Dilema de Gabriel: Sexualidade e fé no jovem

Capítulo 2: Insegurança

Enquanto está se acalmando, Gabriel continua a conversa com a irmã. Ele ainda está nervoso, as bochechas ficaram vermelhas e as mãos frias, ela está atenta e preocupada com o irmão.

— Pode desabafar, querido!

— Mesmo? Promete guardar segredo?

— Sim. Prometo! — ela diz abrindo um sorriso muito bonito.

— B-bom, eu tenho uma coisa a contar que tem me deixado confuso ultimamente, percebi que tenho atração por meninos, também. Eu sei que não é muito normal, mas, me sinto mal com essa situação. Me sinto perdido, e com muito medo.

— Fique tranquilo! Você não é o único a sentir isso, e se eu te contar que estou mais tranquila ao ouvir isso? Já que você nunca tocou no assunto de sexualidade em casa, você sempre foi de boa.

— Eu sei, mas, sinto medo de uma coisa: a rejeição das pessoas, inclusive aquelas que conheço na igreja que acabo de entrar e me converter. Sei também que não é da natureza divina, mas, eu preciso sentir o que realmente sinto.

— Conversa com o padre sobre isso, ele vai saber orientar!

— Tudo bem!

— Obrigado por me ouvir, te amo, minha irmã — diz abraçando-a.

Gabriel sente uma coisa que o incomoda, ele começa a pensar na vida e nas suas possíveis "consequências" — em seguida, entra na paróquia para rezar, entra na capela do sacrário e ali fica por muito tempo, cerca de 2 horas. O rapaz estava em oração, pedindo a Deus ajuda para resolver o problema que começou a atormentá-lo: a sexualidade. Ele se sentia estranho por estar em meio aqueles bancos da igreja, sem entender nada sobre ficar em paz; muito religioso. Se converteu ao catolicismo recentemente, mas, junto com a conversão estourou a sexualidade, sente que algo o atrapalha. Ao estar com 20 anos, aos 17 já desconfiava que era 'diferente' dos outros meninos, e nem percebeu na época.