O resto da tarde foi fadado na reforma dos uniformes.
Quase quinze ficaram totalmente diferentes, o mais adorável foi uma blusa ciganinha com delicados laços na manga e a saia que ganhou babados transparentes na base. Mesmo ainda sendo cinza, esses detalhes faziam diferença. Também fiz um short com o tecido, apesar de querer muito ter tido tempo para planejar uma calça.
Enfim, pelo menos a Plin estava distraída e parou de perguntar sobre namorados. Ela é muito maluquinha, para ser sincera. Quando notamos estava escurecendo, num estalar da fada a bagunça desvaneceu e as peças foram guardadas.
Nesse mesmo instante a porta foi aberta entrando as três meninas.
— Você passou o dia inteiro no quarto? — questionou Cristal, a voz com toques de prepotência.
— Sim, fiquei conversando com a Pilipiplin.
— Saiba que essa coisinha não é especial, nós todos iremos ganhar ajudantes. — diz fazendo o rosto da fadinha mudar para uma coloração roxa que percebi ser de raiva — Vou trocar de roupa, não posso ir para o jantar desse jeito.
Ela se tranca no banheiro, enquanto as outras duas fazem caretas para suas costas.
— Já está na hora de descer? — pergunto para elas.
— Sim. — responde Ivy — Por que essa garota ainda não mudou de quarto?
Dou de ombros, a fada escolhe um vestido escarlate com detalhes pretos que eu havia criado a alguns meses atrás, decidi vestir, pois daqui para frente só usaremos uniformes.
Depois de fazer a higiene, coloco uma meia longa branca, o vestido e um adereço de rosa no cabelo curto que estava ondulado. Nunca me achei bonita como as outras, mas adoro usar joias e tecidos extravagantes, é algo que faz minha auto estima aumentar.
— Venus, pode ir na frente e guardar uma mesa para nós? — pergunta Wanda depois de bater pela milésima vez na porta do banheiro esperando a senhorita terminar de se arrumar.
— Claro, boa sorte! — termino me despedindo.
Desço os degraus, admirando tudo ao meu redor, das belas lamparinas ornamentadas, os quadros com imagens dos personagens, cada espaço lembra uma verdadeira história encantada.
Sinto o cheiro da comida, isso é o suficiente para meu estômago roncar, depois de ter esquecido o almoço. Me aproximo do corredor onde fica esse refeitório.
— Ei! — vibra o garoto loiro saindo de um grupinho com outros jovens bem arrumados e se aproxima — Lembra de mim? Nos conhecemos hoje de manhã.
Tinha como esquecer? Agora ele está usando um paletó azul escuro mais sofisticado com uma coroa de ouro na cabeça.
— O cara que me chamou de princesa.
— Sim, deveria ter sido mais formal Vossa Alteza? — dessa vez parece confuso assim como eu.
— Do que está falando?
— Do que a senhorita está falando? — retruca, o equívoco estampado no rosto sardento.
— Nathan! — chama uma das garotas que estava com ele — Não vai nos apresentar sua amiga?
A menina possui cabelos pretos como carvão, pele alva como a neve e lábios vermelhos como o sangue. Impossível não distinguir a filha da Branca de Neve. Então, olhando os outros adolescentes, percebo que todos devem ser da realeza.
— Gostaria de me acompanhar? — ele estende o braço esperando que eu o segure, mas acabo decepcionando.
— Desculpa, estou quase desmaiando de fome e não quero atrapalhar a sua noite. — respondo inventando essa terrível justificativa.
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