Cap 5

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As horas passavam e nada, sentia Nath ao meu lado ainda um pouco nervosa, estávamos em um silêncio tranquilo já algum tempo quando resolvi conversar um pouco - Está mais calma?

- Sim, obrigada. - Sorri levemente apertando em meus braços.

- Me conte mais sobre você, só sei seu nome e seu curso e que mora sozinha. - Ela riu. 

- Pronto, você sabe tudo sobre mim. 

- Como assim Nathalia, você não faz mais nada? Não é possível - senti seus olhos em mim. 

- Desde que perdi minha mãe eu não tenho feito mais nada Demi, eu quase perdi o emprego e o semestre na faculdade e outras coisas mais - Eu não queria que a conversa ficasse assim, não queria algo triste naquele momento, apenas abracei ela um pouco mais - Demi, será que vai demorar? Tenho fome - Ela disse manhosa eu sorri.

- Eu também estou com fome Nath, vou tentar falar na portaria mais uma vez - O telefone apenas chamava, tentei duas, três vezes, na terceira o porteiro atendeu. 

- Recepção Agência Lovato?

- Até que enfim alguém atende, onde você estava em todas essas horas? 

-Quem fala? 

- Demetria, Agno, onde você esteve? Sabia que estou presa no elevador a quase 4 horas e estou te ligando desde a hora que ele parou? 

- Me perdoe senhora, eu acabei me distraindo com a falta de luz. 

- Tanto faz, resolva esse problema, agora! 

Nathalia estava agora com seu celular em mãos tentando sinal - Ei, você quer falar com alguém? O meu tá com área. 

- Não, eu só estava vendo as horas. Posso te perguntar uma coisa? 

- Claro que sim.

- Você é tão brava às vezes, porquê? 

Pensei, eu não sabia responder isso, eu sempre fui assim explosiva - Não precisa responder Demi, me desculpa ser tão invasiva. - Ela disse nervosa.

- Não tem problema, eu sempre fui um pouco explosiva, desde muito novinha, tenho melhorado com o passar dos anos, mas as vezes perco o controle. 

Ela não disse mais nada, e de repente as luzes se acenderam eu comecei a me levantar e ajudar a mais nova a se levantar também e ouvi ela dizer - Já são 23h00 mas será que podemos comer algo? 

- Podemos sim - disse sorrindo, ela era encantadora, meu Deus. Quando saímos chovia muito, ali estava o motivo daquela queda de energia, a chuva. 

- Meu Deus, que chuva, como vamos embora? - Disse Nath me olhando. 

- Bom, iremos pra minha casa que é mais perto que a sua e comemos por lá mesmo e dormimos tudo bem? 

- Não quero te atrapalhar Demi, pode me deixar na estação, eu vou pra casa. 

- Nada disso, vamos para minha casa e não está aberto para discussões. - Ela me olhou revirando os olhos - E não revire os olhos - disse sorrindo pra menina ao meu lado. 

Caminhamos até o carro, sorte da garagem ser coberta, saímos de vagar do estacionamento, durante o caminho liguei para Maria pedindo que preparasse algo para comermos, Nathalia seguia ao meu lado em silêncio, ela parecia não ser muito falante. 

- Chegamos, vem? - Ela saiu do carro me esperando, a chuva ainda caia forte, infelizmente da minha garagem até a entrada não era coberto, acabamos nos molhando, muito. 

- Eu to morrendo de frio Demi, meu Deus - eu ria de seu jeito dramático. 

- Vem, vou te levar para tomar um banho- subimos para meu quarto, entreguei pra ela uma toalha com peças íntimas - Aqui, acho que te servem, elas nunca foram usadas, enquanto você toma banho vou pegar algo quentinho pra vestir sim? - ela me olhou sorrindo, voltei ao closet em busca de algo para ela vestir, peguei uma calça de moletom e uma camiseta em alguns minutos ela saiu do banho enrolada na toalha, confesso que minha vontade era tirar aquela toalha dela e jogar naquela cama e não deixar ela sair tão cedo, mas, não o faria, pelo menos não ainda.

- Aqui Nath, sua roupa - entreguei para ela e fui tomar um banho quando voltei encontrei a garota sentada na cama mexendo no celular, entrei no closet e me vesti voltei para o quarto chamando sua atenção - Vamos comer? 

- Vamos sim.

Chegamos na cozinha e Maria tinha feito uma sopa comemos em silêncio logo subimos ela me olhava com curiosidade quando perguntou - Vou dormir com você? 

- Você quer dormir comigo? - A olhei sugestiva, vi ela ficar sem graça e sorri - Não precisa ficar com vergonha, vem deita aqui - disse indo em direção a cama e vendo ela ir timidamente para o outro lado - Eu não mordo tá bom? A não ser que você queira - ela revirou  os olhos pra mim, subi em cima dela e disse - O que eu falei sobre revirar os olhos em? Agora você vai ver - e comecei um ataque de cocegas ela ria de forma descontrolada e meu Deus, eu amei aquele som, eu poderia ouvir sempre. 

- Para Demi, por favor eu vou fazer xixi na roupa - sorri para ela e a vi controlar a respiração com um sorriso nos lábios, coloquei uma mecha de seu cabelo atrás da orelha e fui me aproximando, beijei sua testa. 

- Você é tão linda, sabia? - Ela ruborizou - E fica linda quando fica tímida - ela fechou os olhos, beijei os dois e lhe dei um selinho, quando ouvi ela dizer. 

- Demi, me beija por favor. 

Acariciei seu rosto e a beijei, um beijo leve, carinhoso, as mãos dela estavam em meu pescoço, fazendo um leve carinho ali, fui cessando o beijo com leves selinhos e beijei sua testa mais uma vez, ela sorriu ainda de olhos fechados. 

- Abre os olhos - disse com um tom carinhoso, e ela abriu, aqueles olhos escuros penetrantes, meu Deus, e ela sorriu e me abraçou, ainda abraçada a ela nos virei de lado para que meu peso não ficasse sobre ela - vamos dormir? 

- Vamos, Demi? 

- Você quer que eu faça cafuné não é? - Sorri já adivinhando o que ela queria. 

- Sim - ela disse em um sussurro. Comecei com um carinho leve em seus cabelos e ela se aninhou ali, em meus braços, lhe dei um leve selinho e ouvi ela dizer - Boa noite Demi. 

- Boa noite Nath. 

E naquele momento eu comecei a perceber, o que eu estava fazendo? Ela tem apenas 23 anos e eu? Eu tenho 45 anos, onde eu queria chegar com isso? Em meio a pensamentos dormi.

Minha querida estagiária Where stories live. Discover now