A outra parte da família

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A floresta... A mesma floresta de antes... Aquela dos meus sonhos, onde eu vi ele e onde todos aqueles sentimentos voltaram, afinal, o que são esses sentimentos? São tão estranhos e ao mesmo tempo incríveis. Voltar aqui nessa floresta me faz sentir tudo aquilo de novo, a coisa que senti quando vi ele pela primeira vez na praça, o cabelo loiro dele e aqueles... Ah porra... Aqueles olhos, fazem de mim uma pessoa tão louca, eu me sinto estranhamente confortável perto dele, cada palavra que sai da boca dele me traz uma felicidade indescritível. O que está acontecendo comigo? Talvez o meu pai esteja certo sobre mim, andar com os amigos que tenho pode me fazer um deles. Uma forte chuva começa, o cheiro de solo úmido é gratificante, as folhas da árvore são as mais verdes que já vi, o sol ilumina as coisas daqui e dá a impressão que são mais bonitas do que antes. A intensidade da chuva vai diminuindo aos poucos, olho para o céu em busca do arco-íris que deveria aparecer após uma chuva em um dia ensolarado, finalmente o acho, parece ter passado horas ali, olhando para as cores no alto, a cor roxa era a que mais chamava minha atenção, parecia tão brilhosa e linda. Aquele brilho foi ficando cada vez mais forte, e mais forte, e mais forte.

– Acordem preguiçosos.

Eu me acordo e ainda tenho dificuldade para enxergar direito, estou no meu quarto, as janelas estão abertas, e é daí de onde estava vindo toda aquela luminosidade, minha mãe está encostada na porta com toalhas de banho penduradas no ombro.

– Ma... Mãe? Eu pensei que você só chegava a tarde.

– Já é de tarde. Vamos lá, hoje temos um lanchinho especial. Quero os dois na cozinha em 5 minutos.

Os Dois? Ah Meu Deus! Lukas. Esqueci totalmente que ele tinha dormido aqui hoje.

– E aí, cara.

– Ahn... Oi.

– Vou ir descendo, não quero que sua mãe me use como recheio de sanduíche.

– Tudo bem.

Ainda estava com a roupa de ontem, manchada com bebida, me levanto da cama para pegar uma roupa nova no armário, pego a primeira que vejo e saio do quarto, escuto vozes familiares, literalmente familiares, desço a escada e vejo meu tio, tia e primo sentados na mesa. Chego perto deles e os comprimentos meio sonolento, me sento no único lugar vago, ao lado de Lukas e Murilo, meu primo.

– Faz um tempo que não vimos aqui, como está sendo a vida de vocês? – Minha tia fala com um pouco de comida na boca.

– Está indo muito bem.

– Deve estar mesmo, Lorenzo me falou sobre o seu novo emprego, Oli.

– A senhora conseguiu um emprego, mãe?

– Sim, vou trabalhar em um salão à partir de amanhã.

Ela não havia me falado nada sobre, ela também não tem se mostrado muito presente nesses dias. Deixo de pensar nisso e começo a comer "O famoso biscoito da Amanda", minha tia deu esse nome tosco quando fez pela primeira vez e todos da família acharam maravilhosos, as gotas de chocolate misturadas com morangos e mirtilos realmente são deliciosas. Com um achocolatado ficaria cem vezes melhor, se isso é possível. As histórias de vida do meu tio são tão entediantes e parece que para Lukas e Murilo também, Erick não estava entre nós, provavelmente, a mamãe ficou sabendo o que aconteceu com ele ontem à noite e deu uma baita de uma bronca nele, ainda estava um pouco irritado com ele. Murilo pergunta a minha mãe se pode usar a televisão, ela concorda, eu toco no braço de Lukas discretamente e aponto com os olhos para a sala, onde meu primo estava indo, nos levantamos devagar, ninguém parece perceber a nossa saída, caminhamos até o sofá. Eu, Murilo e Lukas ficamos assistindo um programa estranho que estava passando.

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⏰ Last updated: Nov 09, 2019 ⏰

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