35. Aquele com a ação de graças

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Dia de ação de graças. De acordo com o Google, é um feriado celebrado sobretudo nos Estados Unidos, no Canadá e nas ilhas do Caribe, observado como um dia de gratidão a Deus, com orações e festas, pelos bons acontecimentos ocorridos durante o ano.

Mas, para mim, é só um feriado, assim como os outros. A família se reúne, comemos muito e eu tento não surtar ao lado da minha prima Lindsay, ela é como a Alana Davis, só que pior. Esse ano, não tive tantos bons momentos para agradecer, na verdade, tive, olhando agora para a minha cadela deitada sobre o tapete do meu quarto, rosnando enquanto mordia uma bolinha.

Ela agora não é mais uma filhotinha, já está bem grande e é tão inteligente. Ela, sim, foi uma das coisas boas que me aconteceram. Alguns momentos com Christopher e os amigos dele, a final do jogo de futebol... Por um lado, até que tive bons momentos, por outro, até que não.

A morte do meu avô ainda é algo bem vivido em minha mente e não consigo apagar a lembrança. Ele gostava desse feriado e deixava tudo divertido. É estranho comemorar algo sem ele.

Como todo ano, a família de minha mãe e alguns parentes de meu pai se reúnem em nossa casa para comemorar o dia de hoje. A casa fica lotada apenas com a família da mamãe, a família do meu pai é cada um para o seu lado. Duas famílias, dois mundos diferentes.

Ao entardecer, alguns parentes começaram a chegar. A Tia Adelaide e o Tio Joseph, duas pessoas incríveis, responsáveis por fazerem os melhores doces do mundo. A Tia Adelaide é irmã de minha mãe.

─ Ah, Clair! Como você cresceu! ─ Exclamou a Tia Adelaide após atravessar a porta de entrada, ela me abraçou bem forte e em seguida apertou as minhas bochechas.

─ Tia Adelaide, é sempre bom te ver... Tem algo para...

Sem que eu terminasse de falar, a mulher logo tirou de uma sacola uma pequena caixa de plástico transparente e me entregou.

─ Cupcake de chocolate e morango. Seus preferidos, achou mesmo que eu iria esquecer? ─ Disse ela, esboçando um belo sorriso. Idêntico ao de minha mãe.

─ Tão prestativa...

Guardei os cupcakes na geladeira, na verdade, eu os escondi, casa cheia, muitas bocas para comer, muitas bocas que também amam os cupcakes da Tia Adelaide. Não demorou muito para que o resto do pessoal chegasse, e como uma boa sobrinha/prima, tive que ficar cumprimentando todo mundo que chegasse, e dizendo a eles que poderiam ficar à vontade.

A casa logo ficou muito barulhenta, todos conversam muito alto enquanto enchem a cara, a música que tocava estava em um volume médio, os meus primos menores corriam pelos corredores da casa soltando aquela risada gostosa de ouvir. Pela milésima vez naquela noite a campainha toca.

─ Clair, pode ir abrir a porta pra mim?

Minha mãe grita da cozinha, me levantei do sofá que já estava até amassado pelo tempo que fiquei sentada lá, coloquei o meu copo com refrigerante em cima da mesa de centro e segui até a porta. Ao girar a maçaneta, a porta se abriu, revelando Christopher. Ele usava um suéter preto, seu cabelo estava tão arrumadinho. Penteado e com muito gel, ele segurava uma vasilha que com certeza deve ter algum aperitivo que sua mãe fez.

Eu nunca vi Christopher tão arrumadinho assim, suas roupas são sempre muito descoladas, ficou igual aos nerds dos filmes, sedentário, super inteligente, poucos amigos... Pensar em uma versão de Christopher assim me faz rir.

─ Qual é a graça? ─ Pergunta ele.

─ Você.

─ O que tem eu?

Love Change Us #1 || Reescrito e em RevisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora