O ritual de Corte

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Scott conhecia Stiles desde que eles eram ainda bebês. Cresceram lado a lado. Esse fato conferiu certas vantagens ao jovem Alfa, como conhecer muito bem o seu melhor amigo ômega. Sabia muito bem, por exemplo, como Stiles poderia ser obstinado ao ponto de não ver oque era obvio. Nesse caso, era o fato de estar sendo cortejado. Isso estava associado a outra característica intrínseca de Stiles...Sua necessidade de ser pôr para baixo. Sempre achando não tinha o valor suficiente para ter um destino digno de um protagonista de algum romance água-com-açúcar.

O ritual de corte praticado, normalmente entre alfas e ômegas, era constituído de determinados elementos e esses podiam ser muito bem identificados na relação compartilhada pelos dois cabeças duras: Stiles e Derek. Scott resolveu citar alguns desses elementos:

O alfa deve demonstrar o seu interesse ao ômega lhe oferecendo presentes.

Scott analisava algumas planilhas quando o som de passos pesados foi ouvido se aproximando de seu escritório. Em seguida, a porta foi aberta e um muito irritado Stiles adentrou. Se sentou em sua cadeira com uma estranha lentidão, massageando as nádegas e emitindo gemidos de dor. Isso só deixou Scott mais intrigado ou até mesmo receoso por descobrir a verdade por trás de tudo aquilo. Debatendo internamente sobre como deveria reagir, por fim a curiosidade sobrepôs ao temor da verdade, por isso ele perguntou:

– Manhã ruim?

– Manhã ruim? O que poderia estar errado? Afinal, estamos na época natalina! Tudo é perfeito com seus pinheiros, papais noeis, veadinhos e neve. – Disse cheio de sarcasmo.

– Er...

– Neve...O símbolo mágico do inverno! Toda branquinha...Fofinha...Quem ela está querendo enganar? Essa mesma manhã esse símbolo natalino tentou me matar!

– A neve? – McCall franziu o cenho, algumas vezes começava duvidar da sanidade mental de seu melhor amigo.

– Sim, Scott! A neve! Nevou ontem à noite, por causa disso escorreguei enquanto estava vindo para cá. Neve idiota! As pessoas se iludem quando a inocência da neve! Ela é na verdade um instrumento maligno destinado a causar acidentes fatais! Aposto que ela nem foi criado por Deus e sim pelo próprio satanás! Neve do demônio!

– Nossa...Espero que você esteja bem.

– Eu quase quebrei a minha bunda com a queda! – Revelou, dramático.

– Ah... Então foi isso... Que bom. – Suspirou aliviado.

– Que bom? Você não me ouviu? Minha bunda quase morreu! Já imaginou o que aconteceria se os ossos da minha bacia tivessem quebrado? Iriam colocar um gesso...Tipo, na forma de cueca!

Scott tentou não rir, mas estava falhando indubitavelmente.

– Não acredita no estado crítico que meu bumbum se encontra?

– Eu...Não duvido disso.

Stiles se levantou, com certa dificuldade, e se aproximou de McCall. Se virou e apontou para o seu traseiro.

– Toque.

– Eu não vou tocar na sua bunda, Stiles!

– Toque para você ver como ela está inchada! Aposto que está inflamada!

– Mesmo assim, não vou tocar! Digo, como irei saber se ela está inchada ou não...

– Ora, só comparar como a minha bunda estava ontem para como ela está agora!

– Eu não reparo na sua bunda, Stiles! Céus! Não acredito que estamos tendo essa discussão!

E para completar a situação embaraçosa Derek Hale acabou por entrar no escritório. Scott sentiu calafrios, pois não sabia ao certo o que o outro alfa tinha ouvido, mas sabia que a posição em que se encontravam era deveras comprometedora. Afinal, Stiles estava praticamente empinando sua suposta bunda machucada para Scott.

Cheiros e AromasWhere stories live. Discover now