Capitulo 1

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Olho para o meu apartamento e vejo todas as pessoas a minha volta

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Olho para o meu apartamento e vejo todas as pessoas a minha volta. Hoje e meu aniversário e lógico que a minha mãe, não deixaria passar batido.

Até hoje ainda acho engraçado chama-la de mãe, a diferença de idade entre nós dois é muito pouca, oito ou nove anos eu acho. Mas ela fez questão de ser chamada assim logo depois que os papéis de adoção ficaram prontos, mas só consegui mesmo depois que eu quase a perdi. Quando eu poderia imaginar que uma menina tão nova, na flor da idade, assumiria uma responsabilidade tão grande? Nunca me passou pela cabeça que eu estaria sendo adotado junto com a minha irmãzinha.

No início, quando nos conhecemos foi difícil aceitar que eu não precisava mais me preocupar com a Maria. Que tínhamos pessoas que cuidariam de nós, que nos protegeriam. Eu demorei a entender isso, na verdade só fui entender quando a Yza me viu lavando as roupas da minha irmã e minhas, nas mãos. Ela surtou, chorou, disse que eu a odiava e que não a queria como mãe. Lógico que depois descobrir que o que ela fez foi um teatro, para me fazer sentir em casa. Mas no início eu realmente fiquei preocupado, já que o marido dela era enorme e tinha a cara de bravo. Nós conversamos e eu tentei explicar o que eu estava fazendo.

Eu não queria que eles deixassem de amar a minha menina, só porque ela dava trabalho. Eu não queria que eles se cansassem e nos mandassem embora, ou para um abrigo. Então eu cuidava dos coisas da minha irmã, fazia comida, lavava a louça e com o dinheirinho que eu ganhava para ajudar o Tavinho, eu comprava as coisas da Maria. Eu não sabia ser diferente, pois eu sempre cuidei dela a vida inteira. Depois o Gael, que agora é meu pai, me explicou que eu e Maria éramos um pacote só e que o amor deles não era só para Maria, mas para mim também.

E foi depois de uma conversa de horas, depois de realmente ver que o que eles dizia era verdade que passei a acreditar e me permetir ser mais tranquilo em relação a minha irmã.

Otávio e o Roberto, me salvaram do monstro e da vida que eu vivia, mas os meus pais? Eles me salvaram de inúmeras maneiras, me salvaram do inferno que eu vivia dentro da minha cabeça. Gael me deu muito mais que uma casa, cama quente e comida boa. Ele e a minha mãe me deram uma nova vida, me direcionaram no caminho certo. Me ajudaram a conviver com o monstro dentro da minha cabeça.

- Ei garoto, aqui. -Meu pai me entrega uma cerveja. - Vamos comemorar o seu aniversário bebendo uma cerveja juntos. Desculpa, eu sei que você não gosta de comemorar o seu aniversário, mas a sua mãe é impossível quando tem uma coisa na cabeça.

- Eu não ligo pai, sei que ela faz com todas as intenções. Depois de dez anos a gente aprende a aceitar o que a dona Yza Reed quer. -Falo rindo e tomo um gole da minha cerveja.

- Realmente, ou nós aprendemos ou aprendemos. Não dá para ser diferente, ou ela tornará a nossa vida em um inferno. Agora me diz, como estão as coisas no trabalho? -Ele pergunta.

Se ele tivesse me perguntado isso a uma semana atrás, eu diria que estava tudo bem. Mas depois que um tornado apareceu, meus dias tranquilos se transformaram em pesadelos.

Imperfeito (Degustação Disponível na Amazon)Where stories live. Discover now