Quem beijou primeiro?

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Seus lábios atacavam-se mais rápido do que seus sabres de luzes já tinham feito alguma vez.

Ben empurrou o corpo contra o de Rey, encostando-a na parede. Ela passou as pernas pela cintura dele, pendurando-se nele.

Seus corpos quentes e enérgicos se enroscavam um no outro. Eles se chamavam, se encontravam, se diluíam um no outro.

Eles se beijavam como se quisessem roubar o ar um do outro. Se beijavam como se estivessem em uma batalha de sabre de luzes, a única diferença era que a batalha de suas bocas era mais perigosa e mortal.

Rey mordiscou o lábio inferior dele. Ben revidou intensificando o beijo.

Ela o apertou ainda mais contra seu corpo, podia sentir os músculos fortes do peitoral dele contra si.

Eles se devoravam com fome, com desespero, com angústia.

O barulho de metal caindo trouxe-os de volta à realidade.

— Rey, Yuri? Vocês estão aí? — gritou Morpheus.

Rey retirou as pernas da cintura de Ben, e ele se afastou dela. Ela ainda não havia voltado completamente a si, temia não ser capaz de formar uma frase coerente.

— Estamos — respondeu Ben.

— Ainda bem, escutei um barulho e cheguei a acreditar que era um fantasma — disse, rindo. — Fantasma? Vocês acreditam?

Os dois não riram da piada do chefe.

— Esqueci minhas chaves — explicou, ainda rindo da própria piada e dirigindo-se a um dos armários que eles utilizavam para guardar seus pertences.

Rey e Ben observavam o chefe sem pronunciar uma única palavra.

— Ah, aqui está! Iria dormir para fora hoje, se não tivesse encontrado as chaves do dormitório — falou, chacoalhando a chave. — Já vou indo... E vocês tenham cuidado. Nada de trabalhar em excesso, hein!

Morpheus se foi e Ben voltou as costas para Rey, indo em direção à escada que levava até o quarto em cima da oficina, onde ele dormia.

— Aonde você vai? — disse ela.

Depois daquele beijo, Ben estava totalmente enganado se pensava que iria fugir. Ela já fora como ele, sempre fugindo de seus sentimentos, e aquilo apenas provocara dor e angústia. Fora uma idiota por fugir. Não. Agora, ela não seria mais uma idiota e também não permitiria que ele fosse um. Precisava confrontá-lo.

— Perguntei aonde você está indo? — repetiu, após Ben ignorar sua pergunta.

— Vou dormir — respondeu ele, subindo os degraus com rapidez. — E você também deveria ir para a casa, já está tarde.

— Espera!

Ele a ignorou e continuou a subir a escada.

— Eu disse para você esperar! — falou, enquanto seguia-o, subindo os degraus com passos apressados.

— O que você está fazendo? — Ben deteve-se no topo da escada.

— Eu só quero conversar com você.

— Não tenho nada para falar com você — rebateu ele, lhe dando novamente as costas.

Aquilo já era demais.

Ele deteve-se diante de uma porta e colocou a mão na maçaneta.

— A gente vai conversar, sim! Você acabou de enfiar a língua na minha garganta e agora não quer conversar, é?

Rios Fluem Até VocêDonde viven las historias. Descúbrelo ahora