voltou a superfície deu de cara comigo. — Continua me olhando — ela deu outro sorriso maroto.

– Ué, posso mais não?

— O que você quer? — ela umedeceu os lábios e se apoiou na borda da piscina. Eu mergulhei até a outra ponta onde ela estava, e quando voltei a superfície voltei bem colado com ela. Pude ver que ela levou um susto e sua respiração vacilou. Eu dei uns beijinhos no pescoço dela, botei minha mão em sua cintura e pressionei ela na borda da piscina. Subi meus beijos até sua nuca bem pertinho do seu ouvido.

— Eu quero você. Tá bom assim?

Me encantou demaisWhere stories live. Discover now