A MARCA! ( Livro Pausado)

4- Homem não chora!

Depois da noite terrível que tive, acordei com uma terrível dor de cabeça. Levantei as 5:00 da manhã e paguei a conta do hotel,pedi um Uber e voltei em casa pra pegar umas coisas minhas e ir pra clínica, tinha alguns atendimentos e não poderia deixar que assuntos pessoais atrapalhassem meu trabalho.

Quando cheguei em casa pra pegar minha roupa e voltar pro hotel surpresa! Minhas malas já estavam prontas!  Como era sábado todos estavam dormindo, passei pela porta do meu quarto e tive um insano impulso de abrir a porta e acordar Catarina pedindo perdão, mas Graças a Deus, tomei juízo rápido.

Passei pelo quarto de Pietra e ela dormia feito um anjo, entrei e a cobri, em seguida beijei minha bela adormecida com cuidado e com meu coração apertado, não fiz barulho pra não acordar ela, afinal , levantava muito cedo a semana inteira e no sábado era dia de dormir até mais tarde.

Não quis acordar Catarina então escrevi um bilhete.

"Catarina, em primeiro lugar, bom dia!
Por gentileza, separe todas as minhas coisas e me avise que peço pra alguém passar aqui pra pegar!
Quanto ao divórcio, é só me dizer onde eu assino !
Tenha um péssimo fim de semana!

Atenciosamente Pai da Pietra!"

Eu juro que não gosto de sarcasmo, mas foi mais forte que eu !

Peguei minhas malas cuidadosamente preparada por minha excelentíssima ex esposa, coloquei no meu carro e voltei pro hotel. Tomei meu banho e como atenderia meio período somente, fiz planos  pro meu final de semana solteiro, e meus planos era enfiar mais ainda a cara no trabalho e tentar não ter tempo de pra auto piedade.

Segunda- feira, era dia da primeira sessão de regressão com senhor Dornellis e meu foco tinha que ser este !

Liguei pra Doutora Verônica minha terapeuta pra marcar uma consulta de rotina.

Ela me atendeu no domingo mesmo no seu apartamento. Contei a ela tudo, e sempre com um ombro de irmã, ela esteve pronta pra ouvir minhas lamúrias e se preciso, puxar minha orelha.

— Nossa ! Você tá horrível ! - disse ela abrindo a porta e me abraçando carinhosamente.

— Obrigado, tem café ?! Preciso !- era muito boa m ser recebido com aquele sorriso.

— Entra,  eu preparo rapidinho ! - piscou e sorriu.

Eu a conhecia desde a faculdade então amizade sempre foi muito forte, tanto que foi minha madrinha de casamento junto com seu finado marido que morreu de câncer de garganta aos 40 anos, a deixando viúva, sem filhos e decidida a nunca mais se envolver com ninguém e desde a morte dele a cinco anos assim o fez.

Uma vez viajei pra um congresso em Paris e visitando a Catedral de Notre Dame milagrosamente eu a encontrei lá fazendo suas orações, como o mundo é pequeno ! Ela me falou que sempre visita Paris no verão  pra aproveitar as férias, e combinamos que um dia iríamos eu e Catarina e que adoraríamos te- lá coma guia turística.

Nossa ligação sempre foi ...eu diria um pouco diferente, ela foi a  única amiga que eu nunca quis tirar a roupa. E não, ela não é feia, muito pelo contrário, ela é linda, tanto por fora como por dentro. Tem cabelos castanhos, olhos pretos, um rosto bem desenhando sem muito maquiagem, não é muito alta, gosta de roupas de cores neutras. Usa perfume suave, tem mãos grandes e dedos longos, deve ser pelo piano, que ela toca como hobby desde pequena.
Cat sempre teve ciúmes dela, não achava nossa amizade normal, mas por incrível que possa parecer, nunca passou de amizade. Acho que em alguma vida passada fomos irmãos ou coisa parecida.