Capítulo 33

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Érica

- Acabou!

Digo assim que dito Dr. Marcos entrando na sala de espera, todos levantamos, Dora fica ao meu lado e entrelaçados nossas mãos, Edgar fica ao meu lado e prestamos atenção no que o doutor tem a dizer sobre a cirurgia do meu filho.

- E então?

- Eu fiz tudo que estava ao meu alcance para salvar a vida do Lucas. O metástase estava em uma área do cérebro muito complicada, nós conseguimos remover por completo, mas...

- Mas...?

Digo sentindo minha voz embargar.

- Tivemos complicações ao longo da cirurgia, Lucas teve uma hemorragia intracraniana e uma parada cardíaca, nós conseguimos estabilizar, mas infelizmente Lucas entrou em estado de coma.

- Coma?

A voz de Dora falha, ela solta minha mão e vejo lágrimas descer por suas bochechas.

-  Quando, quando ele vai acordar?

- Não sabemos. Ele pode acordar ainda hoje, amanhã ou pode levar alguns meses. Sinto muito.

- Ah, meu Deus... Meu Deus...

- Calma, querida!

Lorena abraça a filha.
Limpo minhas lágrimas que insistem em abandonar meus olhos.

- E o que vai acontecer agora?

- Lucas está respirando com a ajuda dos aparelhos. Vamos torcer para ele acordar e estar bem, sem nenhuma sequela.

- Quando podemos ver ele?

- Amanhã pela manhã vamos remover ele do pós-operatorio e ele vai para a UTI, amanhã vocês podem ver ele.

- Obrigada! Obrigada...

- Mais uma vez, eu sinto muito!

- Você fez tudo o que pode - Dora diz se afastando da mãe, os olhos completamente vermelhos e as bochechas molhadas por lágrimas. - agora é ele quem precisa lutar para ficar com a gente... Obrigada, doutor!

Dr. Marcos balança a cabeça assentindo, percebo seus olhos cheios de lágrimas e imediatamente, ele sai da sala de espera nós deixando.
Olho para Dora e então nos abraçamos, acaricio o cabelo dela dizendo que Lucas vai lutar para ficar, porque eu sei que meu filho vai lutar para ficar até o último, assim como Nando lutou para ficar.

- Ele vai lutar, ele vai, querida!

Lorena levou Dora pra casa para descansar um pouco, essas horas de espera deixou a pobrezinha cansada.
Edgar e eu ficamos esperando a hora de ver nosso mascotinho, logo deixaram a gente entrar no quarto da UTI, mas com um avental e uma máscara, para proteger meu filho de qualquer bactéria.
Quando chegamos no quarto, fito Lucas deitado, com aparelhos ligado ao corpo e entubado, senti meu coração apertar de uma forma desconcertante e dolorosa, sento na cadeira pegando sua mão, selo meus lábios e sorrio quando sinto Edgar tocar meu ombro e a perna do nosso mascote.

- Ele parece tão tranquilo.

Edgar diz, balanço a cabeça assentindo e digo:

- Nosso filho vem sofrendo desde que descobrirmos essa doença, e essa é a primeira vez que o vejo com uma expressão de tranquilidade.

Sorrio.

- Ele tá lutando para ficar, mas uma luta cheia de tranquilidade... Edgar, lembra, lembra quando ele caiu daquele escorregador que você construiu? Ficamos tão desesperados que ligamos para o Uri que morava em Chicago para vir ao Brasil cuidar dele. Lembra?

- Eu lembro, éramos tão superprotetores que queríamos ter certeza de que tudo estava bem com nosso mascote. Lembro também que Uri nos chamou de loucos por tirar ele de Chicago por causa de uma quedinha boba.

Damos uma gargalhada baixa, e o "bip" do monitor cardíaco nos mostrava que nosso filho ainda estava ali, com a gente, talvez nos ouvindo.

- E aquela vez em que ele subiu no telhado dizendo que só sairia de lá quando a Elizabeth voltasse de viajem.

Dou uma gargalhada me lembrando de Lucas, com seus 10 anos, sofrendo por amor quando uma amiga mudou de cidade.

- Meu Deus, ficamos por horas tentando fazer ele descer daquele telhado. Ele só desceu porque estava com medo do escuro e ainda fez questão de dizer para nós que não tinha descido por causa da gente e sim por medo do fantasma do bairro.

Rimos juntos.

- Ele sempre foi decidido. Quando tinha uma coisa na cabeça dele, nada, nem ninguém era capaz de tirar.

Ficamos em silêncio, apenas com o barulho de "bip" do monitor que vinha de minutos em minutos.

- Ter o dom de ler vozes e olhares, estar na estrada e não ter medo de tomar o rumo errado - sorrio quando Edgar começa a cantar a música que eu cantava para Lucas quando ele tinha medo de algo. - ser mais entre tantos milhares que conseguem rir do inverno passado...

- Não ter medo de dormir com a luz acesa - continuo - acordar e sorrir foi só um sonho ruim e entender as cartas sobre a mesa, saber que a dúvida é o que há de melhor em mim...

- Seria tão fácil, parece tão fácil...

Voltamos ao silêncio, sinto lágrimas inundaram meus olhos e imediatamente os abandonar.

- Nosso bebê está indo embora, Edgar - digo com a voz embargada.

- Ele está, meu amor, ele está...

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Até a próxima

Vivendo um Amor - Completo - Em Revisão Where stories live. Discover now