17. Aquele com sarcasmo e tulipas

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Meus olhos encaravam as estrelas grudadas no teto de meu quarto, a escuridão imensa do ambiente fazia os pequenos adesivos desgastados com o tempo brilharem

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Meus olhos encaravam as estrelas grudadas no teto de meu quarto, a escuridão imensa do ambiente fazia os pequenos adesivos desgastados com o tempo brilharem. Se eu me esforçar, consigo me lembrar de meu avô me ajudando a colar as estrelas no teto, ele me ensinou a amar o céu, me ensinou a admirar como suas cores alternavam entre azul-claro ou escuro, rosa, amarelo, laranja dependendo do horário ou do lugar onde eu estivesse.

Me ensinou a amar as estrelas, me mostrou que à noite eu nunca estaria sozinha, pois a lua estaria logo ao meu lado.

Agora que meu avô se foi, eu amo ainda mais o céu. Olho para as estrelas e lembro de como seu sorriso brilhava, olho para as cores do céu e lembro de seus olhos e como eles ficavam um castanho mais claro ou escuro, dependendo da iluminação. Pego meu celular que estava ao lado do meu travesseiro e pressiono o botão de ligar. A luz do celular ilumina meu quarto e faz meus olhos arderem um pouco. O relógio marcava duas horas da madrugada.

Já faz tanto tempo desde que ele se foi, mas o vazio que sinto em meu coração permanece. Por mais que eu tente preenchê-lo com minhas músicas, livros, cafés e meus amigos, eu ainda sinto o vazio. Como se eu estivesse caindo em um buraco escuro, frio e sem fim.

E mesmo se eu gritar e pedir para que alguém venha me salvar, ninguém vai aparecer. Eu não costumo ser uma pessoa melancólica, mas às vezes me pego nesse estado. Pensativa e nostálgica. Todo mundo parece já ter superado, e eu continuo aqui, revivendo lembranças, presa a elas, sem conseguir seguir em frente.

É estranho porque a pessoa que moldou quem eu sou hoje não está mais aqui.

Me sentei na cama de forma que minhas pernas ficassem cruzadas uma em cima da outra, eu estava presa no sentimento de melancolia, presa nos meus próprios pensamentos, quando meus olhos traíram minha concentração, desviando-se involuntariamente para a janela da casa ao lado. A janela estava entreaberta, mas não dava para ver muita coisa devido à escuridão.

Um calafrio percorreu minha espinha quando percebi a traição de meus olhos. Desviei o olhar para meu quarto novamente, levei minha mão direita até o meu ombro esquerdo, alisando o local em que Christopher havia beijado. Minha pele parecia queimar com a lembrança do toque de seus lábios.

Cerrei os punhos, lutando contra a onda de emoções conflitantes que me invadiu. Sabia que não podia deixar-me ser consumida por esse ódio, mas também não podia negar a intensidade de minha aversão pelo vizinho que habitava a casa ao lado, mas agora ele não é apenas o rapaz que eu odeio, é meu namorado, meu namorado de mentira.

Me deitei na cama novamente, afundando minha cabeça no travesseiro de algodão. Eu ainda sentia aquela angústia cercar todo o meu coração, mas eu tinha que ignorá-la e pegar no sono.

 Eu ainda sentia aquela angústia cercar todo o meu coração, mas eu tinha que ignorá-la e pegar no sono

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Love Change Us #1 || Reescrito e em RevisãoWhere stories live. Discover now