Igualzinho ao Mestre

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Enquanto retornávamos a Vila, eu aproveitei todo o tempo possível para estar com Hinata, nem me lembrava mais, como era gostoso sair em missão com ela, apesar de achar que ficar em casa é mais divertido; foi bom para nós, nos darmos essa folga dos preparativos do casamento, ficar longe daquela correria toda. Sei que quando chegar o dia, vai estar tudo perfeito e do jeito que minha Hina merece, e todo esse esforço vai valer a pena, mas essas correrias estão nos estressando tanto, e mal tínhamos tempo pra simplesmente ficar aproveitando estar perto um do outro; ainda mais com Hanabi marcando em cima, levando Hinata a toda hora para fazer 'coisas de noiva', como ela disse. O pessoal caminha mais a nossa frente, Shikamaru viu que eu estava ficando impaciente com as brincadeiras da Sakura, e tratou de chamar ela e Sai para irem um pouco mais adiante; durante os meus dois anos de viagens, desenvolvi com ele e Sai, um tipo de comunicação especial, sabemos reconhecer sem precisar de palavras, o que acontece com o outro, mesmo que Sai tenha aquela cara de pastel. Acho que foi por isso que nossa missão foi tão tranquila, por que mesmo nas poucas vezes que fomos emboscados na estrada, esse nosso vínculo especial nos deu a capacidade de criar uma estratégia de ataque sem nenhum de nós dizer uma palavra, e quando percebíamos, tudo acontecia em perfeita sincronia; por que nos conhecemos bem, sei como Sai e Shikamaru gostam de atacar, e eles sabem como eu gosto de agir, e isso nos possibilita a nos moldar um ao outro.

— Por que está tão quietinha, amor? — pergunto a Hinata, que ficava cada vez mais muda a medida que nos aproximávamos da Vila.

— Estou pensando em como fugir da Hana, eu sei que concordei com todos os planos dela, mas foi só pra que parecesse de falar neles, não quero fazer todas àqueles tratamentos e tudo o mais, e não quero ficar separada de você. — ela conta e vai gesticulando com as mãos, e fica tão linda assim.

— Amor, você confia em mim, né? — pergunto e ela assente — Então confia que eu tenho um plano, vou passar a perna bonito naquela pestinha.

— E como vai fazer isso? — Hinata questiona quando chegamos aos portões da Vila — Aposto que ela já está me esperando.

Rio com o pânico de Hinata, mas eu também estaria assim, se aquela peste estivesse no meu pé, me arrastando para todo o lado, por que verdade seja dita, Hanabi sabe ser bem insistente e tenaz quando quer algo, nem mesmo Hiashi detém essa garota.

— Eu tenho uma arma secreta. — digo fazendo mistério e sou recompensado por uma gargalhada gostoso.

— Os anos passam e você não muda nada, querido; ainda é o mesmo que aprontava todas na Academia e quase deixava o Iruka-sensei louco. — ela fala, e fico emocionado pelas lembranças que me ocorrem.

— Eu só queria chamar atenção, mas não sabia que já era notado pela garotinha mais linda e fofa da minha turma. — digo enlaçando a sua cintura.

— Desde quando eu era fofa, Naruto? Eu nunca me achei fofa. — Hinata contesta e caminha abraçada comigo.

— Você era sim amor, a garotinha mais fofa que eu já vi, quando tivermos uma filha, quero que ela seja igualzinha a você quando pequena. — digo sem me sentir e vejo seus olhos marejando, imediatamente me sinto mal, filho ainda é uma palavra que nos machuca muito, principalmente minha Hina — Desculpa amor, saiu sem pensar.

— Está tudo bem, eu também sonho com isso, por mais que eu sei que sempre vai machucar, eu me pego pensando como Katsu seria um ótimo irmão mais velho. — ela conta e deixa algumas lágrimas caírem — Mas sei também que de onde ele está, nosso filho vai cuidar dos irmãos que terá e junto com os avós, vai olhar por nós.

Sem me importar se estamos no meio da escadaria do prédio Hokage, abraço Hinata, abraço para tentar acalmar aquela dor que sempre nos atormenta, aquele sentimento incurável de saudade e desalento que nos atinge a cada vez que citamos o nosso futuro sem ele, a cada vez que vemos uma família com seus filhos e nos pegamos pensando e falando como seria se nosso bebê estive ali, correndo e sorrindo como as outras crianças que nasceram depois da guerra; essa dor nunca vai embora, nunca acaba, com o tempo apenas nos acostumamos a viver com ela.

O Despertar dos SentimentosWhere stories live. Discover now