Mariposa atraída pela luz

576 42 56
                                    

Seus lábios se afastaram.

Rey ainda estava demasiadamente atordoada para pensar com claridade sobre o que acabara de acontecer.

Os dois se olharam e ele sorriu. Covinhas se formaram na bochecha dele. Olhou-o fascinada, como uma mariposa atraída pela luz. Talvez, agora compreendesse porquê elas procuravam as chamas, mesmo sabendo que o fogo iria devorá-las. Era impossível resistir a algo tão belo.

Desejava colher aquele sorriso, absorvê-lo até o último sorvo.

Deslumbrada por aquele sorriso, ela procurou pelos lábios dele novamente. Desta vez, os encontrou de modo menos desajeitado. Suas bocas se encaixaram perfeitamente.

Um dos braços dele cingia sua cintura e o outro, suas costas, envolvendo-a com delicadeza e firmeza.

A ponta da língua dele deslizou pelo lábio inferior dela, fazendo com que ela abrisse um pouco mais os lábios. A língua adentrou em sua boca e tocou na sua, deslizando vagarosamente sobre ela, provocando arrepios em Rey. Aquela sensação era completamente diferente de tudo o que já sentira. Era como se todo o seu corpo se derretesse com aquele contato. Ela era um pequeno cubo de açúcar dissolvendo-se no café quente.

Os olhos permaneciam fechados. As mãos se embrenhavam naquele cabelo macio que tantas vezes desejara tocar. Seu corpo tocava o dele, envolvendo-se na calidez que dele emanava.

A boca dele era macia e suave, tinha um sabor doce, que a fazia desejar devorá-la.

Suas bocas se separaram depois de um tempo que poderia ter sido horas ou apenas segundos. O tempo transcorrera em uma dimensão totalmente distinta quando seus lábios se encontraram.

O beijo provocara em Rey uma sensação de embriaguez. Ele havia retirado qualquer pensamento de sua mente. Nada pensava, apenas sentia. E isso era bom.

Os olhos deles se encontraram.

Rey tentou chamar a razão para si.

Ela havia o beijado.

O que fizera?

Começou a se mover, querendo sair daquela posição.

— Rey — ele a chamou, apertando-a contra si, não permitindo que ela se afastasse.

Ela desviou os olhos dos dele.

— Isso foi... — murmurou, tentando encontrar palavras para descrever o ato que haviam acabado de cometer — errado.

— Não! — exclamou ele. — Não foi errado. Você queria e eu também queria. Isso foi bom...

— Mas... — Rey procurava algum argumento para contestá-lo, o que era uma tarefa difícil, dado que não conseguia pensar com clareza, ainda estava completamente embriagada por aquele beijo. Sua mente mal conseguia formular uma frase coerente.

Ele colocou o polegar em seus lábios, acariciando-os com delicadeza.

— Isso não foi errado — afirmou, olhando para seus lábios e depois em seus olhos, sua voz rouca e baixa. — Você e eu gostamos desse beijo. Nós queríamos esse beijo. Ele não teve nada de errado. Nada.

Os olhos dele deslizavam sobre ela. Ben a olhava como se quisesse reter cada parte dela em si. Ele colheu o rosto dela entre suas mãos, sem retirar o polegar de seus lábios.

Vagarosamente, ele se aproximou dela e encostou a testa na sua.

— Rey — murmurou, fechando os olhos. O modo que ele pronunciava seu nome a fazia sentir-se incrivelmente especial. — Rey...

Rios Fluem Até VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora