The beggining

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Noah

Eu me lembro como era tudo mais simples no passado, os programas em família. Como era tranquilo e natural nossa aproximação, nossas brincadeiras, com nossos amigos, nossos primos.

E hoje era, sei lá. Cada um no seu canto. Estudando, com seu grupo de amigos, fazendo suas atividades.

A gente morava na mesma casa e mal se olhava. Nossos quartos era um do lado do outro e trocávamos poucas palavras ao dia. Eu não sabia como deveria ser uma relação normal de irmãos, mas a nossa era tão estranha.

De uma hora pra outra, crescemos e nos afastamos. Então, tudo de repente começou a não fazer muito sentido quando estamos juntos. Parece que tudo flui de maneira diferente. Afastei esses pensamentos loucos da minha mente e desci as escadas correndo, afim de fazer uma pipoca e pegar Coca-Cola pra fazer uma tarde inteira de maratonas, como eu gostava de fazer nos finais de semana. Mas era sexta-feira, e eu não tava nem um pouco afim de ir treinar basquete hoje. Eu só precisava... relaxar.

Meus pais tinham ido trabalhar como de costume, e minha irmã provavelmente, se bem eu sei, ela teria aula de dança a uma hora dessas. 13:30 da tarde.

Desci praticamente pulando as escadas só de meia e calção,  fazendo um barulhão, bem pensando que estaria sozinho.

Me deparei com Sabina, na cozinha, também.

S: Você tem que parar de ficar arrastando essas meias por aí, sabe que mamãe não gosta disso. - Disse, com os olhos distraídos mexendo com alguma coisa no fogo.

N: Saby? Eu achava que você teria aula de dança esse horário.- Disse já meio tenso e não me sentindo muito a vontade, já que evitava andar sem camisa quando minha irmã estava em casa.

A analisei. Ela estava com a saia curta de líderes de torcida e com um top branco que a deixavam extremamente... sexy. Isso me distraiu um pouco.

S: Eu teria- Deu de ombros. Mas a verdade é que essa semana foi cansativa demais pra mim, decidi ficar em casa descansando. E pelo jeito, você também não fez diferente.

N: É, eu decidi ficar por casa assistindo um filme e comendo pipoca- Disse, me encostando no balcão de frente para a cozinha e levantei a perna direita, me apoiando nele.

S: Eu também. Nós somos tão parecidos- Deu risada. 

N: É, coincidência demais termos a mesma ideia. Eu jurava que estaria sozinho hoje...

S: Espero que eu não atrapalhe sua tarde se descanso.

N: Claro que não, inclusive se quiser, pode assistir o filme comigo.

S: Só se você prometer comer da minha pipoca caramelada.- Disse, sorrindo de canto.

N: Ahh, Saby. Você sabe que eu não gosto de pipoca caramelada. Apenas salgada.

S: Hoje você vai gostar, porque eu vou deixar no seu ponto. Aquele bem grudentinho- Olhou pra mim e fez uma cara de nojo forçada.

Não acredito que ela ia me forçar comer isso. Não gostava muito dos doces.

Ajudei ela a fazer a pipoca e segui em direção ao meu quarto.

S: Você não ia ver na sala?

N: Poxa, você sabe como eu gosto de ficar trancado no escuro. - Ri, lembrando das minhas manias.

S: Tem razão. As vezes me esqueço de como meu irmão é um morceguinho.- Ri, me jogando uma pipoca.

S: Eu vou pegar a coca, vai indo que depois eu subo lá.

Já estava tenso só de pensar que eu e minha irmã iríamos passar um tarde toda juntos, depois de tanto tempo. E ainda, sozinhos. Era raro, pois estávamos sempre ocupados com nossos afazeres.

Meu coração chegava até a palpitar, igual acontecia quando a gente brincava junto quando era criança.

Logo que cheguei, coloquei umas almofadas no chão e fui direto pra lá. A ideia de dividir a cama com Sabina não me parecia uma opção sensata.

Uns dois minutos depois ela chegou, deixou as coisas na minha escrivaninha e se jogou sem pensar duas vezes na minha cama.

Olho pra ela sem entender.

S: O que? Ficar no chão é que eu não vou né, deixa de ser maluco, vem pra cá, eu não te mordo.

Corei instantaneamente. Que bom que estava escuro. Porra. Por quê eu tinha que agir como um garotinho de 12 anos? Eu tinha medo da minha irmã?

Brother's Affection- UrridalgoWhere stories live. Discover now