6-Em algum lugar do passado!

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Paris,14 de julho de 1867.

Heitor de Carnavon

Foi difícil  perder meus pais. Tudo é mais fácil quando não é você que tem que tomar as decisões da família. Primeiro minha mãe que adoeceu dos pulmões, e agora meu velho. Eu, como filho mais velho fiquei responsável pelo negócios da família,então, tive que adiar meus projetos em Londres e me mudar pra Paris contra minha vontade.

Após a Revolução Francesa de 1789 parece que o mundo mudou e até o que parecia que seria bom e ajudaria o povo, mais prejudicou ! Foi o fim da monarquia porém, deu se início a era de corrupção onde o rico ficou cada vez mais rico e os pobres cada vez mais obedientes.

Fábricas substituíram pessoas por maquinas e as produções aumentaram e com isso a procura por matéria prima, no nosso caso, as plantações de algodão e trigo tiveram que aumentar e pra isso precisávamos de mais terras.

Então ...aqui estou !  Com a falta de trabalho aumentando, muitas famílias sem ter como se auto sustentar se viam obrigadas a vender parcialmente suas terras pra manter o mínimo, e as vezes vendiam tudo por valores muito abaixo do que realmente valia, e claro, era uma ótima oportunidade pra homens de visão... assim como eu.

Aumentamos nosso patrimônio, pois a posição de nobreza precisava ser mantida pra facilitar os negócios e as transações e mantermos o respeito. Todos queriam fazer parte, ou negócios conosco nem que pra isso precisassem fingir que nos apreciam, e claro, que pra mim o sentimento era recíproco.

Assim que cheguei em Paris, fui recebido por Harold de Quendrin, um famoso alfaiate Britânico que se mudou pra França pra trabalhar com o que chamávamos de "novos ricos" porém segundo as más línguas da corte britânica foi uma desilusão amorosa que o fez recomeçar em outro país.

Quando meu pai soube que ele viria a Paris, ofereceu nossa casa pra ele montar seu ateliê, já que a mansão dos Carnavon tinha nada mais nada menos que vinte dois cômodos, disponibilizar dois ou três pra Harold, além de ser uma enorme gentileza, faria com que nós tivéssemos prioridade em seu atendimento em nossas visitas anuais.

A amizade de Harold e meu pai de certa forma incomodava minha mãe que nunca disfarçou seu ranso, mas a mim sempre foi um grande amigo e conselheiro, foi ele que me ensinou cavalgar aos 11 anos, a me comportar e principalmente, como me vestir adequadamente para cada ocasião, pois a forma como nos vestíamos falava muito mais de nós do que nossas bocas.

—Como foi a viagem Sr.Carnavon ?

—Cansativa ! - ele me estendeu a mão mas, eu sorri e o abracei. — Não me chame assim, sabe que pode se dirigir a mim pelo primeiro nome !

—É, mas já faz muito tempo que não nos vemos, a distância costuma nos tirar a intimidade.

— Harold ...por favor...Revirei os olhos inconformado com a formalidade desnecessária, ele percebeu e rimos juntos.

—Sua casa o espera Heitor, já contratei serviçais e está tudo pronto pra recebê-lo.

—Obrigado ! Ele retribuiu com um tapa no meu ombro fazendo sinal pra o cocheiro ajudar ele com minhas malas.

Enquanto eles as guardava entrei no Coche (carruagem) reparei que era novo, bem maior que o de Londres e bem mais confortável. Os cavalos também estavam muito bem escovados e bem tratados.

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