Capítulo 17

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Hoffen
AXEL
Estamos a três dias caminhando, todos estão extremamente exaustos. A nossa vida desde que saímos do muro se resumi a isso exaustão.
- Pessoal - Faísca grita e faz um sinal para que parem de andar - Sabemos que esses últimos dias foram cansativos, tinhamos que ficar o mais longe possível do governo. No entanto, resolvemos que hoje iremos acampar mais cedo e além disso teremos uma festa para descontrair.
Os caçadores comemoram aos gritos. Seguro na mão de Justine eu beijo seu rosto.
- Vamos ter uma festinha - Digo - Quando eu imaginei fazer isso fora dos muros.
- Os caçadores são famosos por fazerem as melhores festas.
A noite a fogueira já está acesa, algumas pessoas carregam instrumentos improvisados e outras já se ruenem ao redor. Quando os instrumentos começam a ser tocados e uma doce voz feminina começa a cantar, as pessoas dançam. Quando ela canta uma música romântica vou até Justine e a puxo para dançar, seus braços estão entrelaçados ao meu pescoço e os meus a sua cintura. Seus olhos estão presos a mim e eu não consigo parar de pensar em como eu sou apaixonado nesses olhos, nesse sorriso e em cada detalhe que a compõe. Quando a música para ela me beija.
- Você é a melhor coisa que já aconteceu na minha vida. - Digo assim que nossos lábios se separam. Eu não sou bom em expressar sentimentos, mas eu queria que ela soubesse daquilo. Poucos momentos da minha vida não foram um completo inferno e com ela eu encontro paz, mesmo nos piores dias ela faz valer a pena. Ela sorrir tímida.
- Eu te amo - Escutar isso dela faz meu coração acelerar. Ela segura em minha mão e nós sentamos juntos em um tronco de árvore. Eu a abraço e passo meus dedos por seus cabelos. As pessoas ao nosso redor parecem desaparecer enquanto eu escuto ela me falar sobre as músicas dos caçadores. Quando a música deixa ser melosa e se torna mais dançante Mia aparece em nossa frente.
- vamos dançar Justine - Ela sai praticamente arrastando Justine. Sorrio e lembro da primeira vez que a levamos para a balada.
Justine também puxa Molly para seguir os passos de Mia. Ela parece mais solta dessa vez ao contrário de Molly que parece um pouco perdida. Eu fixo meu olhar nela. Ele movimenta seu corpo de forma provocante e quando percebe que estou a olhando, penso que ela ficará tímida, mas ela não fica, ela dança com seu olhar preso a mim, ela dança para mim. A música para e as três dão risadas.
A minha alegria acaba quando olho para ao lado e Túlio está encarando ela. Me levanto e vou em sua direção.
- Eai Túlio, acho que não fomos apresentados direito, eu sou o Axel e a aquela que você não para de encarar é minha namorada. - Ele dá um sorriso sarcástico o que me irrita ainda mais.
- Isso te incomoda?
- O que você acha?
- Então vai ter que arrancar eles fora porque eu não vou parar de olhar para ela. - Perdo o controle e dou um soco nele. As pessoas param e nos olham. Ele tenta revidar, mas eu desvio. Então, Justine entra na nossa frente.
- O que é isso? - Ela pergunta me encarando furiosa. Faísca se aproxima e me surpreende ao me empurrar.
- O que você acha que tá fazendo? - Ele grita. - Aqui nós somos uma família e não admitimos isso, ainda mais de alguém que veio dos muros. - Seus olhos estão carregados de fúria.
- Então esse é o seu problema comigo? Eu ser da cidade? - Max fica ao meu lado quando percebe a tensão da situação.
- Faísca desculpa isso não vai mais acontecer - Justine diz.
- É bom mesmo ou seus amiguinhos terão que seguir sozinhos. - Eu tento falar algo, mas ela não deixa.
- Cala a boca - Ela diz e eu me calo. Ela vai em direção a Túlio que está com o nariz sangrando.
- Podemos conversar? - Pergunto.
- Sim, quando eu terminar de ajudar ele.
Saio de lá enfurecido, eu perdi a razão, mas eu não esperava que ela fosse me deixar por causa dele. Estou sentado encostado em uma árvore isolado de todo mundo quando ela chega. Ela para na minha frente e cruza os braços.
- Nunca mais você vai fazer isso. Ele me contou o que aconteceu.
- Me desculpa - Digo sem encarar ela.
- Você não tem que se desculpar comigo e sim com ele. - Fico em silêncio, eu realmente não sei o que dizer - É a primeira vez que eu me relaciono com alguém e isso de ciúmes é novo, mas eu não gostei. Eu não quero que você machuque alguém por estar me olhando. Isso...- Ela não termina, mas eu sei o que ela quis dizer, eu assustei ela.
- Eu não vou mais fazer isso. É só que ele parece gostar de você.
- Axel eu sou sua namorada, seu relacionamento é com o que eu sinto e não com o que ele sente. Ele pode gostar, me olhar, o que ele quiser, mas nada disso importa porque eu não sinto o mesmo. - Ela se senta ao meu lado e deita sua cabeça em meu ombro. - Você é tudo que eu tenho agora e eu realmente não quero que você seja uma decepção.
- Eu não vou ser, eu vou me desculpar. - Eu seguro em sua mão e a encaro. - Eu te amo.
No dia seguinte nós iniciamos novamente nossa caminhada, eu sou o último, envergonhado do que fiz ontem. Vejo Molly caminhando em minha direção entre a pessoas.
- O que foi? - Pergunto quando ela se aproxima. Ela me empurrar fazendo com que eu bata minha cabeça contra o tronco de uma árvore e coloca sua faca em meu pescoço.
- Nunca mais encoste um dedo em algum caçador. Você se acha esperto com o que aprender lá dentro, mas não sabe o que eu posso fazer com uma faca. - Ela me solta e volta a acompanhar as pessoas. Eu realmente arrumei um belo problema.
                         .                           *******************
Nós chegamos a nossa última comunidade. De longe conseguíamos ver a cidade do Presidente. Justine parecia tensa, me aproximo dela e dos gêmeos que estão igualmente apavorados encarando o muro.
- Temos que entrar lá - Ela diz.
- A questão é como nós vamos entrar - Mia responde.
- Existe apenas um jeito de entrar lá. - Digo. Eu realmente arquitetei vários planos, mas apenas um parece realmente bom. - Temos que entrar pelas caminhonetes de suprimentos dos militares.
- Você pode ser mais específico? - Max diz.
- Quando os militares vierem entregar os suprimentos, esperamos até às caminhonetes estarem vazias. Aí vamos precisar de tulmuto, quando eles se distraírem, entramos em uma delas e ficamos escondidos debaixo da lona e torcemos para não sermos descobertos.
- Parece simples - Mia diz.
- Acredite quando eu digo que não é.

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⏰ Last updated: Dec 24, 2019 ⏰

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