12 - Desculpa?

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2k, obrigado, obrigado e obrigado <3

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Bem, eu não tinha minha sanidade mental já fazia algumas horas, meus olhos pesavam e meu corpo estava trêmulo. Tinha receio do que poderia fazer com Soraia, ela olhava o tempo todo para mim e eu estava muito incomodada

– eu desafio Louise me beijar.  – Jonas falou e finalmente a menina do casal tinha nome.

Eu não sei se ele já gostava dela, mas achei um pouco exagerado ele pedir isso já que a garota namorava, ou ela só ficava. Enfim, a essa altura do campeonato eu não sabia mais de nada.

– que isso mano? Quer beijar minha garota? – Rick indagou pegando no ombro de Jonas.

– a regra foi clara. Só joga quem quer –  Jonas falou já indo em direção a boca de Louise.

Era perceptível que seu namorado. Ou quase isso. Estava desconfortável ao ver eles se beijarem. Eu diria que ele queria agredir Jonas.

– bem não é um desafio, mas, eu quero dizer o quanto amo minha namorada. – falou Bruno beijando Zaia.

Eles definitivamente era meu casal favorito. Quase lanço uma hashtag com a inicial dos dois nas redes sociais mas Zaia me impediu.

Cada vez que as horas se passavam o jogo só ficava mais viciante e perigoso. Os desafios só aumentavam e não conseguíamos sair até saber o final.

O olhar mórbido de Soraia não me deixava relaxar, ela não parava de me olhar e com certeza todos ali já tinha notado isso. Ela estava impaciente querendo falar alguma coisa, suas pernas não paravam de bater no chão.

– Eu desafio... – Soraia falou olhando para Bruno. – Leslie me beijar.

Meu coração acelerou e todos ficaram de boca aberta com esse comentário dela, por quê justo a garota que implicou comigo e me ofendeu queria me beijar? Ela estava bêbada ou se drogou o suficiente para falar esse tipo de coisa. Não, definitivamente ela não estava bem, não podia estar.

– desculpa Soraia mas isso não poderei fazer. – sussurrei de cabisbaixo.

Não queria fazer isso com Felipe meu instinto não poderia me dominar, eu poderia estar bêbada, mas ainda assim sentia que não deveria magoar seus sentimentos.

– você tá louca Soraia? – Felipe falou e franziu o cenho.

– Bruno por favor poderia lembrar a eles a regra do jogo? – Ela falou sorrindo. Seu sorriso esnobe e debochado de sempre.

– mas você não é hétero? – Bruno indagou olhando para Soraia.

– meu querido o "b" de "LGBT" não é de bom dia e companhia. – ela falou e soltou uma risada cínica.

Não importava sua orientação sexual, eu não iria ficar com ela.

E sim. Orientação, não opção. Não é como escolher a roupa que você quer usar no dia seguinte, opção da um significado de escolha e ninguém escolhe ser homossexual, assim como não escolhe ser hétero. Não precisa de muito conhecimento para saber disso. Apenas em saber que muitos sofrem dentro de casa por preconceito e principalmente na rua é o bastante para saber que ninguém gosta de sofrer.

– por mim tudo bem amor, é só um beijo sem significância. – Felipe falou com sua mão em meu cabelo.

Depois de uns minutos eu resolvi atender seu pedido, afinal não iria significar nada para mim.

Ela levantou de onde estava puxando meu braço para junto de seu corpo. Pegou em minha cintura, colocou a mão em meu rosto e me beijou.

Enquanto se beijávamos eu tinha a total certeza que preferia as meninas. Definitivamente. Eu sentia coisas em meu corpo, coisas que eu jamais tinha sentido antes. As famosas "borboletas" no estômago. Mas não, não poderia gostar dela e nem de outras meninas, eu tenho que atender as vontades da minha tia e dessa sociedade de merda.

Eu senti meus lábios sendo arrancados dos seus quando puxaram meu braço.

– já deu né? – Felipe falou ainda segurando meu braço.

Hoje não era meu dia. Por que ela teve que fazer esse desafio logo quando eu estava tão bem com Felipe, mas ela não me obrigou eu também tenho uma parcela de culpa por isso. No fundo eu acho que queria esse beijo e só estava mentindo para mim mesma.

– desculpa. – suspirei olhando para Felipe.

Desculpa! Eu nunca usava essa frase, eu sempre achava que as pessoas se escondiam atrás dela quando faziam burrada, como se estivesse mudado alguma coisa e que estaria tudo bem depois disso, sendo que só servia para aliviar o seu remorso. Mas naquele momento foi a única coisa que eu conseguia dizer.

– o jogo acaba por aqui, já aconteceu muita emoção por hoje – Bruno falou em voz alta em cima de uma cadeira.

Eu me sentia culpada, culpada por não ter evitado esse beijo, culpada por ter traído Felipe de certa forma. Mesmo ele permitindo isso era o que eu queria de verdade, e com isso minha consciência me faziam se sentir mal.

– não fica assim, por mim tá tudo bem. – disse Felipe levantado minha cabeça com sua mão em meu queixo – foi só um jogo, relaxa.

Mal sabia ele que para mim foi muito mais do que um simples jogo, esse beijo mexeu comigo e meus sentimentos ficaram mais misturados do que um cubo mágico.

– tudo bem, você pode me deixar em casa? Já são 5 horas da manhã! – falei para ele tocando levemente seu ombro.

– vou pedir a moto de Bruno e já vamos.

Eu só queria sair dessa casa e deletar da minha memória tudo que aconteceu, nada disso teria acontecido se eu tivesse evitado, como fui burra. Espero que ninguém tenha percebido o quanto eu me entreguei naquele beijo e que foi muito mais do quê um simples jogo.

– fica bem amiga, eu sei como isso é difícil para você. Te amo e sempre estarei aqui. – Zaia sussurrou em meu ouvido minutos antes de Felipe ligar a moto para sairmos.

Não sei se estaria exagerando, afinal foi só um beijo. Para mim foi mais intenso claro, mas acho que ninguém percebeu isso, ninguém irá comentar isso na escola creio eu, todos pensam que sou hétero, e assim deve ser, sempre. Sentia a necessidade de pedir desculpas o tempo todo. Desculpas para mim, desculpas para Felipe, era como se eu estivesse em uma bolha e a única maneira de sair de dentro dela era à espetando com um alfinete, mas qual seria esse alfinete?!

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