Parte III - Final

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Chegou em um ponto de ônibus debaixo de um escaldante sol de verão, em um calçada esburacada e lotada pessoas com várias sacolas na mão. Quando chegou seu ônibus, viu a massa deslocar-se violentamente para frente. Entrou arrastada no veículo. Tentou ajeitar a sacola, mas foi empurrada para o lado. Reclamou, mas foi ignorada. Sua bolsa foi para cima e quase acertou o rosto de um rapaz que estava sentado em banco. Ao lado dele, uma mãe carregava seu filho, que terminava de chupar um sorvete. Ao terminar, foi erguido pela mãe e jogou a embalagem pela janela.

O ônibus tinha lotado bastante, e o calor parecia maior do que lá fora por conta do motor, mesmo com as janelas abertas. Uma moça escorou seu corpo no ferro que Manuela se segurava, obrigou-a a tirar a mão e impedir que outros se segurassem. Uma senhora de idade passou mal, pediu para sentar, mas não lhe cederam lugar mesmo nos assentos reservados. Um homem irritou-se ao ver duas adolescentes ocupando o banco e mandou que elas saíssem. Furiosas, levantaram e passaram a insultar o homem e a senhora. Outros que tomaram as dores da senhora passaram a insultá-las também. A discussão prosseguiu ate que Manuela conseguisse descer, após empurrar um casal que estava na porta e não deu licença mesmo percebendo que pessoas desceriam no local.

Chegou em casa exausta, suada e irritada com a quantidade de gente mal educada que encontrou pelo caminho. Mas, pelo menos, tinha comprado os presentes de Natal. Tomou um banho, comeu algo e foi dormir. O sono durou pouco, quando o vizinho resolveu ligar o som do carro no último volume.

E, cansada, Manuela concluiu que estava cada vez mais difícil entrar no espírito de Natal...

Escrito em dezembro de 2015.

[continua...]

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Compras de NatalWhere stories live. Discover now