Capítulo 25

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O mastro era meu guia e a imagem de Ian era sempre a minha inspiração, dançar se tornou parte de mim, e Ian se tornou a chave para que isso acontecesse.

Voltando a pensar em alguns meses atrás eu poderia dizer que estava realizada, eu tinha uma profissão, sim, pois eu não considerava que a dança fosse mais somente um trabalho ao qual eu mantinha para pagar minhas contas, e sim ela era parte de minha vida.

Peguei mais aulas na academia, trabalhei duro treinado as novas garotas e até consegui encontrar a nova estrela principal para os Clark.

Eu só estava com um problema, mesmo Ian não mais interferindo em minhas apresentações, estava vendo que nosso relacionamento estava elevando-se a um grau em que logo o compromisso seria iminente, minha decisão de logo cessar as apresentações estava tomada, bastava eu cumprir a minha promessa de arrumar uma substituta.

Chegando a academia pela manha e como sempre Daniel estava em seu escritório, nossa relação estava melhorando profissionalmente. E nossa relação pessoal estava aos poucos ganhando novas raízes, uma amizade estava crescendo.

− Natali você tem uma visita. - Caroline me chamou.

− Visita? - perguntei espantada

− Sim ela disse que queria falar com a responsável pelas aulas de danças exóticas.

Virei-me na direção que Caroline apontou e uma mulher de longos cabelos castanhos, pele levemente bronzeada e de corpo consideravelmente escultural levantou-se.

− Olá, sou Natali a responsável pelas aulas de dança oque posso ajuda-la?

− Me chamo Dalia e dou aulas de Dança do ventre, conheci sua amiga Alice e ela me indicou sua academia.

−Oh! - fiquei espantada e intrigada com seu sotaque árabe carregado - nem de longe a academia é minha, mas se Alice te mandou podemos ter uma conversa.

− Obrigada.

−Caroline, sabe se Daniel chegou?

− Não enquanto estou aqui na frente, mas cheguei atrasada hoje e a academia já estava aberta.

Encaminhei Dalia pelas dependências da academia até o escritório, chegando á frente da porta branca do escritório de Daniel dei duas batidas fortes e logo abri. Estava vazia.

− Podemos conversar aqui - indiquei a cadeira em frente a grande mesa. - pode sentar-se.

Sentei no lugar habitual de Daniel e encarei a garota.

−Diga-me, o que posso ajuda-la?

− Como disse, sou dançarina de dança do ventre, e no momento estou sem trabalho. - ela media as palavras como se pensasse em como pronuncia-las em nosso idioma.

− Como Alice há conheceu? - observei atentamente a garota de fortes traços do oriente médio.

− Na faculdade. - pensei por um instante que ela jamais comentou sobre isso, nem em seus e mails e nem nos meses que se seguiam morando juntas - fomos colegas em algumas aulas de design, mas por alguns problemas abandonei o curso.

−Como a encontrou?

− Acaso, acho que foi a luz que precisava.

− Nunca diga "acho" em uma cidade como Karfin, − citei a mesma frase que um dia eu mesma ouvira - tenha sempre certeza e afirme, ou será tragada imediatamente e voltará de onde veio rapidinho. - sorri para a garota que estava a minha frente.

− Voltar? - ela me encarou assustada - jamais, eu não posso voltar nunca mais e por isso você é a minha ultima esperança.

− Vejamos, acho que podemos conversar sobre uma proposta.

Adorável DançarinaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora