Ele morreu

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A aula prática tinha começado, Midoriya estava com Todoroki, conversando sobre algo aleatório e rindo. Bakugou estava não muito longe dali, muito bravo. Desde que chegou ele vem ignorando Bakugou, não importa quantas vezes fosse.

— Eae, bro. Você esta encarando muito, nem disfarça mais. — Kirishima chegou e cumprimentou achando graça da situação.

— Fazem quase duas semanas, tem algo errado nisso. Ele nem me responde, estou perdendo a paciência. — Bakugou reclamou.

— Acho que é coisa da sua cabeça, ele me parece normal. Talvez seja por ele ainda não ter corrido atrás de você? Cara, você esta mal acostumado. — Kirishima riu um pouco, adorava tirar sarro do Bakugou.

— Eu não sei, tem relamente algo errado. — Bakugou negou com a cabeça, ainda sem desviar o olhar.

— Será que eles estão juntos? — Kaminari, que brotou do nada, perguntou curioso. Ele indicou Todoroki e Midoriya com a cabeça.

— Que? — Bakugou questionou, ele não via nenhum tipo de clima entre eles. Além de Midoriya sempre parecer tenso, ou triste.

— Eu vi o pescoço de Midoriya, estava cheio de marcas. E ele gosta de homens, né? O único que vejo como possível candidato é Todoroki, todo mundo sabe que ele gosta do Midoriya. — Kaminari explicou dando de ombros, não era como se ele se importasse de qualquer maneira.  

Bakugou não respondeu, franziu a testa e resolveu que hoje era o dia em que Midoriya não escapava. Iria falar com ele, mesmo que precisasse amarra o outro e forçá-lo a ouvir.

Aizawa chegou e a aula começou, a dupla de treino de Bakugou foi, naturalmente, Kirishima. Que parecia muito animado nos últimos dias, mais do que o normal. A volta de Midoriya deixou todos contentes, ate quem não era muito próximo.

Depois do treinamento Bakugou voltou ao seu dormitório, tomou banho e correu ate o quarto de Midoriya.

— Já vai. — A voz serena de Izuku foi ouvida, assim que Bakugou bateu na porta.

Depois de um tempinho a porta se abriu, Midoriya continuava com aquele moletom, o que incomodava um pouco, já que nem estava tão frio.

— hm, é você. O que quer? — perguntou Midoriya com um tom indiferente, não parecendo surpreso.

— Por que diabos você esta me evitando? — Bakugou perguntou de forma ríspida, indo direto ao problema. Ele não iria ficar enrolando, não era seu estilo.

— Eu não estou te evitando. — Midoriya respondeu automaticamente, sem nem pensar.

— Está sim. — refutou automaticamente — Você não se parece com o Midoriya que eu conheço, aquele que vivia correndo atrás de mim. — Assim que falou isso, Bakugou percebeu o brilho de raiva nos olhos de Izuku, algo que nunca tinha visto antes.

— Ele morreu, não existe mais. — cerrou os dentes zangado — Assim como o que eu sentia por você. Nunca fomos amigos, sequer éramos próximos. Não venha com esse papinho furado, você não se importa, nunca se importou. Apenas vá embora, Bakugou. — Midoriya aumentou seu tom de voz enquanto falava, parecia sentir muito ódio. Bakugou ficou chocado ao ouvir seu sobrenome, o que aconteceu com seu irritante apelido? Midoriya sempre o chamava de “Kacchan", isso era algo absoluto, que nunca mudou.

— Como você ousa?! Eu fiquei por quase dois anos preocupado com você, Deku! — assim que disse isso, Bakugou se arrependeu, o olhar de Midoriya era de puro desdém.

— Você? Preocupado com alguém além de si mesmo? Não em faca rir. Você só se importa com você, sempre se preocupou apenas com o próprio nariz. — Midoriya falou pressionando seu dedo indicado no peito de Bakugou, que recuou um pouco.

— Deku! — gritou em protesto.

— Não me chame assim, pra você, eu sou Midoriya! Quer saber? Esquece. Eu não vou discutir com você, apenas finja que eu não existo. — O garoto recuou e se preparou para fechar a porta, mas foi impedido pelas mãos de Bakugou.

— Esta falando serio? Não íamos resolver tudo juntos? E essa merda de olhar? Parece estar sofrendo pra caralho, você não vai mesmo me contar o que aconteceu?

— ... não sei do esta falando. — Midoriya hesitou por um segundo antes de responder, sem olhar nos olhos de Bakugou. Ele sabia que não conseguiria mentir para o loiro, então empurrou a porta com força e fechou em sua cara.

— SERIO? E SEU SUMIÇO? AQUELA DESCULPA NÃO VAI COLAR! — Bakugou bateu na porta e gritou em protesto, não se importava se alguém o visse agora, só queria saber o que estava rolando, a sensação de ignorância era horrível.

— VAI SE FODER! — a voz de Midoriya foi ouvida, depois disso, parou de responder qualquer chamado ou batida.

Não me deixeOnde histórias criam vida. Descubra agora