Capítulo 16

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Nenhum minuto se passou, Maria invadiu o pátio externo e enlaçou o braço de Poncho.
"Poncho e Wiliam, estava procurando vocês." Disse e também segurou no braço de Wiliam. "Faremos agora o drink liberando os homens para a despedida de solteiroe. Vamos."
Ela saiu arrastando-os, e sumiram no salão. Os dois rapazes que ficaram dedicaram um olhar admirado às meninas.
"Estou chocado com você." Jared comentou com Any. "Pensei que você ia dar na cara dele. O homem ficou sem palavras." Sorriu alto. "E agora no final, enquanto conversava com a gente, ficou te registrando o tempo todo. Parecia que esperava outro ataque."
Ela deu um sorriso, lembrando-se com satisfação da cena.
"E você...?" Jacob virou-se para May com os braços cruzados no peito. "O que você tem com ele?" Inquiriu com redobrado interesse, vendo-a agora não mais como uma menina, mas como mulher.
"Namoramos." Deu de ombros como se a informação não fosse grande coisa.
"Você não liga que ele fique aos amassos com minha tia?" Foi Jared quem quis saber.
"Ela é sua tia?" Abriu a boca admirada com a coincidência.
"Sim."
A menina passou uns segundos pensativa, antes de responder. "Não tenho que ligar. São só amigos." Dissimulou com dignidade. Não iria expor suas fraquezas.
Meia horas depois, Wiliam , de novo, olhava ansiosamente para o lugar onde estavam. Por mais que tentasse ouvir os dircursos, distraia-se com o modo como o garoto mais velho olhava May, gesto ávido que só outro homem poderia notar. Fechou o punho e manteve os olhos fixos lá, com seus instintos agressivos lutando contra a autodisciplina. Será que ela também enfeitiçou aquele garoto com a mesma facilidade com que lhe enfeitiçou?
"Se controle, Wiliam." Poncho sussurrou, desinteressado do discurso que Maria fazia. "Você parece que vai fulminar o garoto. Gosta dela?"

"Nesse momento, não sei se vou lá e mostro para aqueles meninos que ela é minha ou se a deito em meu colo e lhe dou umas palmadas, por estar me dando um gelo... Estou tão envolvido, que ela
poderia pedir que eu rolasse no chão, desse a patinha e colocasse a língua para fora." Poncho gargalhou com a simplicidade do reconhecimento.
"Ela tem razão de te dar um gelo. A Rachell agiu a noite toda como se fosse sua dona. Eu realmente pensei que ainda tivessem alguma coisa. Se não fosse pelo tanto que vi você olhando aquela menina, teria acreditado."
"Tudo culpa sua, que inventou esse negócio de padrinho." Resmungou aborrecido e cruzou os braços.
"Se você tivesse me ligado e dito que viria com alguém, eu teria arranjado tudo para você ficar com sua..." Olhou para a menina com uma careta. "Namorada." Suspirou e balançou a cabeça. "Você tem noção da encrenca que está?"
"Sim." Admitiu e pôs as mãos no bolso, inquieto. "Você não respondeu se gosta dela." Lembrou.
"Ela é adorável." Sorriu. "Até meu pai já foi enredado pelos encantos dela." Rolou os olhos. "Nesse momento, se eu tivesse uma corda amarrando-a, iria apertar mais o nó para restringir-lhe a liberdade ainda mais... Entendeu meus sentimentos?" Censurou-se por causa da indisciplina de sua possessão. Passou parte de sua vida solitário e assustava-se com aquele despenhadeiro emocional desconhecido.
"Você tem que idade, hein, Wiliam, dezesseis?" O irmão zombou quando notou o olhar apaixonado e deu-lhe um tapa na cabeça. "Está olhando para a menina como um colegial que sonha com a menina mais disputada da escola."
"Não enche, Poncho."
"Então isso explica o fato de você ter vindo hoje, de estar mais acessível." Comentou observador. "Acho que sim... Ela deixou minha vida de cabeça pra baixo." Sorriu sem ânimo.
"No meu noivado já estavam juntos?"
"Mais ou menos."
"Então todas aquelas coisas que me disse, referia-se a ela..." Inferiu.

"O quê, que ela me faz rir? Que aguenta meu mau humor, que cuida de mim?" Citou com um sorriso bobo. "Sim. Ela mesma. Isso fora o vazio e amargura que ela tirou." Revelou sincero, recebendo um olhar avaliativo do irmão. Era novo conseguir se abrir assim. Todavia gostou de poder voltar a conversar com ele sem acusações, julgamentos ou críticas.
"Como ela fez isso?" Poncho perguntou e olhou em direção a ela admirado. "Rá, com determinação, teimosia. Isso, além de muito carinho."
O promotor sorriu condescendente. "Acho que estou com um pouquinho de inveja de você." Brincou. "Parece ser emocionante."
"Você enlouqueceria se tivesse uma dessas, pode ter certeza. Eu estou para pirar." "Isso porque gosta dela." Afirmou.
"Sou louco, arriado. Essa coisinha ali é tudo que eu tenho." Revelou com os ombros caídos, e Poncho foi tocado.
"E o que ela está fazendo ali, sem você?"
"Eu fiz uma estupidez, e ela está me fazendo pagar por isso. Você não a conhece. Ela é ardilosa, age calculadamente. Está me punindo por eu ter dito que deveríamos ser discretos em público, por causa da idade dela." Justificou-se com um suspiro de arrependimento.
"Se ela é tudo isso, no seu caso não teria vergonha ou receio em enfrentar a Justiça e o resto do mundo para ficar com ela." Bateu em seus ombros. "Case-se com ela que seus problemas com a Justiça acabam." Sugeriu profissional.
"Casar?" Repetiu com resistência. "É louco!"
"Então espere-a crescer. Enquanto isso, esconda-a. Festas e situações como essas se repetirão. Então você terá que sempre dar um jeito de driblar a situação." Aconselhou sério. "Por que a trouxe, se não iria ficar com ela?"
"Eu pensei que seria só nós e os pais da Maria. Seria mais fácil."
"Você tem que decidir, enfrentar a partir de agora ou esquivar-se e desgastar o relacionamento."

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