Pego?

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Após todo aquele acontecimento recebemos nossas autorizações, três vezes. O brinquedo era até legal, algumas vezes a sensação dos vagões se chocarem era alto, no entanto um deles virava para baixo e passávamos na mesma trilha e no mesmo momento, dentre as três vezes que fomos duas delas meu vagão virou para baixo, algumas pessoas gritavam como loucas como se estivessem caindo, outras choravam e duas pessoas desmaiaram.

Realmente divertido saber como o ser humano é tão frágil e tem tanto medo. Não fiquei com medo, porém, também não posso dizer que não senti nada; impressionado, creio que foi essa sensação que senti na hora.

Maison estava empolgado até demais, me "obrigou" à ir em praticamente todos os brinquedos, a casa mal- assombrada foi o segundo e só nela fomos quatro vezes.
Nós estávamos fazendo uma pausa quando Maison sorri diabólicamente, do nada.

Mai-- espere um pouco.

Maison sai com a face sorridente atrás de alguém... Oh. Você não deixa passar nada mesmo, neh?
Sorrio e sigo o mesmo entre a multidão, Maison "puxava" disfarçadamente o cara de antes para o banheiro, segundos depois eu entro vendo sangue escorrer pelo chão  por debaixo da porta, o moreno sai da cabine lambendo os lábios e empurrando o resto do corpo para longe de si.

T-- você é um belo de um mentiroso.

Mai-- haha eu nunca disse que o deixaria livre, mesmo se entregasse as autorizações.

Sua face fica sombria segundos depois de sua fala, chega perto de mim segurando firme meu pulso enquanto olha para a virada do corredor do banheiro. Fico o olhando fixamente para ver o que fará.

Mai-- você por acaso sabe fingir drama ou medo?... Quer saber, esquece. Foi uma pergunta idiota.

De fato, foi uma pergunta idiota.
Maison suspira pesado colocando sua mão livre na nuca e desvia seu olhar por detrás de mim e os direciona fixamente para o sangue no chão. Fico sem entender o porquê da tensão e logo o mesmo começa a conversar sozinho...

Mai-- odeio fazer isso em multidão, mas quando vejo já é tarde. Preciso dar um jeito... Tatsu... Esse seu jeito só complica as coisas...

Abro minha boca para perguntar o que significava aquela impaciência contagiosa, mas escuto vozes perto do banheiro... Pessoas iriam adentrar em menos de 20 segundos...
Maison aperta meu pulso começando a andar rápido com a face de desespero... Só que era descaradamente uma farsa!! Ao virar a esquina do corredor ele aumenta os passos em menção de correr.

Mai-- irei lhe soltar no meio da multidão. SOCORRO!! S-SANGUE!! CHAME A AMBULÂNCIA, TEM UM M-MORTOO

Esbarramos nos dois homens que iriam entrar e com os gritos de Maison começam a correr desesperados também sem nem ao menos ver uma gota sequer de sangue. Sou jogado com velocidade no meio da multidão enquanto Maison continua correndo e gritando como louco, vários olhares são direcionados imediatamente ao moreno então quase não fui percebido pelas pessoas.

Meia hora depois as autoridades chegam expulsando todos do parque, ficando apenas Maison, os dois homens e os funcionários como testemunha ou coisa assim... O moreno pode até fingir mal, mas conseguirá sair dessa situação com sucesso, disso eu tenho certeza.

Caminho para casa olhando o céu no tom de laranjado com vermelho, estava quase anoitecendo e o vento refrescante já se fazia presente nas ruas, pessoas estavam saindo de seus trabalhos, crianças dando adeus para umas às outras... Os seres humanos não aproveitam mais o anoitecer por medo... tão Ilário...
Chego em casa subindo para o quarto, tomo um banho gelado e demorado para tirar perfeitamente o suor. Visto uma roupa leve e desço até a cozinha para preparar alguma coisa e subo novamente ligando a TV do quarto. Nada sobre aquilo... fecho lentamente meus olhos sendo dominado pelo sono.

-- TOC TOC TOC

Acordo com batidas bruscas e altas ecoando pela casa. Falei mil vezes para ela levar as chaves!
Levanto indo até a porta da sala, abrindo-a em seguida. O céu estava bem escuro, nuvens negras cobriam a lua, sua claridade parecia implorar para ser vista, os ventos estavam um tanto frio e fortes; em frações de segundos que me deparei com o lado de fora meu rosto e minhas mãos congelavam. Suspiro percebendo uma fumaça branca se formar do ar.

-- Você se chama Tatsu Kyota? Somos do departamento de polícia, poderia vir conosco por boa vontade?

Percebo finalmente a existência de três homens em minha frente ao escutar uma voz grave e firme, o encaro por segundos até ter noção do que o mesmo acabara de falar e de quem eles eram...

Polícia...?

A Insanidade no Amor [Pausada]Onde histórias criam vida. Descubra agora