Capítulo XXIX

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                 Assim que fiquei sozinha no banheiro, encarei o espelho

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Assim que fiquei sozinha no banheiro, encarei o espelho. Para ser sincera o reflexo não me agradava muito.

Demorei um tempo para perceber que o que me incomodava não era algo externo, a minha aparência estava até ok. O que não estava era o meu espírito, que estava tenso. Eu tinha um pressentimento estranho.

Ao mesmo tempo em que queria encontrar o que o meu pai se esforçou tanto para esconder, também me perguntava se realmente queria saber a verdade.

Eu queria?

Também tinha esse baile, e por mais que eu tentasse, não parecia me encaixar.

Damen havia escolhido este vestido especialmente para mim, se não fosse por ele, provavelmente me sentiria ainda mais desajustada em meio a tantas pessoas da mais alta sociedade.

Até porque não havia ficado lá muitas coisas dentro desta roupa, talvez num corpo com mais peito e mais curvas, esse vestido ficaria perfeito. Eu era alta demais, magra demais. Desconfio que acabei desvalorizando um vestido tão lindo... e caro.

Dei uma rápida verificada no valor que constava na etiqueta antes que o Damen a arrancasse, certamente a quantia em questão compraria metade da minha casa e a outra metade poderia ser facilmente comprada com a pulseira prateada com mini pedrinhas brilhantes que usava hoje, juntamente com todas as casas do meu bairro.

A pulseira era uma doação que o Damen havia feito para o leilão que aconteceria.
Aparentemente neste ano todo o dinheiro arrecadado seria revertido a uma ONG de auxílio às crianças autistas.

A pulseira faria sucesso, certamente. Sem dúvidas esta era a mais linda que já tinha visto em toda a minha vida. Ela era simples e romântica. Com pedrinhas de brilhantes.

Apesar de que eu nunca compraria algo assim, por mais tentador que seja, este era o tipo de peça que custava o mesmo que um apartamento inteiro, ou até mesmo um carro de luxo. Não seria prudente desperdiçar o meu dinheiro.

Assim como a pulseira, só que numa proporção um pouco menor (mas não tanto assim), o vestido que eu usava também era um espetáculo.

A cor preta combinava com tom da minha pele. Era um modelo um tanto discreto, as mangas seguiam até o antebraço e conferiam um ar sofisticado, bem como o decote em "u" das costas que deixava o look ligeiramente moderno.

Se eu possuísse uma autoestima elevada diria para mim mesma que estava fucking awesome dentro deste vestido, mas essa simplesmente não era eu. Não com tantas garotas lindas de morrer reunidas num só salão, sentia que era quase que um pecado ter o Damen Coleman como meu acompanhante, como se não estivesse certo, e pelas fofocas e caretas de faziam quando passávamos, sabia que todo mundo pensava o mesmo.

- O seu bonitão foi conversar com a Sra. Gatsby – Avisou a senhora que sentava a mesa conosco. Não me recordava do seu nome, era algo entre Liana ou Lanie. Na dúvida decidi que era melhor simplesmente não chamá-la por nome algum. – Ele é um dos preferidos dela.

Lua NegraWhere stories live. Discover now