4. Princesa

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O resto da tarde foi fadado na reforma dos uniformes.

Quase quinze ficaram totalmente diferentes, o mais adorável foi uma blusa ciganinha com delicados laços na manga e a saia que ganhou babados transparentes na base. Mesmo ainda sendo cinza, esses detalhes faziam diferença. Também fiz um short com o tecido, apesar de querer muito ter tido tempo para planejar uma calça.

Enfim, pelo menos a Plin estava distraída e parou de perguntar sobre namorados. Ela é muito maluquinha, para ser sincera. Quando notamos estava escurecendo, num estalar da fada a bagunça desvaneceu e as peças foram guardadas.

Nesse mesmo instante a porta foi aberta entrando as três meninas.

— Você passou o dia inteiro no quarto? — questionou Cristal, a voz com toques de prepotência.

— Sim, fiquei conversando com a Pilipiplin.

— Saiba que essa coisinha não é especial, nós todos iremos ganhar ajudantes. — diz fazendo o rosto da fadinha mudar para uma coloração roxa que percebi ser de raiva — Vou trocar de roupa, não posso ir para o jantar desse jeito.

Ela se tranca no banheiro, enquanto as outras duas fazem caretas para suas costas.

— Já está na hora de descer? — pergunto para elas.

— Sim. — responde Ivy — Por que essa garota ainda não mudou de quarto?

Dou de ombros, a fada escolhe um vestido escarlate com detalhes pretos que eu havia criado a alguns meses atrás, decidi vestir, pois daqui para frente só usaremos uniformes.

Depois de fazer a higiene, coloco uma meia longa branca, o vestido e um adereço de rosa no cabelo curto que estava ondulado. Nunca me achei bonita como as outras, mas adoro usar joias e tecidos extravagantes, é algo que faz minha auto estima aumentar.

— Venus, pode ir na frente e guardar uma mesa para nós? — pergunta Wanda depois de bater pela milésima vez na porta do banheiro esperando a senhorita terminar de se arrumar.

— Claro, boa sorte! — termino me despedindo.

Desço os degraus, admirando tudo ao meu redor, das belas lamparinas ornamentadas, os quadros com imagens dos personagens, cada espaço lembra uma verdadeira história encantada.

Sinto o cheiro da comida, isso é o suficiente para meu estômago roncar, depois de ter esquecido o almoço. Me aproximo do corredor onde fica esse refeitório.

— Ei! — vibra o garoto loiro saindo de um grupinho com outros jovens bem arrumados e se aproxima — Lembra de mim? Nos conhecemos hoje de manhã.

Tinha como esquecer? Agora ele está usando um paletó azul escuro mais sofisticado com uma coroa de ouro na cabeça.

— O cara que me chamou de princesa.

— Sim, deveria ter sido mais formal Vossa Alteza? — dessa vez parece confuso assim como eu.

— Do que está falando?

— Do que a senhorita está falando? — retruca, o equívoco estampado no rosto sardento.

— Nathan! — chama uma das garotas que estava com ele — Não vai nos apresentar sua amiga?

A menina possui cabelos pretos como carvão, pele alva como a neve e lábios vermelhos como o sangue. Impossível não distinguir a filha da Branca de Neve. Então, olhando os outros adolescentes, percebo que todos devem ser da realeza.

— Gostaria de me acompanhar? — ele estende o braço esperando que eu o segure, mas acabo decepcionando.

— Desculpa, estou quase desmaiando de fome e não quero atrapalhar a sua noite. — respondo inventando essa terrível justificativa.

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