Ben Solo Vive

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Rey suspirou e entornou de uma só vez a bebida ácida e quente.

— Ei, Rey! — disse Finn, com um radiante sorriso, sentando-se ao lado dela. — Amo essas festas! — exclamou. — Poe, quero dizer, o General Dameron sempre organiza as melhores festas.

Claro, e também as maiores confusões. Todas as festas sempre acabavam com alguém em uma situação constrangedoras. Certo comandante fora flagrado apenas com uma gravata na manhã seguinte a uma destas famosas festinhas. Mas, limitou-se apenas a assentir, observando o amigo tagarelar sem ao menos tomar um pouco de fôlego. Finn estava já no seu quinto copo e todos sabiam que ele não era exatamente a pessoa mais tolerante ao álcool.

— General Finn — gritou Rose Tico. — Estão te procurando... as bebidas acabaram... — disse ela, se aproximando. Pairava ainda um certo clima entre eles. Todos na Resistência sabiam do passado daqueles dois. Aparentemente havia uma forte fofoca entre o relacionamento da Comandante Tico com o General Finn, e também sobre o General Dameron...

— Claro! O General Finn sempre precisa resolver tudo. Cadê aquele desgraçado do Poe estas horas? Deve estar por aí... nas calças de alguém no banheiro — falou com certa amargura.

Rose o encarou por um interminável segundo. Finn não ousou contestá-la e — com certos resmungos — foi resolver o problema. Ela o observava de braços cruzados como se estivesse certificando-se de que ele iria mesmo para o setor de bebidas. Somente depois de perdê-lo de vista, desabou ao lado de Rey no sofá.

— Noite difícil? — indagou Rey, observando a amiga suspirar.

— Sim... O General Dameron sempre dá estas festas, mas sou eu quem precisa resolver tudo no final...

As duas caíram no silêncio, sozinhas com seus pensamentos.

— É hoje, não é? Aquele dia... — perguntou Rose com certa hesitação, após um longo tempo de silêncio, enquanto observava Rey pelo canto dos olhos.

Rey deu os ombros, fingindo uma indiferença que estava longe de sentir. Fazia três anos que Palpatine havia sido derrotado. Fazia três anos que a Resistência ganhara a guerra contra a Primeira Ordem. Fazia também três anos que ele se fora.

— Você o amava tanto assim? — indagou Rose.

— E isso importa agora?

— Por que não importaria?

— Não foi suficiente para trazê-lo de volta... — murmurou Rey, com uma voz quase inaudível, porém, repleta de ressentimento e mágoa.

— Rey... eu sei o que você vem fazendo nos últimos três anos...

Ela voltou totalmente a atenção para a amiga, quase assustada. Aquilo deveria ser um segredo. Um segredo que ela estava protegendo com sua própria vida.

— Eu sei — reafirmou Rose. — Você está tentando trazer Ben Solo de volta.

Os olhos de Rey se tornaram um mar turbulento, querendo fugir, mas sem qualquer escapatória. Ela desviou os olhos, tomou um grande gole da bebida ácida.

— Mais alguém sabe? — conseguiu falar após um momento.

— Não.

Suspirou um pouco aliviada. Era menos uma preocupação. Sabia que nenhum de seus amigos iria aceitar aquilo, pensariam que era uma total loucura. No entanto, ela precisava tentar. Precisava fazer qualquer coisa para aliviar aquela dor que queimava como carne viva em seu peito, aquele buraco vazio que nada era capaz de preencher.

Devia ter sabido. Rose poderia perfeitamente ver através das pessoas, o que elas escondiam no seu mais íntimo. Ela era a pessoa mais perspicaz dentre todos os seus amigos. Finn era agradável e generoso, um ombro amigo sempre disponível, mas ele nunca conseguiria a compreender. Poe? Bem, os dois estavam sempre discutindo na maior parte do tempo.

Rios Fluem Até VocêTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang